UMA SEMANA QUE PROMETE!

Os episódios que marcaram o cenário político e econômico do País na semana que ora se encerrou, foram apenas uma espécie de aquecimento para o jogo principal, a ocorrer na semana que se inicia!

Por certo, o que ocorreu no Supremo, onde os ânimos se acirraram na discussão entre Barbosa e Toffoli e Barbosa e Levandoswky, demonstra, que os debates serão exaltados mas, a seriedade e o compromisso com os princípios de um julgamento correto e respeitantes dos ditames mais rígidos exigidos de uma Corte Suprema. Os ministros deverão se colocar acima das pressões das ruas e das emoções das contendas e das divergências pessoais entre os ministros.

Numa demonstração de que não se deve esperar maiores surpresas quanto ao andamento do julgamento dos recursos, porquanto os do Deputado Valdemar Costa Netto e do Bispo Rodrigues, mostram que os ministros tendem a não acolher os embargos de declaração e, nem tampouco, as manifestação expressas pela defesa dos réus do Mensalão.

Se esse é o clima do Supremo, no Congresso a tendência é que a Presidente Dilma encontrará “tempo ruim”, na proporção em que, numa semana de votação de vetos da maior relevância, o Governo deverá levar a pior.

Será muito difícil que o Congresso aceite o veto sobre a compensação de perdas do FPE, tendendo a derrubá-lo; o veto sobre o fim da multa de 10% sobre o FGTS, o máximo que pode ser negociado, será a não redução, de imediato, dos 10% mas a redução da multa, até zerar, em três anos; o veto sobre os produtos adicionais incluidos pelos parlamentares na proposta de desoneração da cesta básica, pode ser objeto de uma negociação mas não exclusiva de tudo o que o Congresso acrescentou. Fica, ainda, para uma discussão, os itens incluídos no estatuto da juventude.

Se tudo for rejeitado, o Tesouro deverá arcar com um ônus adicional da ordem de 28 bilhões de reais o que assusta muito o Governo Federal.

Apesar do pesado impacto sobre as receitas da União, vai ser difícil o Executivo conseguir manter os vetos na proporção em que, votar contra os prefeitos, contra os empresários financiadores de suas campanhas, contra as ruas, no caso da cesta básica e, contra as conquistas do Estatuto da Juventude, parece muito complicado para parlamentares que buscam a reeleição. Mas, quem sabe, um milagre pode fazer com que os articuladores do Planalto e a própria Presidente se reinventem e mostrem um enorme capacidade de sensibilizar uma maltratada classe política!

Se o quadro está complicado para a articulação política do governo e para os líderes da base de sustentação, a tendência é que, diante de um ambiente econômico nada favorável, as questões mais sérias ou serão postergadas ou as cobranças de curto prazo se sobreporão àquelas que são também de maior relevância e urgência.

Isto porque a economia continua sangrando. A confiança de consumidores e empresários continua despencando; o déficit da balança comercial chega a mais de 72 bilhões de dólares; o real continua desvalorizando-se, celeremente, o que compromete o controle da própria inflação; as intervenções do BC sobre o câmbio, não tem resultado em reversão da tendência de alta da moeda e, isto só leva a torrar reservas cambiais; também as políticas da Petrobrás tem reduzido as chances de superávit comercial e, finalmente, o buraco fiscal tende a crescer pois, só neste ano, o gasto público aumentou mais de 12%, vis-a-vis, o mesmo período do ano passado. Para piorar as coisas, o investimento tem crescido muito pouco e, com isso, as projeções do PIB cada vez ficam mais reduzidas!

No front externo, ao rejeitar a idéia de fazer um acordo bilateral com a União Européia, amarrando-se, num abraço de afogados com os parceiros do Mercosul, o Brasil tende a piorar, ainda mais, as perspectivas do setor externo nacional podendo, inclusive, comprometer, as exportações de “commodities” brasileiras.

Se tal não bastasse de confusão, o País fica tomado pelos escândalos do Metrô de São Paulo e de Brasilia, envolvendo a Siemens e lançando suspeição sobre todo o PSDB. E, agora, também, as denúncias sobre o pagamento de propina em negociatas envolvendo a Petrobrás, via Diretoria Internacional da empresa, controlada pelo PMDB, tumultuam os entendimentos entre os dois principais partidos de suporte do governo.
E, para entornar mais o caldo, parece que os desentendimentos entre Lula e Dilma tendem a se ampliar, na proporção que Lula, ao não desencarnar do Poder, cria embaraços ou compromete as estratégias politicas de Dilma. O último episódio a caracterizar mais o problema, foi aquele que levou Lula a estimular e incentivar uma ação mais agressiva por parte de Alexandre Padilha na disputa pelo governo de São Paulo. Dilma não gostou e deu um chega prá lá em Padilha ameaçando-o a, caso não cuide seriamente do Ministério, ela o pedirá para desocupar a moita.

Finalmente, o PT parece que começa a refluir da sua idéia de lutar, a todo custo, pela candidatura de Senador Lindenberg para o Governo do Rio de Janeiro, diante do enorme desgaste que enfrenta a chefia do governo do estado.

Assim, a semana vai ser bastante interessante e pode promover episódios de impacto na política do país, a par do fato de ser a semana em que se rememora a morte de Getúlio, a renúncia de Jânio e o Dia do soldado!

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