UM NATAL MENOS DRAMÁTICO DO QUE SE IMAGINAVA!
O ano está terminando! Continuam sangrando os brasileiros mas, a hemorragia parece ser bem menos intensa do que foi até agora ou do que se imaginava que viria a ser. De, repente, as boas notícias, mesmo que tímidas, começam a surgir daqui e dacolá, mesmo que não sejam tão abundantes e nem tão generosas, dão um alento de que o caminho trilhado parece que tenderá a dar certo. É assim que alguns indicadores dão a entender e a sugerir. A inflação já cedeu mais que se admitia que pudesse ocorrer tendo a chance de, por incrível que pareça, fechar o ano dentro do limite superior da meta, qual seja, 6,5%!
Representa uma vitória extraordinária e inesperada!
A PETROBRÁS, quebrada e falida, desorganizada e desmoralizada no mercado, com seis meses de gestão de Pedro Parente, já conseguiu desovar alguns ativos, capitalizar-se um pouco, renegociar violentas ações judiciais que, nos Estados Unidos e na Europa eram movidos pelos fundos de pensão e outros interesses envolvidos com a empresa. Além disso, a venda de parte de campos do Pré-sal e de outros ativos, permitiu, ao lado do bem sucedido programa de demissões voluntárias e de outros cortes de gastos, significaram ganhos relevantes como parte das novas diretrizes de seriedade e de austeridade estabelecidas pela nova direção da empresa.
As medidas saneadoras implantadas pela nova gestão do Banco do Brasil, ao lado do intenso combate a fraudes, a desvios de conduta, a irresponsabilidade na operação de programas sociais, com um sem número de irregularidades levantadas, representam passos na reorganização das contas públicas portadas pelo governo nos seis meses de desempenho.
Ao lado de tais medidas pontuais, a aprovação da PEC 244/55, a implantação de medidas destinadas a repatriação de recursos de brasileiros no exterior, a reformulação dos critérios para as novas concessões e para o acelerar das privatizações, a renegociação das dívidas de estados e municípios, além do envio da PEC da Previdência ao Congresso, representaram passos muito relevantes para a reorganização da vida pública brasileira.
A própria gestão do Banco Central, equilibrada, ponderada e consciente de seu papel e responsabilidade e, deveras acreditada e respeitada pelo mercado, permitiram significativos ganhos de credibilidade tão necessários para fazer o pais buscar a reorganização de suas finança e garantir as bases para o seu equilibrio e para recuperar a confiança que o mercado e os agentes econômicos tanto buscam nas instituições do País.
As medidas adicionais relacionado a liberação do FGTS para pagamento de dividas pessoais sugerem que se injetará cerca de 30 bilhões de reais no mercado. A flexibilização da legislação trabalhista poderá oxigenar o mercado de trabalho, máxime a partir de acordos criativos entre patrões e empregados. Por outro lado, a ampliação da oferta de credito para as empresas e, se possivel, a oferta de linhas especiais de credito, assemelhadas ao REFIS dos tempos do FHC, talvez, sem ser generoso com os incompententes e com as empresas perdulárias, talvez permita a reorganização das finanças e da saúde das empresas médias e grandes do país.
O processo de renegociação das dívidas de estados e municípios, as chances de recebimento dos salários e do 13o. mês por parte dos funcionários públicos de estados e municípios em crise, adicionada a injeção de meios derivados do auxilio-desemprego, do FGTS e de outros projetos especiais, dão e darão um novo fôlego à combalida economia nacional. Os próprios acordos de leniência que a Lava-Jato tem permitido que as grandes empreiteiras assinem com o MPF, o Juiz Sergio Moro e a Polícia Federal, com a aquiescência da CGU, permitam
Daqui de Buenos Aires onde o cenarista veio passar as festividades com a filha caçula, o genro e os netos, além dos outros filhos que puderam vir para o Natal e Ano Novo, nesta bela cidade que, segundo dizem foi planejada, urbanisticamente por Haussmann, o homem que inventou as belas avenidas de Paris e de Bucareste, é possível refletir sobre os destinos desses dois países, tão próximos, não apenas geograficamente, mas, por afinidades que foram se fortalecendo com o tempo e o que os fizeram grandes parceiros comerciais, culturais e políticos na América Latina.
