E COMO FICAMOS EM COPENHAGUE?

O Brasil antecipou-se às decisões sobre a Conferência sobre o Clima, em Copenhague, anunciando uma redução entre 36,1% e 38,9% na sua proposta  para 2020. Em função da base aceita para estabelecer o limite da redução – no caso do Brasil, 2005 – a redução será, em 2020, de 10% do que é hoje. Claro que é uma grande conquista e uma importante meta, caso seja, efetivamente, alcançada.

A única coisa que fica pendente nessa meta-compromisso é o fato de que não se sabe qual é o programa ou as propostas para a redução de emissão de C02. Ou seja, quais são as mudanças que serão propiciadas na matriz energética do país com inclusão de fontes alternativas de energia? Na agropecuária, quais as metas que serão estabelecidas para a redução dos desmatamentos, dos níveis atuais, ainda altíssimos, embora tenham sido reduzidos, em mais de 2000 quilômetros quadrados, do ano passado para agora – os oposicionistas debitam à conta da crise econômica que afetou o agronegócio e a sua expansão -? Quais mudanças tecnológicas serão estimuladas, tal como sói ocorrer com o programa “China Verde”, que deverão revolucionar os transportes de massa, os eletro-eletrônicos e a própria evolução das fontes alternativas de energia, além da incorporação dos carros híbridos, os elétricos e os carros movidos à hidrogênio? A proposta do “aço verde” redundará, realmente, na efetiva eliminação do uso de matas para a produção de carvão, usando as florestas artificiais ou plantadas e renovadas?

As preocupações relacionadas com a assunção de tais compromissos dizem respeito à inexistência de um planejamento estratégico para a matéria e, que, no momento, representa apenas uma jogada político-eleitoral destinada a “tirar” de Marina Silva o discurso da sustentabilidade e colocar no colo de Dilma a idéia de preservação e conservação ambiental em quem, como da corrente desenvolvimentista do governo, nunca deu bolas para tais preocupações dos ambientalistas. Na verdade, Lula irá a Copenhague e dirá, por certo, a famosa frase de que “nós viemos para resolver o problema e não para ampliar o problema”.