UM PAÍS DE MACUNAÍMAS? UMA NAÇÃO DE ESPERTOS?

Os tristes episódios vividos pelos brasilienses e assistidos, perplexos, pelos brasileiros, deixam os homens de bem desse país numa situação de angústia e inquietação e, de certa forma, de uma instigante dúvida. Se por um lado, todos os sentimentos dos brasileiros seriam de certo conforto ou de certo alívio diante do desenlace do episódio envolvendo o Governador de Brasília e de um grupo de asseclas seus ou de colaboradores leais, não alivia o país das suas frustrações e desencantos.

Um governador, pela primeira vez na história, é preso porque acusado, não apenas de corrupção, mas de obstrução da justiça, levando, de roldão, pelo que se pode esperar, seis ou sete colaboradores e, pelo desdobrar do processo de desmandos, talvez venha a ser envolvido o próprio vice-governador e, pelo menos, mais sete parlamentares distritais. Espera-se, também que, sobre o antigo governador de Brasília, Joaquim Roriz, tenha respingado, sobre a sua reputação, a responsabilidade pela criação de tal grupo de espertalhões.

E todos louvaram a atitude do STJ ao, pela maioria dos seus membros mais antigos, determinar a prisão do governador, mas, ao mesmo tempo, indagam-se porque, à época do mensalão, onde até o próprio presidente temeu pelo seu próprio “impeachment”, o STJ não teve a mesma diligência e agilidade agora demonstradas!

Será que só no DF é que se manifestam tais atitudes ilícitas e desonestas ou, melhor, tais patologias políticas? E os escândalos no Rio, em São Paulo e em tantos estados brasileiros, por que não se manifestam tais indignações e tais reações da justiça?