Canos furados

Há uma história interessante ocorrida entre o deputado estadual, já falecido, Perilo Teixeira e o Governador do Estado do Ceará, no período 1959/1962, Parsifal Barroso. Perilo, correligionário do Governador Parsifal foi em audiência e, então, faz o seu pleito qual seja,  que o governo do estado ceda  uns canos furados que estavam sem qualquer uso na secretaria de agricultura. Acontece que esses canos haviam sido comprados, pelo governo de estado para implantar um sistema de  abastecimento d’água de uma determinada cidade de interior. E o, governador, muito solícito, de boa fé, autorizou que o secretário de agricultura liberasse os tais canos furados para o deputado correligionário. Ocorre que depois de três meses,  o Governador Parsifal Barroso perguntou ao secretário de agricultura, Chico Figueiredo, porque não havia começado o programa de abastecimento d’água da cidade “X”, para a qual ele havia mandado comprar os canos. – “Não iniciei, pois o senhor mandou dar os canos ao deputado Perilo Teixeira”. Ao que Parsifal retrucou: – “Não mandei dar os canos  a ninguém. O Perilo me  pediu uns canos furados.” E o governador, indignado, mandou chamar o Deputado Perilo Teixeira: – Perilo, você levou os canos que seriam destinados ao  abastecimento do distrito de Taperuaba, em Sobral! Como você fez uma coisa dessa? – Não, governador. O que eu levei, conforme autorizado pelo senhor, foramm uns canos furados. – Mas como? Você vai lá e leva os canos do município, de uma maneira incorreta… – Não. Eu lhe pedi os canos furados. – Pois é, eu lhe dei os canos furados e não os canos bons! – Mas governador,  o senhor já viu  algum cano que não seja furado?

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