UM POUCO DE ECONOMIA MAS… COM POLÍTICA!
É difícil dissociar o que vai na economia do que vai na política. A economia apoia-se em expectativas, comportamentos de pessoas, grupos e instituições, tendências internas e externas, resultados já alcançados no passado, momentos e circunstâncias. E, a política é a própria criação dessas várias variáveis que interferem em tal processo econômico.
Agora mesmo, na abertura dos debates já com vistas a sucessão, a crítica de Marina pela desorganização imposta por Dilma, aos fundamentos da economia, tão bem respeitados por FHC e por Lula, afetou o “mood” de Dilma que não as aceitou, embora, elas fossem mais que procedentes.
Agora, a própria Presidente, em outro lance, demonstrando que Marina está sabendo bater onde mais sensibiliza e mais dói, Dilma resolveu, às pressas, lançar um programa de agricultura orgânica que, a bem da verdade, não entusiasmou ambientalistas, mesmo os mais comportados e menos beligerantes! Tudo para mostrar que se preocupa com a tal da sustentabilidade, tão ao gosto de Marina e de seus seguidores.
No “front” econômico direto, o BC resolveu estabelecer que é autônomo e independente, embora não se saiba até quando. Talvez Tombini queira resguardar a biografia e ficar bem no seu futuro mercado de trabalho, que, não se tem dúvidas, será o da consultoria econômica.
Tombini entrou em conflito com o Palácio do Planalto e, decidiu, cumprir o que acredita que seja o papel da politica monetária no que respeita ao controle da inflação. Abandonou a promessa-compromisso de Dilma de reduzir, a níveis civilizados, a taxa de juros básicas do País que, voltou, com folga, a ser a maior do mundo. E, prometeu, que não vai ficar por aí não, já admitindo que ela deverá, até o fim de dezembro, alcançar o patamar dos 10,25%! Mesmo para uma inflação que deve fechar o ano em 5,67%, o que, diga-se de passagem, é uma taxa elevadíssima!
Aliás, em aritmética simples, o movimento do COPOM leva a taxa de juros real a quase 5%, com certeza, a maior do mundo. Taxa essa, incapaz de atrair investimentos produtivos duradouros mas capaz de atrair investimentos especulativos o que, diante do buraco no Balanço de Pagamentos, não será de todo tão ruim para o País!
É importante mencionar que a economia tem mostrado sinais confusos. Embora a inflação se mostre resiliente, a sua tendência é, talvez, a fórceps, fechar o ano em 5,67%. Diz-se a fórceps, porquanto uma série de ajustes contábeis, acomodações e até alquimias foram praticadas para que a taxa fechasse próximo da meta que é de 4,%%!
Não fechou mas mostrou algum ganho diante do esperado no início do ano. Mas, para que isto fosse possível, deveriam ficar, para o início de 2014, a recuperação da defasagem de preços dos combustívis, de energia elétrica, de passagens de transportes públicos, represados até agora mas que, fatalmente, deverão sofrer reajuste no início do próximo ano.
É bom lembrar que juntar-se-ão a tais reajustes, as alterações salariais de início do ano, o efeito dos gastos com as anuidades e livros escolares, os reajustes de aluguéis, a limitação na oferta de produtos hortifrutigrajeiros, entre outros, que poderão dar um repique na elevação de preços, em geral.
Mas, entre os reais sinais confusos da operação da economia brasileira, estão a inesperada elevação das vendas do comércio em agosto e o comportamento inesperado e inusitado do emprego que cresceu, de maneira soberba, no mês de setembro! E nada desses movimentos, condizem com o que ocorreu com o PIB de agosto que aumentou em apenas 0,1%. O que estará ocorrendo? O IBGE está errando na Contabilidade Nacional, na montagem dos índices de desempenho da economia ou o que está a ocorrer?
Para que as notícias não sejam de todo confusas e pouco animadoras, os dados da evolução da economia chinesa, ao apresentar crescimento de 7,8%, frente a meta de 7,5, que cria boas expectativas para o comportamento das exportações brasileiras de minério de ferro e de grãos!
E, ainda, embora todos os dados chineses, gerem uma enorme inveja aos brasileiros, o que mais chama a atenção do que foi divulgado, diz respeito à contribuição da expansão do investimento que, no acumulado do ano, cresceu 20,2%!
Por fim, o anunciado leilão do Campo de Libra do Pré-Sal, vai acontecer, debaixo da proteção de um forte aparato policial e, subordinado aquilo que é a característica brasileira, qual seja, em se tratando de alguma a coisa tupiniquim, todas as expectativas são superlativas. O Campo que iria permitir a elevação da produção de óleo do País em mais 1 milhão de barris/dia, agora, segundo a Presidente da ANP, deverá chegar a produção de 1,4 milhão e o tal leilão poderá agregar às burras do Tesouro, mais de 15 bilhões de reais ( ou será de dólares?), o que abre boas perspectivas eleiçoeiras pois tais valores irão engrossar algum programa social gerador de votos fundamentais a reeleição de Dilma!
Eta, Brasilzão! Se não fosse o otimismo irrecuperável que domina todos os cidadãos de Pindorama, talvez os problemas e dramas do dia a dia já teriam mergulhado a nação numa enorme deprê!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!