TRÊS TÓPICOS, TRÊS ASSUNTOS!

Na base do “ou vai ou racha”, racha!

O governo, diante de uma reação, em cadeia, da sociedade civil brasileira, após tantos equívocos, destemperos e leviandades dos que ousaram na montagem do Programa Nacional de Direitos Humanos, resolveu repensar, reexaminar e recompor o nível de ousadia de suas propostas e idéias. Reviu a posição relativa ao aborto, aos ícones religiosos nos prédios públicos, a intervenção autoritária e constrangedora sobre a liberdade de imprensa, entre outras incursões, perigosas e controversas. E, em função da pressão da mídia e da sociedade civil, os arautos dos velhos tempos e das velhas idéias da república socialista bolivariana, descobriram que ainda não era o momento certo de ousar nos limites intentados. E, aí, em vez do ou vai ou racha, para não rachar de vez, os ideólogos do Planalto, para não perder os dedos, resolveram apenas perder os anéis e, “arrecuaram os beques”.

Da mesma forma, a arrogância, a prepotência e a ousadia dos que fazem as lideranças do Rio de Janeiro, do Espírito Santo e do Planalto Central, entenderam que, sem querer negociar, estão a correr o risco de perder os dedos, também, no caso do pré-sal. A emenda Ibsen/Humberto Souto, por mais que a mídia do Rio queira diminuí-lo e desautorizá-lo, chamando-o de anão do Orçamento, Ibsen, de maneira sóbria e, de conformidade com a sua idade e o seu tempo, impávido, mantém a posição que é de unir e não de dividir o país. Se os presunçosos, arrogantes e pretensiosos tivessem cedido, numa negociação em que todos ganhassem, ao não aceitar abrir mão de um pouco a favor de muitos, agora, perdem tudo ou, se se juntarem ao resto da Federação, colocarão a conta no colo da União. Está na hora de aproveitarem, os estados, a oportunidade de estabelecerem as bases de um verdadeiro federalismo fiscal. Para não perderem o que iam perder, a emenda proposta por Ibsen Pinheiro ao Senador Pedro Simon põe a conta, na primeira fase, para que a União banque as perdas dos estados e municípios produtores. A hora é de buscar, não os artifícios da esperteza de querer adiar, sine die, a decisão sobre a matéria, para o ano de 2011, o que, por mais ingênuo que fossem prefeitos e governadores, não aceitariam a proposta. Mas, sim, estabelecer algo que todos, que são donos da riqueza nacional, ganhem. E, os que tiverem algum dano ambiental, ganhem um diferencial pago pela União. É esse o caminho a palmilhar e a seguir e, dessa forma, estabelecer um novo tempo para a federação brasileira e o fortalecimento do poder local.

Pesquisas: cada qual faz a leitura que lhe convém!

A última rodada de pesquisa DataFolha mostra que Dilma atinge 30% na preferência dos eleitores enquanto Serra continua liderando o processo com 35% das intenções de votos. No arraial do petismo, os dados levaram a uma notável euforia. No campo dos tucanos e das oposições que, diante da boataria que antecedeu a publicação dos resultados antecipando que Dilma poderia até passar Serra, a euforia não foi menor. Serra continua cinco pontos percentuais a frente e, em qualquer simulação para o segundo turno, é o vencedor. Claro que Dilma continua se beneficiando do fato de que Lula atinge 75% de aprovação e o seu governo, cerca de 83%! Claro que o crescimento de 27 para 30% de Dilma e a redução drástica de sua rejeição – caiu de 45 para 27% – preocupa os tucanos. Mas, os mesmo advertem que, diante de toda indefinição das oposições, do silêncio de Serra quanto a sua candidatura e do fato de Serra haver estabelecido que só no dia 10 de abril, anunciará que será candidato a Presidência, mostram a força de seu nome. Ou seja, manter a liderança por todo esse tempo, sem se dizer candidato, sem haver lançado a campanha e sem ter feito as costuras para a construção dos palanques nos estados, mostram a força de Serra e as suas efetivas possibilidades de eleição. Agora, com os dois na planície e sozinhos, sem padrinhos, indo a campo, aí a sociedade poderá melhor avaliá-los.

Ainda quanto à sucessão presidencial, a situação do PMDB começa a se complicar. Michel não é o homem de Lula. Os estados assumem as suas posições e fazem as suas negociações sem dar bolas para o que acontece a nível nacional e, o fato de Lula, até para viabilizar Dilma, querer emplacar, de qualquer jeito, Meirelles como Vice, já está levando o partido a um processo de crise existencial. Como Henrique Eduardo Alves já foi uma vez para o brejo, como candidato a vice, a vez agora é de Michel. E, se ele pensava que contava com o PMDB do Senado, pode “tirar o cavalinho da chuva”, pois que tendo Renan se sentido excluído do grupo que negociaria com Lula, na última reunião do partido com o Presidente, a tendência é que Renan, junto com Sarney, assuma outro caminho que não o de apoio a Michel e a Dilma.

Juros: Para onde vamos?

A taxa SELIC não aumentou, mas em compensação, os bancos, inclusive os públicos, anteciparam-se e aumentaram as taxas de juros na ponta. A Selic foi mantida, mas com a ameaça de que, na próxima reunião do COPOM, ela deverá ir, para, pelo menos, 9,25%!

O que irrita a todo o mundo é que, embora a SELIC seja a grande preocupação do momento, o que se espera é que se comece uma discussão, séria, objetiva e responsável sobre como reduzir as taxas de juros na ponta. Não é possível que o Brasil continue a ser o campeão mundial das taxas reais de juros e, sinceramente, tente estimular o crescimento e a expansão econômica. Ora, com o elevado custo Brasil, com uma burocracia exasperante e com a falta de propósitos quanto à política de estímulo ao desenvolvimento econômico nacional, aliados a uma carga tributária e um peso enorme de encargos sociais, cada vez mais, se estreitam os espaços de crescimento do País. Mas este é um assunto que merece uma análise mais profunda das implicações da ausência de uma discussão séria sobre a matéria.

2 Comentários em “TRÊS TÓPICOS, TRÊS ASSUNTOS!

  1. Maximo,
    Acho que a sua ideia ‘e a mais ponderada e, provavelmente, o senado marchar’a nesse caminho. Quanto ao Serra, bem, a minha ideia era que Aecio seria bem mais facil mas, acho que Dilma chegou no teto mas, como voc^e disse, os bolsa tudo poderao fazer a grande diferen’ca.

    Abracos do tio e amigo,
    Paulo Lustosa

  2. Enquanto cearense morador do Rio de Janeiro, há mais de 30 anos, sou a favor de que para os contratos fechados até o momento e tudo que não envolva o pré-sal fiquem como sempre foi (60/40, se não estou enganado). Já o pré-sal – suposto dinheiro novo – que se assuma a medida do Ibsen Pinheiro.

    Com relação, ao Serra, tenho a sensação que o Serra não ganha de ninguém que tenha o presidente Lula do lado. Primeiramente, porque o estado está inchado de funcionários agradecidos, depois porque parte da população melhorou realmente de vida (e vão bater na tecla da comparação 8 por 8), além dos votos garantidos com os bolsas tudo. Acho muito improvável que alguém vote sem saber o que será da sua bolsa. Pelo que tenho visto das mães dos meus alunos, o Serra vai ficar atrás do Enéas.

    Um abraço, tio.