TROCA-SE UM PAÍS VIRTUAL POR UM PAÍS REAL!
Em um dos debates entre os presidenciáveis transmitidos por um dos canais de televisão, um dos participantes questionou a Presidente Dilma Roussef sobre essa terra prometida “de leite e mel” “onde não haveria desemprego, a inflação estaria sob controle e a suposta recessão da economia seria muito mais um erro de avaliação dos adversários do governo do que uma questão objetiva e de fato”. Ou seja, segundo a Presidente, a chamada Felicidade Nacional Bruta alcançava os seus maiores índices e, o que o povo, de fato queria, segundo Dilma “era que fossem mantidas todas as benesses garantidas pelo seu governo e que a qualidade dos serviços que hoje são oferecidos aos brasileiros, fosse mantida”!
Ora, esse parece não ser o país real pelo menos na opinião da maioria dos brasileiros. Aliás, o país em que vivem os cidadãos dessa “terra descoberta por Cabral”, está muito mais marcado por violências de toda ordem, desestruturação da vida urbana, desindustrialização e, pelo que se percebe, por um atraso generalizado. E, pelo que se sente, tudo que as instituições e o poder constituído divulgam para o cidadão comum não parece muito confiável e verdadeiro. Aliás, para muitos, tudo cheira a falso, maquiado ou manipulado.
Agora mesmo os jornais, ao mostrarem um desempenho um pouco melhor da balança comercial brasileira, em agosto, advertem que o “superávit de 1,17 bilhão de dólares em agosto foi inflado por uma manobra fiscal do governo”. Segundo se afirma, o resultado é fruto da venda de uma plataforma de petróleo cujo resultado da transação teve o seu valor lançado na contabilidade externa do país, sem uma lógica advinda de uma transação real de bens e serviços do País.
Por outro lado, a propaganda no rádio e na televisão do País, no famigerado horário eleitoral gratuito, leva os brasileiros a constrangedora constatação ou sensação, de que estão sendo visto, pelos candidatos, como um bando de “abestados”, na linguagem dos cearenses ou, por um bando de ingênuos, distraídos e alienados.
Ao sair-se desse delírio dos programas dos candidatos, onde a desonestidade impera, nos intervalos, depois de toda essa frustração, ingressa-se, uma outra vez, em outro mundo fantasioso. Os comerciais das empresas estão hoje marcados pela propaganda enganosa e pelo oferecimento de produtos que, no mais das vezes, não serão entregues ou se forem, não o serão no tempo acordado e as suas garantias propostas, de certo, não serão respeitadas.
Ademais, todos os dias, as informações colocadas a público, pelos órgãos oficiais, são maquiadas, não só do ponto de vista contábil bem como por uma manifesta irresponsabilidade e um verdadeiro gesto criminoso, dando uma demonstração patente de que, como ninguém vai ter a pachorra de checar os dados e as informações oferecidas, os ingênuos e os incautos irão engolir a tramóia.
Sem querer ser pessimista ou negativista, está tudo muito difícil de engolir. Imagine-se quando os dados relativos a inflação estão sendo divulgados, descobre-se que eles não refletem a inflação verdadeira, de fato, pois estão mascarados, vez que os preços administrados não estão sendo reajustados em termos da inflação real e no adequado “timing”.
Insiste-se em dizer que, como são postergados ajustes de preços e valores, deixando-se para incorporar os aumentos em data ulterior ao período em que ocorreram tal atitude mascara a inflação e compromete a credibilidade dos agentes públicos.
Como já é do conhecimento de muitos, os dados fiscais tem sido objeto de frequentes manipulações, não só por valores que deixam de ser lançados no momento próprio; por apropriação antecipada de dividendos de estatais; por criação sistemática ou reedição do REFIS ou antecipação de receitas fiscais, além de outros artificios, como, por exemplo, não transferir repasses devidos a estados e municípios e/ou a programas federais, ensejando uma subestimação de despesas, consequentemente, mascarando o déficit fiscal mensal.
Assim, pelo o que se sente e se avalia, não há nada em que se possa acreditar no País. É um desabafo de quem sempre acreditou tanto e não encontro mais razão especial para manter algum espírito de ufanismo ou uma réstia de otimismo.
Até a propaganda de produtos e serviços, de um modo geral, embute uma pesada dose de fantasia e, muitas vezes, de falsas informações. As taxas de juros apregoadas pelo sistema, no mais das vezes, são bem inferiores as realmente enfrentadas pelos usuários do crédito.
As garantias oferecidas por produtos ou serviços não são, no mais das vezes, respeitadas. Planos de Saúde e de Previdência Complementar, acabam fazendo uso da boa fé dos cidadãos e não oferecem aquilo que foi apresentado ou vendido e que eles publicizaram!
Até os famosos dados de desemprego hoje, grande trunfo do governo, sofre processos na sua divulgação. Recentemente, depois de um sério conflito entre a instituição geradora das informações e o governo central — no caso o IBGE –, porquanto o IBGE apresentou dados mais completos e mais abrangentes e que superavam em mais de dois pontos percentuais os valores apregoados e vendidos pelo Governo Federal de Dilma como seu grande êxito, foram objeto de questionamento e de não aceitação da divulgação pelo governo russo.
Outrossim, é bom que se diga que, na demonstração do alardeado pleno emprego, não se levavam em consideração os vinte milhões de assistidos pelo bolsa-família e aquele contingente de trabalhadores hoje conhecidos como Nem, nem! Ou seja, os que nem trabalham e nem procuram emprego!
E por aí vai, lamentavelemte, o país da piada pronta, da mentira deslavada, do cinismo e da hipocrisia que tira, do sério, qualquer um que se considere um cidadão! Vive-se um momento em que vale a frase de Millor Fernandes: “Ou restaure-se a moralidade ou nos locupletemos a todos”.
O cenarista se desculpa aos seus fiéis leitores e dedicados amigos, pelo desabafo que se deve já ao tempo, senhor da razão e do cansaço, além da frustração, do desencanto e da crise de esperança que toma conta de quem já viveu e já cansou de aguardar uma mudança de rumos e de perspectivas.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!