UM PAÍS EXTRAVAGANTE!
Afirmar que o Brasil é um país estranho além de exótico e extravagante, não revela toda a perplexidade do cidadão brasileiro com o que hoje se assiste de episódios desagradáveis ou diante das frustrações com atitudes e posturas do poder público, incompreensíveis e inaceitáveis ou, para alguns, até deploráveis!
E tudo vai ocorrendo aos borbotões, numa sequência implacável de eventos que minam a confiança nas instituições, corroem o pouco de credibilidade dos homens públicos e, com isto, destroem sonhos e esperanças nos destinos de uma Nação. Nação que, até bem pouco, era festejada como o exemplo de um país que, diante das circunstâncias internas e externas que o cercavam, da forma responsável com que era gerida a política econômica e como eram buscada as conquistas sociais, parecia um notável exemplo a ser seguido!
O Brasil chegou a um ponto de conceito e respeito internacionais ao ponto de a respeitável revista “The Economist” fez uma longa matéria sobre o País mostrando que estava prestes a se tornar a quinta economia mundial, ombreando-se com EUA, China, Alemanha e Japão conseguindo superar Italia, França e podendo até a vir a ultrapassar, até mesmo, a Inglaterra.
Era o País, entre todos, que teria tido mais sucesso em crescer e, ao mesmo tempo conseguir retirar mais de 30 milhões de pessoas da miséria absoluta e ter tido a competência de ter adotado um bem sucedido programa compensatório de renda!
E, mais que de repente, tudo isto que se vinha conquistando se esvaiu, se desmoronou, se desmilinguiu, deixando, para os brasileiros, uma esteira de frustrações e desencantos.
E o que sobrou de saldo, após quatro anos do governo Dilma? Para ser fiel aos dados e as informações foi uma economia desorganizada, com seus fundamentos desarrumados, com um crescimento vergonhoso e uma inflação em aceleração, prestes a ultrapassar o limite superior da meta de inflação, ao mesmo tempo, em que o Banco Central pratica as mais altas taxas de juros do Universo!
Como se tal não bastasse, uma gestão pública caótica, uma administração aparelhada com uma plêiade de sindicalistas escolhida, não pelo mérito mas, pela lealdade ao partido e aos seus líderes. E o mais grave é que, quando instituições acreditadas e tradicionais apresentam estudos e pesquisas que divergem do pensamento da Nomenclatura e do Poder Central, a atitude dos detentores do poder é, quase sempre, demitir os principais diretores ou promoverem concursos fajutos para preenchimento de cargos para que o partido e seus aliados se mantenham no controle da entidade, como ocorreu com o IPEA e, agora, com o IBGE!
Se, pelo menos, os compromissos outrora assumidos, pelos detentores do poder notadamente no que que diz respeito à ética e a moral, tivessem sido mantidos e respeitados pelos seus mais proeminentes líderes e, ao mesmo tempo, não ocorresse essa pororoca de escândalos, então as coisas não seriam tão graves. Talvez o povo pudesse afirmar que seria um governo que se nada faz mas, por outro lado, também que não teria deixado marcas de desonestidade tão gritantes. Mas, infelizmente não foi isso que ocorreu!
E, o mais sério de tudo, é que o único poder investido com tantas prerrogativas no mundo, estranhamente, é um poder constituído que de nada sabe, de nada participou e que nunca tomou conhecimento dos desvios de comportamento dos seus mais proeminentes líderes. Segundo Lula, Dilma e o PT, o Mensalão não houve ou se houve não teria sido uma pratica não usual na política do Brasil. Ou seja, teria sido apenas uma espécie de “caixa dois”, como assim o definiu Lula e praticada por todos os partidos políticos.
Se o Mensalão não houve, assim presumindo, dessa forma, pareceria que, injustamente, os mais representativos membros do PT, não deveriam continuar presos — José Dirceu, José Genuíno, João Paulo Cunha, Delubio Soares, entre outros –. E, agora, o escândalo da Petrobrás, revela episódios muito mais graves do que o próprio Mensalão, só que agora novos membros do partido e dos aliados, foram apontados como beneficiários desse esquema de desonestidade e de apropriação de recursos públicos.
E, aí, fica a grande questão que deveria ser objeto das angústias existenciais dos brasileiros pois estão diante de um desafio: escolher se seguem com a estratégia de ação do atual governo, de práticas discutíveis e deploráveis ou se busca uma mudança de paradigmas capaz de alterar a ética de responsabilidade e de compromissos dos homens públicos diante das necessidades, demandas e sonhos dos brasileiros?
Alguns dizem que resgatar o PSDB não é mudança mas uma mera volta ao passado o que não representaria gerar novas expectativas de que o País possa reencontrar o seu curso de desenvolvimento sustentável e continuo. O fato é que, no caso, o que interessa é a alternância de poder para se conseguir renovar alguma coisa e, é fundamental acreditar que, as grandes transformações que o mundo sofreu, a mudança de paradigmas das relações sociais provocada pelo uso quase universal da internet e as cobranças que hoje faz a sociedade, mais madura e mais ciosa de seus direitos, fazem que o que pesa não são os homens em si mas as ideias que eles carregam diante dos desafios que se apresentam.
Enfim, é hora de quebrar essa divisão da sociedade dos que são governo e os que não concordam com o governo; dos que acreditam que a luta de classes é fundamental para o crescimento da sociedade e os que acreditam em governos de união nacional e de compromissos com a cidadania, sem diferença de raça, de etnia, de religião, de credo politico e de posição ideológica. É fundamental estabelecer que não existem verdades absolutas e nem detentores soberanos de tais verdades.
Enfim, que esse País volte a ser o país da alegria, da cordialidade, da hospitalidade e da generosidade e não seja muito especial pelos escândalos, pelo desmantelamento de empresas, símbolos da nacionalidade — PETROBRAS, ELETROBRAS, VALE DO RIO DOCE, etc– e pelo ar de descrença, de desentusiasmo, de pessimismo que ora toma conta dos brasileiros.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!