UMA SEMANA QUE PROMETE!
A pauta está repleta e é gorda. Para a semana espera-se a publicação do Acórdão do mensalão, as manifestações e movimentações de acusados e advogados, bem como a atitude de ministros quanto as tentativas de alterar as penas impostas aos acusados. Vai valer tudo e mais alguma coisa como atitudes de desespero como a entrevista de José Dirceu intentando intimidar o Ministro Fux e o próprio colegiado.
Por outro lado, no campo econômico, a expectativa é grande sobre qual será a reação efetiva do COPOM quando já se antecipa um aumento da taxa de juros da SELIC, devendo ser acrescida de 0,25, para os mais otimistas, ou de 0,50 pontos percentuais, para os mais pessimistas. Adicionalmente, o Tesouro acha que deve dar sua colaboração com medidas destinadas a retomar um pouco de austeridade fiscal, propondo um corte no Orçamento da União de 50 bilhões de reais enquanto a Ministra do Planejamento proponha algo como 30 bilhões!
Ademais, o governo federal tenta barrar o projeto de desaposentadoria, já aprovado no Senado, pelas implicações sobre a Previdência Social. Parece que tem chances de ser bem sucedido.
No campo da política, duas coisas devem marcar a semana. A movimentação de PT e PMDB para não aprovar nada de especial da chamada reforma política, inclusive pretendendo alterar o que já se viu aceito pelo TSE quando da criação do PSD, ou seja, novos partidos e partidos que se agregam numa só sigla terem direitos proporcionais em função de suas bancadas de parcela do Fundo Partidário e do tempo de TV! Isto os grandes não querem pois tudo fazem para impedir que Eduardo Campos se viabilize como candidato.
A propósito de movimentação de candidatos, Dilma e Lula estarão em Minas para azucrinar Aécio Neves enquanto, nos bastidores, tentam de todas as maneiras barrar as pretensões do neto de Miguel Arraes. Este, por seu turno, hábil e inteligentemente, assume a postura de alguém que discute, de maneira séria, os problemas econômicos mais sérios numa linguagem que o povo entende quanto isto lhe afeta, bem como chama a atenção para a seca nordestina, pela falta de respeito da Presidente em não ouvir empresários, políticos e dirigentes governamentais e fala da falta de perspectivas econômico-sociais diante dos gargalos enormes na infra-estrutura do Pís.
Se isto não bastasse, as rusgas enfrentadas pela magistratura a partir das declarações e atitudes do Presidente do STF; a questão da criação dos novos tribunais; a PEC dos procuradores; a regulamentação da Lei das Domésticas, afora a questão Marcus Feliciano que, pelo que se pode imaginar, vai continuar o affair para gáudio do próprio e dos evangélicos.
De quebra, o possível socorro a Eike Batista, o “sangramento” da Petrobrás e os problemas relacionados à violência, cada vez maior no País.
Enquanto o país espera ansiosamente ver os mensaleiros algemados em fila indiana rumo a penitenciaria para cumprir as adocicadas penas impostas pela “dosimetria” – absurdo dos absurdos – do STF, todos se perguntam onde foram parar os 36 bilhões de dólares do prodigioso Batista. Aparentemente o que se viu até agora foi muito movimento e pouca produção. Seria bom que o BNDES abrisse claramente este pretendido socorro, porque já já estaremos vendo a repetição de escândalos bem conhecidos dos brasileiros.