SEMANA GORDA E TUMULTUADA!

Os dados e resultados fiscais brasileiros para este ano da graça de 2009 não são nada interessantes e, por sinal, estão a comprometer e, comprometerão muito mais ainda, a política monetária e cambial do País. O déficit nominal subiu de 1,98% em dezembro de 2008, para 4,61% do PIB, este ano! E não se diga que tudo foi por conta das medidas anti-cíclicas adotadas pelo governo em termos de renúncia fiscal. O que houve foi um aumento significativo dos gastos de custeio, uma elevação substancial do déficit previdenciário e, não resta a menor dúvida, o impacto da redução do crescimento sobre a realização de receitas tributárias da União. O resultado foi uma mistura explosiva que, embora não tenha impacto, já de imediato, provocará implicações severíssimas no financiamento do déficit público, no aumento da dívida e, consequentemente, uma elevação das taxas de juros SELIC de 8,75% para 12,75%! E o que fazer, nessas circunstâncias, considerando o ano eleitoral que se avizinha?

A única alternativa para que tal cenário, nada interessante, para as estimativas otimistas de um crescimento entre 5 e 6%, não venha a se concretizar, seria uma ação dura em termos de austeridade fiscal. Embora requerida, com urgência, a sua viabilidade é quase nenhuma. Quem está a mandar no pedaço é a turma da “gastança” que se autodenomina de desenvolvimentista. E, diante da hipótese de perder o poder, venderá até a alma para garantir o poder a qualquer preço.