A POLÊMICA EM TERMOS DOS NÚMEROS DA SUCESSÃO!
Alguns analistas de pesquisas de opinião, buscando assumir o papel de pitonisa, já antecipam, numa manipulação de números e no exame do que ocorreu nos pleitos passados, que, Dona Dilma, não vencerá o pleito 2010. Os argumentos são os mais variados desde o fato de que “os números não mentem jamais”, pois a candidata continua patinando nos mesmos índices de meses atrás; não mostra vigor nem densidade eleitorais, apesar do apoio irrestrito e absoluto do maior cabo eleitoral do país; não reage, positivamente, a exposição intensa de mídia; e, nem tampouco, mesmo se lhe atribuindo a pseudo-responsabilização por tudo de importante e positivo que ocorre no Governo Federal, mesmo assim, não dá mostras de que vá deslanchar em termos de preferência popular.
Na verdade, é bem possível que a mera avaliação de como se desenhavam as preferências populares em relação às candidaturas, como ocorreu com outros candidatos a Presidente, um ano antes da eleição, como argumentado por Carlos Montenegro do IBOPE, não tenha valor para assentar previsões de resultados. Também não parece tão segura a afirmação de que Serra mantém-se, faz mais de dois anos, como candidato preferencial a Presidência, com pequenas alterações nas preferências em relação ao seu nome, garanta-lhe a convicção de que ele já é o ungido para dirigir os destinos do país.
Mas, há alguns fatos que devem merecer avaliação para definir um desenho preliminar do que pode ocorrer em 2010. Em primeiro lugar, diferentemente do que Lula queria, a eleição não será plebiscitária, ou seja, hoje o país já conta com, pelo menos, cinco candidatos com índices de preferência popular acima de 10%. Ainda, a chegada de Marina Silva, ampliou os horizontes para Ciro, reduziu as margens para Dilma e Serra e, ela mesma, já atinge quase 7% com menos de um mês de se dizer da possibilidade de ela vir a ser candidata à Presidência.
Ademais, se se examina, detidamente, os resultados alcançados pelo PT nos embates municipais nas grandes cidades, mesmo quando o Presidente Lula, pessoalmente, empenhou-se na eleição de seus candidatos, as derrotas de Porto Alegre, de São Paulo, de Natal, e outras mais, são indícios que a transferência de votos não ocorre como alguns imaginavam.
Se alguns analistas, parafraseando o marqueteiro de Clinton, de que o que determina resultado de eleição é o comportamento e o desempenho da economia, e, com isto, com a retomada do crescimento, o candidato – ou os candidatos? – do Governo será beneficiado, a opinião deste cenário é distinto. E isto por diversas razões. Uma coisa é o Lula, mito e, com uma popularidade invejável e que o eleitorado consagrou que tudo de bom que ocorreu foi fruto de seu descortínio, compromisso social, simplicidade, etc. etc. etc. Lula é uma espécie de Padre Cícero só não santificado por que a elite da Igreja tinha medo de sua liderança. Padre Cícero morreu e, mitificado, endeusado e santificado pelos romeiros, não rendeu votos e nem prestígio para ninguém que estava por perto dele. Todos dizem, inclusive lá fora, que Lula teve agilidade, presença de espírito e otimismo para impedir que o Brasil mergulhasse numa crise que lhe tirasse o prestígio e diminuísse o otimismo do cidadão comum e do próprio mercado em relação ao país. Mas, se tal conta pontos para Lula, uma sociedade aligeirada como a brasileira, nem sequer sentiu, os mais pobres, que houvesse tido crise. E isto se deveu ao fato de, em primeiro lugar, a crise não ter sido um tsunami e os fundamentos da economia estarem muito sólidos, mas também e principalmente pela existência de importantes amortecedores sociais como o bolsa família, previdência rural, uso do FGTS, vale gás, salário-desemprego, etc. – que impediram que a sociedade, notadamente as classes D e E, não tivessem sofrido perda de seu poder de compra. Ora, diante disso, se o Brasil crescer a 3, a 5 ou a 8%, não mudará, em nada, a cabeça do eleitor.
Finalmente, Lula é tão esperto que sabe que criar sonhos de grandeza – Brasil, grande potência; não interessa ingressar na OPEP; Consolidação das Leis Sociais; PAC da mobilidade, etc. – são como que factóides para bombar Dilma e não serão concretizados no seu governo. Nem a Copa do Mundo de 2014 e nem, se se conseguir, os Jogos Olímpicos de 2016, vão gerar votos para quem quer que seja.
2010 não será para o PT. Talvez o povo já sonhe com a volta de Lula em 2014. E, talvez, para alimentar o saudosismo e o queremismo, para Lula será melhor a eleição de Serra, pois que terá que adotar medidas antipáticas que só fará aumentar o sonho do povo simples de que Lula tem que voltar.
Mas, como dizia o velho Magalhães Pinto, “política é como nuvem. Você olha prá cima, ela está de um jeito. Baixa a vista e quando olha de novo, ela está de outro”.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!