A OPOSIÇÃO EM APUROS!

Quem tem acompanhado as angústias e as inquietações da oposição ou das oposições, assistindo, inerte e perplexa, a desenvoltura do Presidente Lula no patrocínio de sua candidata, acha que talvez ela ou elas, estejam perdendo terreno ou, pelo menos, o “timing para uma decisão que conduza a escolha de um candidato verdadeiramente competitivo. Ao mesmo tempo, Lula busca desautorizar as oposições, caracterizando-as como a elite branca, privatista, preconceituosa, paulista e outros adjetivos e, metendo na cabeça do povo de que tudo de bom que ocorreu até agora no Brasil, foi por obra e graça Dele, Lula!

 E a oposição ou oposições não conseguem ”engatar” um discurso capaz de sensibilizar o eleitorado no sentido de que Lula não é o candidato e que Lula não tem herdeiros nem alguém que, bem ou mal, simbolize o grande vencedor, o mito, “o cara” que ele é.  Dizer que tudo o que ele fez são coisas que os bons ventos internacionais propiciaram; que foi em cima da base que os antecessores construíram; que ele promoveu um assistencialismo desenfreado e que não ajudou às pessoas, a definitivamente, saírem da miséria; que o pré-sal é um engodo e outras críticas mais, não conduzirá a nenhum êxito para as oposições. Ninguém combate um mito tentando desconstruí-lo, atacando-o. O que se pode fazer é estimular, no mito, a sua autodestruição. Contra Lula nada pode ser feito. Quanto aos planos de Lula muito poderá ser feito. Tirar o foco dele e colocar, o foco, no seu entorno, pode ser um caminho. Um discurso a La Marco Antonio no assassinato de Júlio Cesar, poderia ser interessante. Mostrar que a eleição de Serra seria a única coisa que Lula aspira pois, sendo o gestor que é, Serra vai demorar dois a três anos para reorganizar o governo, com medidas de contenção de gastos, redução do custeio e de contratação de pessoal, exigência de desempenho na gestão da saúde e da educação além de correções de rumos na previdência social. Tudo isto, gerará um saudosismo dos bons tempos de Lula e, necessariamente, pode ensaiar uma espécie de queremismo como ocorreu à época de Getúlio!

 Não adianta angustiar-se face à indefinição de Serra nem a inquietação de Aécio. Nem tampouco diante da velocidade em que se estão definindo as sucessões estaduais. O fundamental é examinar qual o discurso a estabelecer e, o mais rápido, com discurso, estratégia e um interessante esquema de mídia e marketing, colocar o bloco na rua.