THE WINNER TAKES ALL!
A experiência do cenarista, como uma espécie de espectador engajado, interessado em conhecer o que vai por este País, emergente como o Brasil, embora diferenciado em termos de história, de cultura, de localização geopolitica e de atitude perante os vizinhos, permitiu que se concluísse que os turcos conseguiram a proeza de promover alterações nas bases institucionais e na sua estrutura sócio-econômica que mudaram, fundamentalmente, as características básicas do País otomano!
Para começar, as reformas institucionais promovidas a partir de 1923, com o fim do Império e a institucionalização da República, pelo herói inquestionável do País, Marechal Mustafa Kemal Atarturck, produziram transformações tão profundas que não só ocidentalizaram a nação como a modernizaram, sobremaneira. Esse processo e a conscientização de direitos e obrigações da cidadania, legado pelo “Pai da Turquia”, foi construído de maneira relativamente sólida, de forma a garantir o que hoje se observa no País: relativa estabilidade das instituições e do processo democrático.
Por outro lado, embora preconceituosa e discriminatória a visão dos turcos em relação aos 25 milhões de curdos, há uma coexistência pacífica entre as duas etnias. Também, as relações entre o país e os seus vizinhos, tornou-se menos belicosa e, mais tranquila!
A partir de uma certa estabilidade das instituições, foi possível construir uma expansão da economia, dinâmica e sustentável, que jã vem ocorrendo por mais de quinze anos. Tanto é que, só no governo do atual Primeiro Ministro, a economia expandiu-se em mais de três vezes, em pouco mais de dez anos e o seu dinamismo é quase comparável ao da China!
E os planos turcos são orientados a fazer com que a sua economia do País se coloque entre as dez maiores economias do mundo, até 2020!
Os ganhos na área social são bastante relevantes não só na área da educação — os indicadores gerais e a qualidade são bem melhores que os do Brasil — bem como nas áreas de saúde, de controle e redução da violência e de melhoria da mobilidade urbana, chamam a atenção pelo esforço e pelo entusiasmo com que os turcos apoiam e aplaudem tais iniciativas!
Chama a atenção ainda o fato de, compromissos assumidos pelo governo, serem publicizados em faixas e cartazes, especificando a natureza da obra e o prazo de entrega, numa busca de prestação de contas e transparência sobre o que é feito com o dinheiro público.
Por outro lado, dois aspectos do comportamento das sociedades e dos turcos de per si, chamaram a atenção do cenarista. Apesar dos quase 18 milhões de cidadãos, as ruas são limpas, o transporte publico opera a contento, e, a presença de ladrões ou de espertos, é rara.
Mais presente e típico é a cultura barganha onde, não são fraudados preços nem qualidade da mercadoria mas, apenas, uma discussão à exaustão, dos valores a serem cobrados. Talvez mereça um olhar atento das autoridades no comportamento de taxistas, deixando sempre sobressaltado, o turista.
Por outro lado, é interessante observar que, no caso dos muçulmanos que são mais de 90% dos turcos, a religião ajuda a refrear as tendências à contravenção e a outros pequenos delitos da população. Isto é o que pareceu ao analista, diga-se de passagem, sem maiores informações e dados apenas pela observação e pelas considerações de pessoas com quem o cenarista se relacionou.
De tudo que foi visto, dos mecanismos pecuniários de apoio aos estudantes universitários; de um, aparentemente, eficiente e também universalizado sistema de saúde; de um modelo de tributação destinado a estabelecer mecanismos compensatórios de renda além de instrumentos destinados a corrigir desigualdade de renda entre pessoas, há uma convicção que a busca do estado de bem estar social faz parte das preocupações do governo.
Claro que a neutralidade das politicas destinada a dar suporte e estimular a economia, notadamente aos pequenos negócios, faz-se presente, à exceção nas tendências de países emeergentes, de procurar proteger certos segmentos industriais da concorrência, ás vezes até predatória, a nível internacional!
Na verdade, a experiência turca merece um exame de como foi possível enfrentar tantos desafios e colocar o pais no rumo certo! Embora o Brasil já saiba de tudo, um pouco de humildade no observar como conduzem o País os turcos, ajudaria o País a melhorar as suas políticas e a gestão da coisa pública!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!