SERA QUE HÁ EXCESSO DE OTIMISMO?

 


As coisas e os fatos estão subordinados a um grande número de interpretações de seu papel, de seus efeitos e de suas consequências sobre o “estado das artes” de um povo, de uma comunidade ou de uma nação. O Brasil, segundo alguns analistas, vive e experimenta uma das piores crise de sua história. Desmantelou-se o Estado, desestruturou-se a economia e a Operação Lava Jato mostra como valores éticos e morais foram abandonados por práticas de corrupção arraigadas que tem se mostrado, quase que, endêmicas.

Apesar das instituições estarem mais maduras e mais sólidas, elas não desfrutam, ainda, da credibilidade e do respeito necessários a garantir a solidez do estado democrático de direito. OU seja, dúvidas e incertezas pairam sobre o comportamento de uma instituição, como por exemplo, a Justica, que se admite ou admitem os cidadãos comuns, ser ainda um instrumento muito mais destinado a atender as expectativas e aos interesses das elites, dos ricos e dos poderosos, do que de voltar-se para aqueles mais sofridos e desvalidos, pelo menos no sentido de  garantir-lhes acesso, sem diferenças e nem discriminações!

Apesár desse quadro pessimista, parece que começam a surgir indícios ou pequenas evidências de que é possível antever mudanças que indicam que novos caminhos podem se abrir para a sociedade brasileira.

Mais uma vez, enfatize-se, a despeito dessa avaliação ainda negativa do quadro nacional, por parte da sociedade, algumas transformações estão se mostrando possíveis e capazes de permitir que se imagine a possibilidade de surgir um novo tempo para o Brasil e para os brasileiros. Um exemplo marcante disso é o efeito que o desnudamento ou o strip tease de lideres políticos, de empreiteiros, de grandes empresários e de executivos do setor público, mostrando hábitos e práticas criminosas, está produzindo uma percepção e o arraigamento, na sociedade, de um sentimento de que o “crime não mais compensa” e de que a “impunidade parece que não deverá mais prosperar”.

O impacto na opinião pública parece que se tem feito de tal forma e em tal extensão que, mesmo aqueles mais ousados e atirados, temendo serem apanhados  em maracutaias, ou se retraíram ou estão a  buscar novas formas e fórmulas de continuar exercendo o seu papel de corruptores ou de corruptos. Não se pode afirmar que “essa graxa que lubrifica as engrenagens do poder, notadamente, do poder público”, a corrupção, deixará de existir pois é um ente intrinsecamente associada ao poder. Mas, poderá ocorrer que ela continue a existir e, na verdade, espera-se, que venha a continuar a existir nos limites do tolerável e do aceitável, se é que essas atitudes criminosas possam ser, não diria que, admitidas, mas reconhecida a sua existência! Na verdade, não seria, portanto, tolerância mas a constatação de que assim foi, assim é e assim será, em todas as sociedades.

Portanto, ē possível e e provável que a corrupção nos níveis que atingiu não mais prosperará e, com certeza, irá diminuir, sensivelmente, no correr dos anos. Aliás, já são percebidos sinais de que, até mesmo, as chamadas “pequenas contravenções” ou as chamadas espertezas no querer “tirar vantagem em tudo”, parece que começam a ser rejeitadas e abolidas pela sociedade. Os hábitos de não ceder, por exemplo, um lugar ou assento em coletivos a uma senhora gravida ou a um idoso; o ocupar uma vaga de veiculo que de direito, pertence a um deficiente fisico; o nao ceder acesso no transito a quem esta apertado para ingressar num fluxo; o perguntar “com recibo ou sem recibo” ou ” com nota ou sem nota”; o subornar um guarda de transito que registrou ou pilhou o cidadao em uma infracao; o gesto ou atitude de nao devolver algo encontrado e que nao lhe pertence; e o de se apropriar de coisas que nao lhe pertencem; os descuidistas de toda ordem, sao praticas que a sociedade parece que, aos poucos, vai rejeitando e abolindo.

