RESPOSTAS ÀS NOSSAS INQUIETAÇÕES!
Há muita gente que acha que basta mandar o Mantega para casa, talvez convocar um Armínio Fraga ou um Malan e os problemas econômicos do País estariam resolvidos. O problema não está em um gestor ou em gestores da política econômica. A coisa parece ser mais séria e envolve conceitos, estratégias e, talvez, até mesmo, erros de avaliação.
Por que volta o País a patinar, em termos de crescimento econômico, como nos anos oitenta? Não prospera uma inflação incontrolável, não se enfrenta um estrangulamento externo e as finanças públicas nacionais não estão em frangalhos. As circunstâncias internacionais não comprometem o que se poderia conseguir em termos de expansão e crescimento; a base político-institucional do País não gera embaraços a prejudicar decisões de investimentos do País e o ambiente econômico, embora não seja o desejável, não inviabiliza certas incursões de investidores, máxime os externos.
Na verdade, os brasileiros ficam confusos ao saberem que, foi o País capaz de crescer, por cerca de cem anos seguidos, de 1880 a 1980, a taxas exuberantes! E, no período dos anos de chumbo — de meados dos anos setenta e até parte dos 80 — viveu o Brasil um período de crise e falta de perspectivas. Pràticamente nada houve de crescimento, o país foi obrigado, de forma subalterna e humilhante, negociar com o FMI e, o certo é que não se encaminhou qualquer solução para os chamados problemas estruturais. Nesse período, ficou-se esperando Godot e Godot não veio!
As indagações que se colocam é como o País não consegue reeditar o crescimento dos cem anos (de 1880 a 1980) bem como o país é incapaz de fazer alterações na política econômica e na estruturação de força e poder do governo, capazes de reestabelecer o rumo de expansão do passado. As intervenções não se vinculam a nenhuma estratégia, nenhuma visão de médio e longo prazo e, sào apenas reativas as situações surgidas e as pressões oferecidas e, consequentemente, tem operado de forma espasmódica. Não se sabe o que se deve fazer e nem que rumo tomar.
Os periódicos do fim de semana são muito cáusticos e pessimistas em relação ao hoje e amanhã da economia do País. A nível internacional, todo o glamour do Brasil que se manifestava até 2008, hoje se transformou numa enorme frustração, numa tremenda descrença e numa preocupante avaliação de que o governo não tem instrumentos nem poder político para alterar o curso do processo. Isto está dificultando o ingresso de capitais externos, o desinteresse de empreendedores internacionais e as miragens como o pré-sal, a província de xisto, os impactos dos grandes eventos — copa das confederações, copa do mundo e olimpíadas — não são mais vistos como grandes oportunidades de investimentos apresentados pelo Brasil.
Na verdade o País está precisando de um choque de reformas institucionais, de uma nova reinserção internacional a partir de novos paradigmas e de uma remontagem de todo o ambiente econômico para que, superados os gargalos relativos a infra-estrutura, a precariedade de mão de obra e a falta de poupança para financiar uma formação bruta de capital que atenda a um crescimento, pelo menos na media dos emergentes, o país venha a navegar em verdes mares menos bravios que os atuais.
Mas isto é uma discussão para outro scenarium!
Concordo,plenamente, Só acrescentaria a ingerência do Governo na economia nao é bem vista pelos investidores internacionais!! Veja o os exemplos de Petrobras, Vale e agora a eletrobras aguarde- mos o desfecho!!!
Brilhante o seu comentário, permita-me acrescentar algo.
Acredito que um problema sério para o Brasil é a sua baixa credibilidade externa, o que afasta investidores.
Várias noticias ruins afetam esta credibilidade: PIB fraco, queda absurda do valor da Petrobras e da Vale, quebra de contratos de energia elétrica e de petróleo, interferência na gestão da Vale, com a susbstituição do seu presidente, condenação dos envolvidos no Mensalão,apoio à suspensão do Paraguai (Mercosul), para facilitar a entrada da Venezuela, ações inócuas para revitalizar a economia, etc, etc.
Enquanto o USA e a Europa estão pensando em fazer acordo comercial o Brasil dá prioridade a Argentina, Venezuela, Bolívia.
Onde o investidor vai aplicar seu dinheiro???