UM DISCUTÍVEL “JÁ GANHOU” ESTÁ NO AR!
Faltando mais de trinta dias para o encerramento da campanha eleitoral, pelo rádio e pela televisão, diante do inusitado crescimento de Dilma Roussef, entre os seus aliados, adeptos e militantes petistas, verifica-se um clima de “já ganhou”.
Na verdade “sentar na cadeira” antes da definição, pelos tribunais eleitorais de que o candidato já ganhou, é uma temeridade e já criou situações deveras embaraçosas para vários pretendentes a cargos executivos. O próprio ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, foi vítima de tal inusitado otimismo que, de maneira desastrada, o levou a, literalmente, sentar-se na cadeira de prefeito de São Paulo e, frustrar-se, amargamente, quando, terminada a apuração de todos os votos, ele havia perdido para Jânio Quadros.
Claro está que os indicadores mais significativos quase que já definem a vitória de Dilma no primeiro turno. Porém, como dizia o velho político mineiro Magalhães Pinto política é como nuvem. “Você olha prá cima ela tem um formato. Baixa a vista e, quando olha de novo ela já está com outro formato”. Agora mesmo, a disputa para o Governo de Minas Gerais que apresentava uma diferença abissal entre Hélio Costa e Antonio Anastasia, caiu, de maneira significativa, dando a entender que, pelo menos o segundo turno já está garantido.
Também, na eleição municipal de 2008, o Presidente Lula, já gozando de enorme prestigio popular, decidiu se engajar, de corpo e alma, nas campanhas das petistas Maria do Rosário – candidata a prefeita de Porto Alegre –, Fátima Bezerra – candidata a prefeita de Natal – e Marta Suplicy – candidata a prefeita de São Paulo. E, o que foi que o país assistiu? Foi Lula perder, de “lavada”, em todas as três cidades!
Por outro lado, em 2006, Lula disputando a reeleição, com todo o seu prestígio, não conseguiu vencê-la no primeiro turno quando o seu concorrente era visto como um candidato “insípido, inodoro e incolor”, ou, no melhor tratamento, um “candidato bonzinho”.
Apesar de a história ser sempre a dos vencedores e do seu itinerário de glória, o perdedor, notadamente nas sociedades jovens e emergentes, apenas consegue, num primeiro momento, a manifesta solidariedade dos vencedores, após cobradas as “dívidas de guerra”.
Até a literatura consagra o principio de que só se olha para aquele que foi o ganhador da competição quando, o velho Machado de Assis, em uma de suas obras, fala de “ao vencedor as batatas”. E, na política, nos dias que correm, sempre se argumenta que não vale à pena insistir em um candidato que dá sinais de que pode perder. Segundo as más línguas, o povo não quer “estragar o seu voto” e tende, num efeito de manada, seguir a tendência da moda e consagrar o candidato que está à frente.
Apesar de toda essa argumentação, este cenarista acha que a eleição não está concluída e, quem chegou mais alto, é que tenderá a cair. Aliás, competição eleitoral assemelha-se à maratona onde, se se gasta todos os recursos no começo, para abrir uma larga vantagem, a tendência é que “falte gás” para os metros finais da corrida! Ou seja, não estaria cedo demais para “cantar vitória”? E, não estaria cedo demais para alguns dos correligionários de Serra estarem “jogando a toalha?”
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!