SOB A SÍNDROME DA LISTA!
De repente o País só tem uma pauta e uma agenda: “a lista de Janot”! Se a simples menção de sua existência Já havia provocado perdas e danos, agora,com a sua divulgação, os estragos não ficaram e não ficarão por aí. A ” maldita” vai continuar promovendo uma série de desdobramentos pois que o clima no país oscila entre o “querer ver sangue”, ou seja, uma espécie de desejo de vingança de muitos. E isto ocorre por conta da decepção, do desencanto e da frustração diante de líderes em quem se colocava alguma fé!
E, por outro, a reação ocorre também por parte daqueles que acham que “tudo vai terminar em um “acordão” entre as partes” pois que, em “briga de cachorro grande”, só quem tem a perder é a chamada raia miúda. E , portanto, só os pequenos irão pagar o ônus e como para dizer “que não falei de flores” ou melhor, que não se fez nada, a encenação é montada.
Não obstante tais ponderações, examinando com mais vagar a lista, as circunstâncias que a cercaram e, a forma como ela foi encaminhada ao STF, existem alguns questionamentos e dúvidas sobre a sua seriedade e o compromisso com a verdade pois, em primeiro lugar, não houve denúncia contra ninguém, mas tão somente, pedidos de investigação!
Ou seja, foram encaminhados ao Supremo pedidos para abrir investigação ou, na linguagem hoje já popular, para “instaurar o competente inquérito” e, a partir daí, esperar-se que algo ocorra!
Considerando os ritos e os prazos processuais, alguns dos “figurões” envolvidos, de um lado e do outro e a presumida necessidade de garantir a governabilidade, via sustentação parlamentar, a tendência é que a coisa gere mais encenações e desgastes do que resultados objetivos.
Ademais, ainda há aquele “forte” argumento de que todo esse “imbroglio” estaria paralisando o país, aprofundando com isso ainda mais a crise que, com o ajuste fiscal, já provoca notáveis estragos, como, por exemplo, impedindo a geração mínima de emprego e renda.
Há indícios de que o processo mostra mais a preocupação de “enganar” os incautos ao procurar demonstrar que os “responsáveis serão punidos severamente” do que, efetivamente, passar a limpo o País, com quer o responsável por essa verdadeira “Operação Mãos Limpas” no Brasil, no caso o Juiz Sérgio Moro. E quais seriam tais indícios?
O primeiro deles é de que nenhuma menção se faz a Lula, a Dilma, a José Sérgio Gabrielli, Graça Foster, Sergio Machado, e tantos outros, o que causou estranheza a muita gente; o segundo é que, o fato inusitado de excluir a Presidente argumentando que “no período de 2011 para cá, ela não estava mais a frente do Conselho de Administração do órgão, portanto não teria qualquer responsabilidade pelos desmandos”, é inaceitável e não têm qualquer sustentação em uma argumentação plausível. É público e notório que, na verdade, tudo ocorreu durante o seu período à frente do Conselho de Administração da Petrobrás e continuou a ocorrer quando pessoas de sua mais estrita confiança estiveram a frente da empresa.
Se isto não bastasse, as visitas do Procurador ao Planalto — ao Vice-Presidente, Michel Temer — e ao Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo — inclusive a última, em Buenos Aires — são consideradas inopinadas, inoportunas e de deixar “uma pulga atrás da orelha” de qualquer observador.
Além do mais outros fatos devem ser adicionalmente considerados.Por exemplo as ditas ameaças de morte ou de atentados à integridade física do Procurador Janot, identificadas, por acaso, pela “inteligentzia” do Ministério da Justiça, logo, exatamente, agora, deixam no ar algo de suspeitoso! Também consta a especulação de que esse é o ano em que se define a escolha de um novo Procurador ou a recondução do atual o que, na característica de constante suspeição e desconfiança dos brasileiros, tal poderia levantar dúvidas sobre a correição dos nomes listados e dos crimes a eles atribuídos!
Finalmente o foco da lista, coincidentemente ocorre sobre figurões que incomodam bastante o Palácio do Planalto. E fica a dúvida no ar de algo que pareceria sob encomenda, notadamente uma quase explícita tentativa de desmoralização do maior partido do Brasil,mó PMDB, pela inclusão de seus principais líderes — Presidente da Câmara, do Senado, Presidente, de fato, do partido, Senador Valdir Raupp, alem de líderes como Romero Jucá — na famigerada lista.
Parece um movimento bem articulado, pensado e concertado para desarrumar a oposição, que de fato, o PMDB estaria montando nas duas casas do Congresso!
Diante de tudo isto a única coisa que se tem certeza é a de que os nomes sugeridos como envolvidos em mal feitos no processo ou os que estão sendo mandados investigar, com certeza irão “sangrar” por muito tempo, com o trabalho da midia investigativa e do jogo de interesses e de disputas politico-partidárias.
Portanto estarão sujeitos a chantagens de toda ordem e já se pode imaginar um “cidadão”, homem público, está todo dia na mídia, subordinado a depoimentos de testemunhas, ás vezes, inescrupulosas ou, a serviço de interesses escusos!
Com certeza tudo isso irá prolongar o sofrimento, o desgaste e o sangramento dos políticos apontados por Janot.
A festa é grande para a mídia mas, se bem examinado, no momento de crise em que vive o Brasil, não há ninguém que esteja rindo à toa do que os advogados que pertencem as famosas bancas do País que, independentemente do momento por que passa a Nação, faturarão ou já estão a faturar, valores que vão muito além da imaginação pois que, já agora, as empreiteiras do país e os seus diretores, já gastam fábulas nessa fase do processo.
Diante de todos esses fatos e, depois da saída de cena do Ministro Joaquim Barbosa, a maioria da população está descrente de que tais denúncias venham a prosperar. A unica esperança reside na determinação do Juiz Sérgio Moro e, agora, nos efeitos benéficos da chamada PEC da Bengala que fará com que todos os membros da Camara do STF que apreciará os processos, venham ter mais 5 anos de vida útil. E isto pode levar a uma total independência da Corte como nunca dantes se viu!
Mas se a PEC da Bengala ainda tiver que passar pelo Senado, com certeza, os doze senadores para os quais foram solicitados processos investigatórios, só apreciarão a matéria depois de ocorrer maior “compreensão e tolerância” para com eles que talvez tenham sido, “apressadamente”, incluidos na lista, apenas porque receberam doações eleitorais, devidamente previstas em lei, sem poder saber se o dinheiro provinha de alguma fonte suja ou, pelo menos, suspeita!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!