SCENARIUM
A FOME NO MUNDO.
Relatório das Nações Unidas faz alerta sobre a fome no mundo e confirma que o número de famintos já ultrapassa um bilhão de pessoas. Ademais, pelo “andar da carruagem”, se nada de especial for feito, a tendência é de um aumento significativo nos próximos anos e, as famosas Metas do Milênio correm o risco de não serem cumpridas. Tal número de famintos já atinge 15% da população mundial sendo mais concentrada na Ásia e no Pacífico – 642 milhões – e na África Subsahariana com cerca de 265 milhões de pessoas!
E diante de uma crise, como a que ocorreu recentemente, os empregos caem, os preços dos alimentos sobem e o número de famintos aumenta. Para atender as exigências mínimas de segurança alimentar para a população projetada para 2050, a produção deverá crescer, no mínimo, 70%! Tal fato remete-nos ao comentário feito, há uma semana, neste site, sobre o trabalho do Clube de Roma, realizado em 1970 quando, uma espécie de “neomalthusianismo”, tomou conta de muitos “experts” e de lideranças mundiais.
Naquela época, iniciava-se, na Ásia, uma experiência que iria mudar todos os paradigmas da produção e da produtividade agro-pecuária mundiais, a chamada revolução verde. Melhoramentos genéticos, maior conhecimento dos solos, evolução na qualidade dos fertilizantes, melhoria substantiva nos herbicidas e pesticidas, além de significativo incremento nas técnicas de manejo. Com isto, alavancou-se de tal ordem o crescimento dos rendimentos agropecuários que o fantasma da fome, pelo menos, distanciou-se mais.
Considerando que esse é o maior número de famintos do mundo desde 1970, é bom que se mencione que, mesmo antes da crise econômica internacional, o número de famintos já atingia 850 milhões. O Brasil, face às políticas de segurança alimentar e os programas de distribuição de renda, diminuiu o percentual de subnutridos, de 95 e 97 para 2004 a 2006, de 10% para 6% da população, sendo o país que apresenta o menor número de famintos da América do Sul.
É crucial chamar a atenção para o fato de que, com as exigências de redução substancial de desmatamento – o Brasil pretende reduzir em 80% o desmatamento e, alguns ambientalistas querem o compromisso de zero de desmatamento a partir de agora! -e de alteração da matriz energética para a produção de energia a partir da biomassa, a tendência que a fronteira agrícola fique mais estreita ainda. Portanto, uma nova revolução verde é reclamada pelo mundo bem como uma política demográfica séria para muitos países que apresentam taxas de fertilidade feminina altíssimas.
GOVERNO TIRA “O BODE” DA SALA!
Depois de ameaçar a classe média com um verdadeiro estelionato, o governo, diante das repercussões negativas, inclusive para a sua candidata Dilma, resolveu voltar atrás e não mais adiar para 2010 a devolução do Imposto de Renda pago a mais pelos contribuintes. Ou seja, adotou aquela velha prática do “se colar, colou”. Ou, coloca-se o bode na sala. Se não houver reação, mantém-se o bode lá. Mas, se a reação for adversa, age-se como um governante generoso, e tira-se o incomodo visitante da sala. Foi isto o que o governo fez!
EMPREGOS A MÃO-CHEIA!
Os dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) de setembro mostram que foram criados 252.617 empregos com carteira assinada no país. Meio milhão nos últimos dois meses. O saldo de 2009 chega a 932.651 colocações com carteira assinada. É um patamar próximo ao nível de emprego pré-crise.
O Nordeste tem o melhor desempenho entre todas as regiões. E, particularmente o Ceará, em termos absolutos e relativos, foi o que teve o melhor desempenho acumulado dos últimos doze meses. E, pasmem, o melhor desempenho foi garantido pela indústria de transformação!
SENADO FAZ UMA BOA AÇÃO!
O Senado Federal aprovou o fim da DRU – Desvinculação de Receitas da União – para o orçamento específico da área de educação, o que agregará não só a União, mas a estados e municípios, uma margem apreciável de recursos para turbinar o esforço de melhoria da educação no Brasil. O país, segundo dados da UNESCO, é o segundo a gastar mais, em termos do seu PIB, no mundo, em educação. E, mesmo assim, continua a apresentar os mais baixos índices de qualidade da educação no ensino básico e médio. Na área do ensino universitário, continua agora o país a ostentar mais um título negativo: a USP, que era a única universidade brasileira a estar entre as 200 melhores universidades do mundo, saiu da lista! No dia que houver um plano factível, viável e objetivo de melhoria da qualidade de ensino no Brasil, com metas definidas e prazos determinados, aí a gente vai acreditar que a coisa vai mudar. Porque se depender do dinheiro do pré-sal, então só para 2020 em diante.
Imagine-se se, como agora faz o Senado, o Executivo cumprisse tão somente a lei e aplicasse todos os recursos da CIDE na recuperação e ampliação da malha rodoviária e o FUST fizesse a revolução prometida da inclusão digital, aí o país começaria a dar certo. E se o “sonho de uma noite de verão” de uma reforma cuja Comissão começou a trabalhar, para tornar a justiça mais ágil, aí os brasileiros começariam a ter certeza de que Deus é brasileiro!
ASSENTAMENTOS RURAIS: FRACASSO, SUCESSO OU…?
Pesquisa da CNA/IBOPE, divulgada recentemente, indica que o projeto de assentamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário tem sido um rotundo fracasso. Mais de 40% de tais assentamentos não produzem o suficiente para garantir a sobrevivência das famílias ali situadas. Além disso, mais de 30% mal alcançam um salário mínimo de rendimento. Ou seja, mesmo com a terra, os recursos investidos em infra-estrutura pelo MDA, além dos mais de R$ 115 milhões de convênios feitos com o MST, a coisa parece que não vai nada bem.
Aliás, se a Câmara e o Senado quisessem uma boa diversão, poderiam fazer um levantamento, “in loco”, nos assentamentos para verificar se quem fala a verdade é a pesquisa do IBOPE ou o palavreado generoso do Ministro Guilherme Cassel. Também seria de bom alvitre que os nobres senadores dedicassem uma parte de seu tempo para verificar a situação dos projetos de irrigação do Nordeste.
Se estão viabilizados econômica e comercialmente? Se têm oferta suficiente d’água? Se a manutenção de sua infra-estrutura de canais, bombas, etc., opera adequadamente? E, se não há distorções na exploração de áreas, vendidas ou cedidas, pelos irrigantes de forma irregular? Tais perguntinhas dariam subsídios enormes para mudar a política de irrigação no Brasil quando se está a gastar mais de R$ 5 bilhões no projeto de transposição das águas do São Francisco!
A CHANCELARIA BRASILEIRA!
A Chancelaria brasileira que defende Batistti, que não permitiu asilo aos boxeadores cubanos, que apoiou o erro da brasileira na Suíça e que abrigou, apoiou e garantiu um quartel general para o Zelaya, fez-se muda, surda e cega diante da atitude do democrático governo cubano de impedir que a blogueira Yoani Sánchez viesse ao Brasil para lançar o seu livro, conforme anunciado em sua entrevista a uma revista de circulação nacional. Continua a Chancelaria no seu itinerário terceiro-mundista, marcado pelos ideologismos e bem próxima de adotar o ideário da revolução bolivariana. Estamos bem e muito bem!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!