SUCESSÃO: COMEÇOU A TEMPORADA DE CAÇA!
Apesar das manifestações, algumas sinceras mas, com certeza, a maioria insincera, de que era inoportuno, inconsequente e um desserviço ao país, deflagrou-se o processo sucessório nacional. Não vale à pena atribuir a Lula ou aos temores de Dilma relacionados às aspirações e ambições de Lula ou a própria inércia da oposição, o fato concreto é que o processo foi iniciado e, como era de se esperar, acelerou os processos sucessórios nos estados.
Começaram a armar-se os palanques estaduais, tanto via coligações partidárias para garantir tempo de televisão, principalmente, mas também para angariar apoios e simpatias políticas. Ademais, para que se viabilizassem os apoios aos presidenciáveis, a Presidente resolveu promover reforma ministerial destinada, obviamente, a reestabelecer composições e apoios partidários à sua sucessão.
Por outro lado, nos estados, os movimentos tanto de negociação e composição estão também enveredando para os denuncismos, com a fabricação de dossiês como sói ocorrer no Rio de Janeiro, como também enveredam para a busca de posições de poder, obras e serviços capazes de garantir aos partidos os instrumentos necessários para enfrentar os desafios da próxima eleição.
Por outro lado, o processo de divulgação de pesquisas de opinião bem como a manifestação midiática mostrando tendências opinativas de possibilidades de sucesso dos candidatos, máxime aqueles detentores do poder político, conduzem a atitudes como a do próprio presidenciável Eduardo Campos que informou ao “distinto público” que, se em outubro não tiver alcançado 10% das preferências, deixa de ser um concorrente de Dilma.
Por outro lado, os mais otimistas acreditam num sentimento mudancista que toma conta do País e de um certo sentimento de uma espécie de “fadiga do material” em relação aos atuais locatários do poder. De outra parte, os pessimistas acham que com o tempo de ocupação do poder, o aparelhamento do poder pelo PT, a desvinculação que já se faz dos erros cometidos por Lula e seu pessoal, não tenderão a comprometer o itinerário de Dilma. Esses acham que, com a popularidade da Presidente, com a máquina aparelhada como está, com a covardia do empresariado que se sente aquinhoado pelas renúncias fiscais garantidas por Dilma e não pretende se aventurar no apoio a outro candidato e com o fato de Eduardo Campos ter muito pouco tempo de TV e de Aécio continua conciliador, pessedista ao extremo, e sem maior ousadia, a tendência é que tudo favoreça a mais quatro anos de PT no poder.
Mas há quem acredite que já na próxima pesquisa Eduardo Campos chegará aos 10%, as negociações entre ele e certos partidos pequenos abrir-lhe-á campo para garantir maior tempo de TV e o empresariado nacional vai abrir espaço para uma chance de renovação do poder político. É esperar para ver quem vai estar certo: os mudancistas ou os conservadores petistas.
Tomara que Eduardo Campos consiga a pontuação que o coloque na disputa, pois, caso contrário, se não acontecer , a disputa , de certa forma, será fácil para o PT continuar com essa política sem escrúpulos, onde vale tudo pelo poder. Acho inadmissível, em uma democracia, um partido, entre vários, se manter no poder por 16 anos. Tudo isso é sinal que não temos lideranças de verdade e que esses partidos são todos fachadas, sem ideologia, onde apenas o poder importa, com todos os seus acordos. Disputa bonita será com debates de qualidade entre Dilma, Eduardo Campos, Aécio Neves e Marina Silva. Espero !
Que país o nosso! Os 10% que eram o antigo preço das propinas, agora se tornaram a entrada para participar de uma corrida de praticamente terá apenas um corredor(a). Será que o candidato já não esta abrindo negociações antes mesmo da largada? Isso lembra a personagem, viúva Porcina, da novela Roque Santeiro: aquela que era sem nunca ter sido.