Alias, espera-se que os brasileiros entendam que nao basta combater, com veemencia, a corrupcao de valores e de comportamentos. E fundamental entender  que, alem do desvirtuamento dos principios mais caros da sociedade, implica em limitar o alcance da acao do poder publico, prejudicando, ainda mais, aqueles que a sociedade nao lhes garantiu o direito de igualdade de oportunidades. Mas, da mesma forma que o cidadao n’ao pode ser leniente com essa praga que afeta a sociedade brasileira em particular, e fundamental reconhecer, tambem, que existem desigualdades de renda entre pessoas, entre regioes, entre meio rural e urbano, entre capital e trabalho, entre generos distintos e entre racas e religioes, pois elas sao patentes e visiveis apesar de muitos, no discurso, registrarem apenas protestos contrarios as mesmas.

Tal constatacao tem a ver com o que se espera de mudanca de habitos e costumes da sociedade brasileira pois que, e tambem crucial buscar afastar todo tipo de atitude que exclua as pessoas ao acesso aos seus direitos civis, politicos e sociais. Nao se pode admitir o tipo de comportamento que conduz a posturas discriminatorias que levam a promocao de desigualdades e injusticas e toda ordem.

A atitude preconceituosa,  mesmo que o discurso nao o seja, e contra aqueles que nao tem acesso a determinados servicos sociais ou sja, o “SUS e universal” mas … nem tanto; “educacao, e um diretio de todos e obrigacao do estado”, sao registros constitucionais mas nao sao cumpridos na sua  integralidade. , cada vez mais, os cidadaos responsaveis nao admitem que o oxercicio, o respeito e a promocao da cidadania nao podem se conseguir apenas na base do discurso sem vir acompanhados de praticas resguardadas e respaldadas em solidas conviccoes. Ou seja, todos os chamados “cidadaos de boa vontade” devem ter a nocao de que so se atinge a democracia cidada, se as chamadas desigualdades e diferen;as sao combatidas e sao, efetivamente, reduzidas.

Nao basta reconhecer que as desigualdades de renda entre pessoas, entre regioes, entre meio rural e urbano, entre capital e trabalho, entre generos distintos, de raca e de religiao s’ao patentes e visiveis e registrar protestos contrarios a tais praticas e atitudes.

A atitude preconceituosa, mesmo que o discurso nao o seja, se mostra contra pobres e contra aqueles que não tem acesso a determinados serviços sociais básicos. Ou seja, o “SUS é universal” … mas … nem tanto; a “educação é direito universal de todos e obrigação do estado”  mas não são respeitados e se mostram apenas como registros ocasionais de pouca valia pois, na prática, não operam. Países europeus, mesmo aqueles que enfrentam crises profundas, o acesso aos serviços públicos de saúde e de educação básica   são possíveis e sem discriminação. Ou seja, nos países europeus não são  feitas  distinções de classe social e nem de renda para o acesso igualitário de tais serviços. Aliás, na Europa, ninguém olha com desprezo para a pobreza, para o mau gosto e nem para a velhice, mostrando-se um notável respeito aos deficientes físicos. Ninguem olha com diferença para o “carrinho”  mais simples e mais humilde  derivando, daì e  de tal avaliação o status e a condição do cidadão que dele é detentor.

Hå, parece que graças as circunstâncias, a crise e, talvez ao bom Deus, no Brasil, um processo  em marcha de mudanca de hábitos, de costumes e de comportamentos na sociedade como um todo. O efeito Joaquim Barbosa, Sergio Moro, de jovens procuradores e de membros da polícia federal, parce que estar a prosperar. Também até  mesmo, a atitude ética de figuras vistas como distantes da lei e da moral comum, atē classificadas como contraventoras, pelo menos, como Roberto Jefferson e Eduardo Cunha, já são chamados, por alguns cidadãos, de “bandidos preferidos”, acabaram dando a sua contribuição e mostrando que exemplos de uma atitude dura contra os mal feitos e o desrespeito a ética, estão se desseminando Brasil afora.

Talvez seja um Brasil novo que esteja se descortinando. Tomara que dê certo!

 

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *