TROCAR SEIS POR MEIA DÚZIA, SUPERA O IMPASSE?

Três movimentos ensaiam se transformar em uma possível mudança no atual estado das coisas e das artes, mas, a bem da verdade são muito de encenação, de jogo de marketing e de movimentação dos grupos de interesse que compõem o núcleo básico do poder. O primeiro desses movimento é a tentativa insistente, continuada e sem qualquer razão de ser de próceres do PT, capitaneados pelo seu morubixaba, Luís Lula da Silva, de buscar mudar todo o eixo e todos os conceitos da política econômica ora posta em prática, promovendo a saída de Joaquim Levy!
Tal movimento  é tão explícito e descarado que, embora não surpreenda a Dilma e não conte com seu apoio e nem respaldou, não obstante as suas antipatias pessoais para com Levy, da mesma forma que as alimenta, também, em relação a Meirelles mas também, por ver sinais explícitos de que Lula quer conduzir todo processo.

E, através de tal gesto, Lula pretende sinalizar para os petistas e para a sociedade como um todo, que as coisas agora serão diferentes e terão a cara do Pt pois ele “assumiu”, de maneira informal, o controle da política econômica nacional.
A segunda decisão tomada pelo comando geral do partido, com certeza, com o nihil obstat de Lula, foi a elaboração e a edição de uma cartilha, destinada ao que sobrou da militância, tentando convencê-lá de que as ações da justiça, inclusive de Sérgio Moro, do Ministro Gilmar Mendes, dos próprios tribunais superiores como STF, TSE, TCU e de outros segmentos e personalidades menos votados, inclusive da mídia “capitalista e golpista” o que tentam ē desmoralizar Lula, desmontar o Pt e promover o desmantelamento dos programas e ações sociais que tiraram 30 ou 40 milhões de brasileiros da miséria.

E, por outro lado, tentar demonstrar que tudo de ruim que irá ocorrer no Pais não é decorrente dos erros de gestão e incompetência do governo mas, reafirmar que a crise, tem como causa única os problemas econômicos internacionais!
Se estes já seriam dois grandes problemas para um governo deveras confuso e desestruturado, a articulação política tem sido um tanto desastrosa pois muitos estão a interferir no processo e poucos estão a cumprir os compromissos assumidos, notadamente para com a classe política.

Ademais, a proximidade do pleito municipal, tenderá, ao lado das manifestações de rua e nas redes sociais, a piorar, cada vez mais, o cenário com dificuldades cada vez maiores para o Governo Central.

Alguns admitem que, medidas pontuais como o endurecimento para com a greve dos caminhoneiros e as tentativas de um acenar com a possível suavização de medidas amargas do ajuste fiscal, poderiam ajudar a desanuviar o quadro e a melhorar as perspectivas para Dilma e os petistas.
Parece que, ao contrário do que se imagina, o iminente “abraço de afogados” que é como se caracterizaria o acordão entre governo e Eduardo Cunha, parece que marcha célere para se concretizar desde a ida de Paulinho da Força Sindical para o Conselho de Ètica bem como diante da decisão do PSDB, como que querendo não se contaminar, perante a opinião pública, com a convivência com o PMDB e, particularmente, com o Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, está tendo efeito adverso do que esperavam os doutos representantes da chamada “elite branca”, como assim os chama Lula.
Na verdade, engrossar o coro dos que querem ver Eduardo Cunha fora da Presidência é fortalecê-lo ainda mais e, ao deixá-lo sem o apoio do PSDB, é forçar a adesão total do PT a sua causa, haja visto que a ele caberá colocar em discussão e em votação o impeachment de Dilma. Sendo assim, num toma lá, dá cá, os deputados de Dilma se comprometerão a salvar Eduardo na Comissão de Ética e, em contrapartida, forçarão Eduardo a seguir todos os trâmites necessários para que não se coloque em votação, em plenário, qualquer proposta para defenestrar Dilma do poder.
Assim, põe confusão em tudo isto pois que, a inócua insistência de Lula em trocar Levy por Meirelles, considerando que são banqueiros os dois, que professam as mesmas crenças liberais e que pensam da mesma forma no que diz respeito ao controle de contas públicas e as formas de ajustar a economia, é, como se diz na linguagem popular, “trocar seis por meia duzia”!
Finalmente, pelo menos para alívio de todos, chega o feriado e, os brasileiros, já tão ressabiados, olham para o horizonte e só veem nuvens carregadas e nem sinal de sol e céu limpo e nem de perspectivas estimuladoras de que uma benfazeja chuva estivesse se anunciando, mas, se sentem parcialmente reconfortados pois, pelo menos, terão três dias de trégua em termos de más notícias. Será?

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