SÓ A ALTERNÂNCIA DE PODER RESOLVERÁ A CRISE?

 

Há fatos e circunstâncias que angustiam os brasileiros e lhes tira a perspectiva de que o atual quadro de enormes dificuldades venha a ser superado, em um período de tempo razoável.

São escândalos pipocando aqui e ali, de toda ordem, de todos os tamanhos e em todos os lugares. Não fora apenas o Mensalão, o Petrolão, os embustes da CARF, com bilhões deixados de pagar à Receita; os desmandos no uso dos recursos do FGTS; os presumidos problemas com os fundos de pensão, com os empréstimos do BNDES, as chamadas “pedaladas”, entre outros e, não se sabe quantos mais poderão aparecer com as delações dos empresários, dos políticos e de todos os que não pretedem “pagar o pato” dos malfeitos, sòzinhos!

Se não bastassem os escândalos que, por sinal, já seriam suficientes para desorganizar a vida e as relações na sociedade, os problemas político-institucionais e a dessarrumação da economia, geraram um ambiente extremamente desconfortável na comunidade nacional, com amplas repercussões internacionais.

Alguns analistas do processo brasileiro acreditam que o que ora ocorre no País representa o fim de um ciclo e que, o Brasil, da mesma forma do que ocorreu em 1930 e 1964, estaria a requerer uma ampla reforma do estado, destinada a ajustar as instituições e as políticas públicas aos novos tempos, as novas necessidades e aos novos valores éticos e comportamentais.

Há, como que, a urgente necessidade de passar, completamente, o país a limpo, demonstrável pelo clamor ora por “impeachment” da Presidente, pelo fim da corrupção, ou o “Fora PT”, ou o “queremos reformas”, entre outras demandas explícitas. O fato é que o nível de insatisfação é grande, o desânimo é maior ainda e o cansaço com os líderes políticos e com as próprias instituições, geram uma sensação de que as coisas tem que mudar e mudar, urgentemente!

O falecido Ministro Márcio Thomaz Bastos, consultado sobre como resolver crises como essa que ora se abate sobre o País, dizia que “só com a alternância de poder se garante a possibilidade de superação dos impasses e problemas enraizados em situações como as ora vividas pelo Brasil”.

E, isto porque, em situações dessa ordem, exige-se não só a mudança de quem conduz o processo mas da maioria dos formuladores e gestores das políticas públicas para que se possa estabelecer um novo padrão de ética nos relacionamentos, reformule-se os termos das políticas postas em prática, alterem-se a forma de agir das instituições e crie-se um novo clima, um novo ânimo e uma nova confiança no hoje e no amanhã da nação.

Para que se tenha uma idéia de como é fácil lidar com os sentimentos da sociedade brasileira, embora se se quiser promover transformações e não fazer apenas remendos, o último fim de semana dos brasileiros, parece que ficou mais “desanuviado” pois algumas boas notícias, atitudes e declarações do “Czar” da economia, Joaquim Levy, bem como as ações políticas empreendidas pelo novo articulador político do governo, o Vice-Presidente Michel Temer, criaram um clima mais leve e menos pesado.

Ademais, as boas notícias relacionadas com a parcial equação financeira da Petrobrás além do aumento do preço de suas ações em bolsa; de um índice de preço em março que cresceu menos que o que o mercado esperava; além das ações de Levy junto às agencias de risco e junto a potenciais investidores internacionais que sinalizaram, marcaram, positivamente, os últimos dias. Também, lá fora, começam a dar um crédito de confiança as medidas de ajuste postas em prática, as quais, se não recuperam a confiança dos agentes econômicos, pelo menos, melhoram o humor do mercado.

A depender do Ministro Levy, consciente de que a crise é muito de credibilidade, de confiança e de expectativas, sempre que pode, fornece idéias do que vai fazer ou pretende que seja feito pelo governo para que se “restaure um pouco a normalidade” como, por exemplo, a medida anunciada de que “em duas semanas sairão novas regras sobre concessões” ou a entrevista otimista da Ministra Kátia Abreu sobre as contribuições do agronegocio à superação dos problemas nacionais ou ainda uma notícia “quentinha” de que serão retomadas as concessões na área ferroviária, dão um novo alento aos agentes economicos.

Finalmente, já e já, empreendedores e investidores internacionais estarão demonstrando interesse pelas enormes e múltiplas oportunidades de negócios do Pais. Basta que as coisas comecem a se arrumar, o ambiente econômico fique menos hostil e mais atrativo e o propinoduto opere nos termos e regras internacionais e  em “valores aceitáveis”.

Ou seja, há um espaço enorme de ações do estado, aí incluindo-se a União, estados, municípios e sociedade civil, para que se vá, aos poucos, melhorando o clima e o ambiente e se comece a acreditar que as coisas têm jeito!

 

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