São dois países com uma história que, se pode enaltecer por um lado, por outro, há que se lamentar por outro. A Argentina, um país rico em tudo e que alcançou um dos mais elevados níveis de desenvolvimento entre as nações, no século passado, detentora de cinco prêmios Nobel de ciências, “de um papa, de uma rainha e do melhor jogador de futebol do mundo, atualmente”; com um nível cultural extremamente elevado, perdeu-se a partir do momento em que o populismo politico passsou a estabelecer as regras e a definir os destinos da Nação. E, diante dos quase 70 anos de desencontros, a Argentina, embora um tanto quanto desestruturada, desorganizada e, de uma certa forma, mostrando sinais de abandono e desprezo por tantas coisas conquistadas, ainda apresenta um patrimônio econômico, artístico, cultural, arquitetônico e social invejável.
A instabilidade politico-institucional, marcada por um excesso de aparelhamento do estado pelo sindicalismo exacerbado, forjada num personalismo de certas figuras marcantes como foram Peron, Evita e outros lideres peronistas que os sucederam até os anos recentes, como Menen e a familia Kirschner, a história político-administrativa, marcada pelo militarismo pouco operoso dos anos de chumbo, foi, em parte, no geral, um desastre inominável. E não se sabe como esse lindo país, com um belo vinho, uma bela música, um belo cinema e tantas potencialidades, embora tenha sofrido tanto, ainda se mantém em pé!
Se esse é o doloroso itinerário da Argentina, o seu parceiro e vizinho, de tantas afinidades e hoje, de tanto respeito mútuo, depois da fase dos chamados que, do alto de sua presunção e arrogância chamavam os brasileiros de “macaquitos”, cresceu a passos largos, em face dos bons ventos internacionais, de sua indústria manufatureira já madura e competitiva, de um agronegócios de resultados excepcionais e, afirme-se, em face de seu tamanho geográfico e de sua população e, pasmem, alem de espasmos de seriedade e comprometimento institucional, cresceu largamente nos últimos anos.
Claro que, acumulando erros e equívocos de todas as ordem; antecipando um estado de bem estar social que não tinha como pagar a conta; distribuindo favores para garantir respaldo político-institucional, além de exercitar, brilhantemente, muita incompetência na gestão da coisa pública, o Brasil termina, em quatro anos, todo um legado de mais de 20 anos de conquistas e de crescimento! Até o The Economist revelou-se indignado, frustrado e como que traído Ou seja, a desorganização da economia, a desestruturação das finanças públicas, a disseminação de valores éticos e morais contestáveis, além de práticas políticas questionáveis sobre todos os pontos de vista, foram o balanço quase trágico desses últimos anos.
Daqui dá para imaginar que, com Macri, de uma certa forma, foi-se o incompetente projeto do bolivarianismo sem sentido e sem futuro; desmantelou-se o eixo da bobagem que compreendia a proposta de integração de Venezuela, Brasil, Argentina com Cristina, Bolivia de Evo Morales, Equador de Rafael Corrrea e Cuba dos Castros, o que levava a uma pretensão insensata de construção de uma proposta econômico-política dos atrasados bolivarianos. Foi a cultura inferior do Coronel Hugo Chaves, da Venezuela, que quase pontificou como uma proposta de ação política dos atrasados latinos que ajudou a acelerar a compreensão de que os demais países deveriam romper com tal itinerário. Macri ajudou a derrubar Dilma e Chaves que jå havia morrido, Castro já havia sido afastado e os demais países sentiram que o novo caminho era da democracia sem adjetivos e sem restrições.
Assim, não se sabe para onde irá a Argentina, com tanto para contribuir e com um país tão rico mas que se debate com restrições institucionais tão difíceis de superação. Na verdade, o Brasil, caso supere o Cabo da Boa Esperança que será a travessia desse semestre, preenhe de problemas, desafios e dificuldades gerados por uma sociedade cansada de esperar por melhores dias, uma Oposição que não mede sacrifícios em gerar expectativas de volta ao poder aos seus filiados e de uma midia que cobra, impiedosamente, dos governantes de plantão, resultados imediatos.
Chega-se ao fim do ano. Todos na expectativa de que, por mais que não se queira torcer pelo País, não há outra alternativa a não ser apostar que, se o país chegou ao fundo do poço, não há outro caminho para se continuar sobrevivendo e apostando num futuro melhor para o Brasi.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!