THE DAY AFTER!
Alguém já parou para pensar como será o “day after” a saída de Lula do poder? O que ocorrerá, de fato? Quais são os possíveis cenários? O primeiro, mais favorável a Lula, será passar a faixa presidencial, inaugurando uma nova etapa da vida brasileira, com a chegada de uma mulher ao poder e, ao mesmo tempo, um presidente fazendo o seu sucessor. Na verdade, Itamar poderia reivindicar tal privilégio ou tal mérito mas, para muitos, a eleição de FHC se enquadra naquilo que dizia o marqueteiro de Bill Clinton: “That’s the economy, stupid”! Ou seja, quem elegeu Fernando Henrique foi o Plano Real e os seus resultados extraordinários que mudaram os conceitos, as perspectivas e a própria cultura brasileira!
Imagine-se qual será a cena, Lula saindo nos braços do povo, chorando, ele e o povo, e deixando a nação numa espécie de orfandade, não só do seu carisma, da sua sorte, do seu jeitão de povo e de sua capacidade de comunicação extraordinária! E o povo, sentindo-se só e órfão, porquanto Dilma não tem nada de Lula, nem na humildade, mesmo industrializada; no jeitão bonachão; na linguagem tosca; nas impropriedades mas, mesmo impropriedades, capazes de causar, ao invés de críticas aos seus erros e equívocos, admiração pela proximidade dos mais desvalidos e dos descamisados que Collor, da “elite branca”, quis proteger ou ter ao seu lado. Dar-se-á, logo que o povo ficar sozinho com Dilma, aquela sensação de vazio, de insegurança, de desencanto e de falta de fé no amanhã pois, o novo pai dos pobres, foi para o seu exílio voluntário. E aí Dilma, mesmo com o marqueteiro de Obama e o Goebbels tupiniquim, não construirá a ponte de sentimentos, afetos e confiança, principalmente dos vinculados ao bolsa família! E aí as coisas se tornarão mais complicadas para Dilma, mesmo contando com a subserviência dos partidos que ora a apóiam. Será um governo sem graça, sem charme e sem carisma. Um governo chocho, sebastianamente compenetrado que, só a volta de Lula salvará aqueles que gravitam em torno do poder.
Este cenário ora traçado, parte do pressuposto de que a eleição foi plebiscitária – onde ficariam, apenas, Dilma e Serra com Ciro disputando, com o apoio dos petistas, o governo de São Paulo. E ocorreria como quer Lula, uma eleição Lula versus FHC, ou melhor, seria um plebiscito a respeito de projetos e não de presidentes. O mais sério é que será difícil estabelecer diferenças e unicidades, pois o que há, é mais semelhanças e continuidades. A pergunta que se coloca é que mudanças ocorreram em termos de política econômica, de política agrícola, de meio ambiente, de ciência e de tecnologia ou até mesmo em termos de setores tradicionais como educação, saúde e segurança publica? Quais as reformas institucionais, fundamentais para o país crescer, foram implementadas?
A preferência em termos de um presidente passado não justifica a escolha de um presidente futuro. Assim, Dilma será eleita retirando os demais atores do cenário e, as discussões não serão sobre o seu currículo e o de Serra, mas de quem dará continuidade a Lula e seja a sua imagem e semelhança. Será que esse cenário se viabilizará e Dilma se transfigurará para representar tudo isso que está na cabeça do povo?
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!