É UM QUADRO COMPLICADO E CONTRADITORIO!

A semana finda com a batalha que não houve — Lula versus Moro — apesar de todas as dramatizações especulativas de parte a parte; com as mais incisivas e convincentes externalização de dnúncias das delações de Monica Moura e do marqueteiro João Santana, complicando, deveras, Lula, Dilma, Palocci, José Eduardo Cardoso, entre outros e, com a declaração de Palocci de que poderá fazer a sua delação a qual, na verdade, não será premiada para ninguém. Se tais assuntos, aliados as incursões de uma nova  incursão da Polícia Federal através da Operação Bullish, agora abrindo a “caixa-preta” do BNDES, talvez isto tenda a esquentar, ainda mais, o clima politico do País.

Ao mesmo tempo que o caldo político tende a esquentar, o governo Temer avalia os resultados alcançados no último ano e mostra um balanço que, se for avaliado dentro do quadro de dificuldades, limitações e desafios enfrentados pelo Presidente, mostra-se deveras positivo  e gerador de expectativas altamente favoráveis de que as coisas encontram rumo e tendem a fazer com que a economia que, já mostrava, embora tímidos sinais de  retomada, até o fim do ano, venha a dar resultados, em termos daquilo que mais preocupa a todos, no caso a questão do emprego.

Temer apresentou um  conjunto de ações, providências e medidas adotadas até agora, embora  subordinadas a criticas intensas e a dificuldades maiores causadas pela oposição,  sinalizam uma mudança no ambiente e nas expectativas. Mesmo subordinadas a uma muito baixa aprovacão popular, fruto das dramáticas condições experimentadas pela população — desemprego que já alcança 14,5 milhões de trabslhadores e uma significativa redução  da renda real das pessoas — e fruto do próprio perfil  do Presidente, que, diga-se de passagem, nunca teve o carisma que encantasse as massas, as providências ocorreram e se concretizaram de forma positiva.

E quais foram tais medidas e quais foram os resultados alcançados? Em primeiro lugar, estancou-se o processo de deterioração das condições da atuação do poder público, impedindo o agravamento das circunstâncias desfavoráveis e de problemas os mais sérios. Ao mesmo tempo, com a mudança de governo, começou a ocorrer uma reversão de expectativas, notadamente no campo da economia. Se isto não bastasse, o ambiente econômico, se num primeiro momento não melhorou, pelo menos deixou de se desgastar e de piorar.  As ações do Banco Central começaram a reverter as expectativas inflacionárias e, de imediato, não apenas a taxa de crescimento dos preços reduziu a sua intensidade, como começou a ocorrer uma deliberada reversão da inflação.

Em função de tais ações, foi possível ao Banco Central começar a reduzir a taxa básica de juros que já tinha alcançado os elevadíssimos 14,5% e, aos poucos, vai sendo possível diminuí-la, até atingir os níveis atuais — 10,5%! Com um ambiente econômico mais favorável, foi possível ao governo retomar as licitações de concessões de obras e serviços públicos em face da confiança que os investidores, notadamente os estrangeiros, reestabeleciam em relação ao País. Com isto, sente-se, claramente, que uma retomada das atividades da economia já começa a ocorrer e o emprego já começa a reduzir a intensidade de sua queda.

Quais os instrumentos que foram utilizados por Temer nesse processo Em primeiro lugar fez-se prevalecer a sua enorme capacidade de negociação e de articulação política e a sua determinação em fazer dar certo o seu projeto de poder. Adicionalmente, os esforços nas áreas mais críticas foram se fazendo sentir como foi o caso do controle e do estabelecimento de limites ao gasto público. Com isto também começou a ser objeto de preocupação do governo, a redução da ineficiência na gestão das ações e dos projetos de governo.

Por outro lado, as incursões do governo no Parlamento,  com iniciativas congressuais de grande relevo, como a aprovação do teto dos gastos publicos, a aprovação da proposta de internalização de recursos de brasileiros no exterior e a retomada da proposta que já dormitava, havia muito, nos escaninhos congressuais, como a terceirização serviços, representaram inciativas de enorme relevância.

Agora, as reformas trabalhista, a da previdência, a renegociação das dívidas de estados e municípios e a proposta de um REFIS, nos moldes que foi adotado à época do governo Fernando Henrique Cardoso para salvar as empresas, de sua situação falimentar, representam as propostas que fechariam o cerco daquelas medidas destinadas a efetiva retomada, objetiva e segura, do crescimento da economia nacional. Na verdade, o encaminhamento do marco regulatório da mineração, a reforma fiscal e alguns ajustes na máquina do governo, ainda deverão vir no bojo desse esforço de modernização do estado e que ajudarão a garantir as bases da expansão organizada da economia e da vida nacional.

Assim, embora a semana termine com os alvoroços derivados desse processo de lavagem de roupa suja do país, as coisas tendem a buscar o caminho da reorganização da nação e da sua vida pública e gera a esperança de que a economia voltará a ter o desempenho desejado e necessário para o atendimento da criação de empregos e do crescimento da renda real das pessoas, sem o comprometimento do objetivo maior de redução das desigualdades sociais.

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