SURPRESAS, SEGURANÇA E A OMILIA DO DOMINGO!

O cenarista ficou deveras empolgado com a apresentação brasileira quando da abertura dos jogos olímpicos do Rio de Janeiro, 2016. Não apenas com a criatividade e a beleza da apresentação bem como diante da sua oportuna simplicidade, face as naturais restrições orçamentárias. Também, chamou a atenção de todas e todos, as mensagens de defesa do ambiente, da sustentabilidade e do desenvolvimento econômico-social.

Foi bela, emocionante e não fugiu a esperada apresentação da história brasileira, sem part-pris e sem ideologismos, bem como foi primoriosa na exteriorização dos valores, da  beleza e do que a miscigenação racial e o sincretismo religioso tem produzido para o caldeamento da cultura nacional além de mostrar, também sem exaltações superlativas,  a riqueza de sua arte e de sua música.

A aberrtura das Olimpíadas sensibilizou, tocou e emocionou a todos, gregos e troianos, daqui e dalhures. Mostrou a cara do Pais, sem superlativos que exaltassem características que não correspondem à realidade e a verdade histórica e factual da sociedade; sem as costumeiras dramatizações e exageros, extremamente pessimistas, tão comuns quando são discutidos os problemas e agruras da Nação e sem aquela tentativa de justificar os seus vícios, os seus erros e os seus equívocos.

Problemas estruturais, institucionais, políticos, éticos e morais, que expuseram as vísceras de uma sociedade e que promoveram um pessimismo que se alastrou por todo o País, diante da caótica situação do Brasil, não foram omitidos nem tampouco foram alardeados e dramatizados como sói costumeiramente ocorrer.

Também, diferentemente dos temores quanto à segurança do Rio de Janeiro, diante da desorganização e da improvisação que sempre substitui neste país o planejamento estratégico, o que, surprendementemente se assistiu foi uma tranquilidade inquestionável o que, diga-se de passagem, esteve sempre presente nos grandes eventos realizados no País. Até um episódio de tentativa de assalto de um bandido a um diplomata russo culminou com a morte do meliante pela própria vítima e com o russo são e salvo.

Tudo tem sido surpresas as mais agradáveis e interessantes porquanto, até o problema de mobilidade urbana, tão explorado pela mídia de que não tenderia a operar diante das exigências das Olimpíadas, pelo menos na avaliação do cenarista, não muito habituado ao uso de transportes públicos, impressionou com a qualidade, a precisão e a limpeza de metrôs, brt’s, trens, vlts e ônibus, nas vezes que fez uso dos mesmos ou para ir a Vila Olímpica ou para o estádio olímpico —  o chamado Engenhão — além da arena dos jogos de voleibol de praia.

E isto leva a uma reflexão das mais necessárias sobre o que pensam os brasileiros de si mesmos, do que a mídia avalia o País, a sua infra-estrutura, os seus serviços e, até do que esquecem de exaltar quanto a beleza natural de seus vários sítios. O que se conclui é que não tem sido justos os críticos, ou melhor, tem sido deveras impiedosos na sua avaliação e no seu julgamento das coisas, dos eventos e dos desempenhos do próprio País. E isto tem gerado, no exterior,  uma imagem altamente negativa do Brasil.

Talvez marcados por esse complexo de inferioridade que é a chamada síndrome de primeiro lugar — até mesmo um segundo lugar, um vice ou uma  prata, não vale e não conta! — a avaliação é sempre muito pessimista ou negativa, mormente a propiciada pelas elites e pela mídia!

Aparentemente, como o título desse comentário sugere ou incorpora, a idéia de que a omilia  da missa da igreja católica do último domingo, dia 7 de agosto, teria a ver com o evento, não Requer algumas explicações. Nas leituras e no evangelho, três características exaltadas por Cristo  e por seus discípulos, são deveras oportunas serem mencionadas. A primeira é a de que, como bem chama a atenção a parábola mencionado por Cristo sobre a atitude do empregado ao ser atribuído a ele o cuidar da casa durante a ausência do patrão.Ali Cristo exalta aquele que o faz da melhor forma possível e tudo cuida para que, no retorno, o patrão fique feliz e satisfeito com o tratamento recebido por ele por parte do empregado.

É uma exaltação à capacidade de gestão das coisas e dos negócios onde merece ser exaltado quem a faz da melhor forma possível. Diz o evangelho:  “A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido”.

Nas leituras duas características chamam a atenção, a primeira a fé, notadamente aquela que não precisa de provas e nem demonstrações para que se acredite na palavra de Deus. E a segunda, diz respeito ao desprendimento, porquanto um homem cresce no conceito de Deus e cresce para a vida quando ele deixa de ser refém do dinheiro, do poder e das glórias e luta o bem combate voltando-se a fazer o bem e patrocinar a generosidade.

Apesár de serem, aparentemente, aspectos mais ligados à religiosidade, tais caracteristcas, a doação, a generosidade, a fé e a capacidade de cuidar e de gerir, é que aproxima o espírito olímpico, o que ocorre no Rio e o décimo nono domingo do tempo comum.

 

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