SUCESSÃO, REFORMA E A TEMPORADA DE CAÇA!
Ninguém tem qualquer dúvida de que a sucessão, não apenas a Presidencial como a dos estados, já deu a sua largada. Ninguém também ousaria admitir que algum projeto sério, alguma reforma institucional ou alguma medida destinada a enfrentar os grandes desafios e gargalos do País, será apreciada e votada este ano. Da mesma forma que ninguém acredita que a inflação vá ficar abaixo dos 6,5%, ao final do ano e, que o crescimento econômico supere os 3%!
A única coisa em que há uma grande torcida, uma espécie de “wishful thinking” é que venha a ocorrer é que o STF não se desmoralize levando a descrença generalizada do País no último bastião de esperança de que a impunidade, pelo menos, uma única vez, não será tolerada. Espera-se que esse embate entre o Judiciário e o Legislativo, que ora é travado, não se amesquinhe nem se apequene e que, para o bem da cidadania, da justiça e da democracia, não leve a um desfecho em que se vilipendie uma Corte que, desde o ano passado, vem conquistando as simpatias dos brasileiros.
Mas mesmo que, para tristeza nossa, certos temas, tão aguardados e esperados por um encaminhamento, pelos brasileiros, venham a fazer parte do discurso de algum dos pretensos candidatos a presiddente da república, a avaliação deste scenarium é que não prosperarão, em termos da definição de uma vontade política, para que se transformem em realidade. Ou seja, a partir do problema ou do impasse quanto ao julgamente dos mensaleiros,agora, excluem-se não apenas das decisões mas, até mesmo, de alguma discussão séria e profunda, a agenda do País. Neste mesmo momento em que se coloca tal questionamento, o Presidenciável Aécio Neves levantou a proposta do fim da reeleição e do estabelecimento de um mandato de cinco anos para os cargos executivos no País — aliás, proposta duramente criticada pelos seus próprios parceiros de PSDB! Era de se esperar que se abrisse uma ampla discussão sôbre a famigerada mas, lamentàvelmente natimorta reforma política! Se a mesma viesse ocorrer, mesmo precária e limitada, na verdade, oxigenaria a vida política e pública do país, fazendo renascer a esperança de que a seriedade, a responsabilidade e a legitimidade voltassem a ser a marca de desempenho dos políticos do Brasil.
Nem definição de critérios de tamanho de mandatos; nem o fim do financiamento privado de campanha; nem o fim da reeleição; nem o distrital quer puro ou quer misto; nem o fim das coligações partidárias; nem a cláusula de barreira para conter o ímpeto de criação de siglas partidárias, deverão ser objeto de qualquer discussão nem este ano e nem no ano que virá. Aliás, só o que está prosperando até agora é o projeto de lei que amplia para 61% o tempo de televisão da Presidente Dilma Rousseff!
Se no campo político sói ocorrer, a tal reforma tributária ou, no sentido mais amplo, reforma fiscal, essa já está de todo sepultada mesmo com o faz de conta que foi a aprovação na Comissão do Senado, da unificação da alíquota do ICMS, em 4%, para todo o país porquanto, com tantas restrições e condicionalidades, tal unificação em nada ajudará o país a corrigir imperfeições e superar limitações ao seu crescimento!
Na verdade, nem o imbroglio dos royalties vai ficar, de todo resolvido, nem os novos critérios para a distribuição do FPE e nem medidas destinadas a conter a violência no País ou melhorar a qualidade da educação e da saúde. Nem mesmo a seca do Nordeste encontrará alguma discussão mais séria ou medida para acelerar o pouco de investimentos prometidos como a Transposição do São Francisco, a Transnordestina, a duplicação da Br 101, a implantação das refinarias Premium do Ceará e do Maranhão, além do apoio às siderúrgicas ora em instalação!
Na verdade, nem sequer uma disputa interessante e envolvente, capaz de mobilizar a sociedade brasileira, parece que não se terá na proporção em que, os aliados de Dilma Rousseff não querem uma disputa mas uma vitória por WO. Aí não dá. Aí os brasileiros vão ter saudades dos tempos do estado autoritário onde, pelo menos, lutas pela anistia, pelas diretas já, entre outras, mobilizavam o interesse nacional!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!