TERMINADA A FESTA DOS ESPORTES, COMEÇA A FESTA DA DEMOCRACIA!
A engrenagem da vida é isto. Mal terminou uma batalha, surge outra, diferente e distinta, embora não empolgando tanto quanto a recém terminada mas que, pela sua relevância para a vida das pessoas e das comunidades, deveria ser até bem mais envolvente, mais determinante e mais marcada pelo embate cívico que ela deveria promover. Aí vem o mais importante dos pleitos eleitorais que é a escolha do poder local. E, lamentavelmente, pelas deformações da estrutura político-administrativa brasileira, numa verdadeira agressão ao exercício da cidadania, o município não merece o respeito e a caracterização de sua relevância no contexto nacional.
Caber-lhe-ia, como é esperado e legítimo, todas as mais relevantes responsabilidades e compromissos para facilitar o ir e vir do cidadão e o atendimento de suas necessidades fundamentais e aspirações mais legítimas.
Mas, ao contrário! Sobram-lhe encargos, responsabilidades e compromissos! Faltam-lhe meios, recursos e a necessária autonomia orçamentária e financeira para cumprir o seu papel. E aí se geram os impasses, a precariedade dos serviços públicos, além da falta de legitimidade, presteza e diligência necessárias que as questões locais requerem — e quase todas são locais ! — porquanto muitas delas são decididas a nivel estadual e federal. Como a cultura do país é centralizadora, ainda herdada do período monárquico, as distorções e disfunções abundam!
Ainda não há uma compreensão de que a vida das pessoas se faz ali pois é no município onde as relações de solidariedade, de fraternidade, de amizade e a vida em sociedade se constroem e tais relações interpessoais e grupais se processam, pois ele é, com certeza, o núcleo central do exercício da cidadania.
Ninguém vive na União, nem no estado. Mas, na comunidade, onde tudo se dá, tudo se processa e tudo ocorre. É por isto que em países de democracia menos imperfeita, todas as decisões ocorrem no âmbito da comunidade, reduzindo-se ao mínimo a interferência do estado e do poder público central no exercício da cidadania. As normas de convivência se criam e se estabelecem no seio da comunidade que faz as suas escolhas, estabelece os seus caminhos e define o modelo de prêmios e sanções para que a sociedade civil organizada cumpra o papel para a qual os cidadãos estabeleceram o pacto social que os abriga e garanta as bases para o respeito aos deveres e direitos concebidos, concertados e pactuados!
Ademais, para que tudo seja legitimado, os detentores de mandatos para exercitar ou exercer as funções e as responsabilidades que lhe foram conferidas, são eleitos, sistematicamente! Assim, é possível concluir-se que, um dos mais graves problemas brasileiros é o excesso de centralização que traz consigo, num país de dimensões territoriais como o Brasil, muitas vezes, a ilegitimidade da intervenção do poder público; a demora na tomada de decisões, o excesso de burocracia e a corrupção, quase endêmica e sistêmica.
Cada vez mais se clama e se pede “mais Brasil e menos Brasilia”, da mesma forma que se cobra maior protagonismo da sociedade civil na construção de seus destinos. A isto não se chama de privatização mas devolver o cidadão a sua competência e o seu direito de estabelecer as suas prioridades diante de seus sonhos, de seus anseios e de seus problemas. Cada vez mais o mundo estabelece que não quer mais a ditadura das aspirações pessoais estabelecida pelas ideologias e pelo estado. O que se quer é que o estado seja sério, ágil, legītimo e atue na correção de distorções, disfunções e na correção de desigualdades e injustiças.
É isto que se espera que o pleito municipal, menos marcado pelo aviltamento da presença do poder econômico, embora reduzido prlas mudancas na legislação, no estrago provocado pela Lava-jato, da máquina do estado, marcado pelas lições da crise que vivem as empresas e as máquinas governamentais comecem a permitir uma melhora nos quadros de dirigentes e de representantes a serem eleitos no próximo dia 2 de outubro, após uma reflexão critica por parte dos cidadãos, acreditando que a melhora da política ocorre com a melhora de suas escolhas.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!