MAS QUE CAMPANHA EXÓTICA!
Esta talvez seja a mais atípica campanha eleitoral que os brasileiros vivenciam e já vivenciaram desde a instalação da Nova República, pelo menos! Fria, insossa, sem despertar paixões, está campanha é incapaz de propiciar embates interressantes de idéias ou, até mesmo, de vitupérios e agressões.
Se para eleições majoritárias que, praticamente, se caracterizam por serem quase plebiscitárias, até mesmo no primeiro turno, a campanha tem se mostrado chocha, insípida, inodora e Incolor. E, a pergunta que vem ao ar é, por que tanto desinteresse e tanto descaso vez que, se sente no ar e na atitude dos formadores de opinião uma ânsia mudancista ? Por que tanta ausência das pessoas, não importa o nível intelectual e de renda nas discussões, vez que são enormes os problemas, os desafios e as dificuldades enfrentadas pelo Brasil?
Se para as eleições majoritárias se sente esse sem sabor e sem entusiasmo dos eleitores, a situação ao nada é mais dramática quando se discutem as alternativas para as eleições proporcionais. Ninguém mostra um pingo de interesse no pleito. Começa pelo fato de, noventa por cento dos eleitores não saberem em qual deputado, tanto estadual ou federal, votaram! Por outro lado, até o dia 20 de setembro , quinze dias antes do pleito, segundo pesquisa divulgada pelos principais veículos de comunicação, 77% dos eleitores não tinham a menor idéia de quem sufragar, no dia 5 deoutubro!
E qual o por que dessa indiferença e dessa total apatia dos eleitores? Deriva, em parte, da frustração e do desencanto com a classe política, marcada por desvios de conduta, não cumprimento de compromissos, falta de nitidez doutrinária, um comportamento leviano e, muitas vezes, reprovável, em relação as alianças políticas e posturas diante de temas polêmicos.
Ademais, parece que a sociedade descobriu que, no atual sistema político-eleitoral, em face da permissiva aceitação das chamadas coligações proporcionais, ao votar em um candidato a deputado de sua preferência, o eleitor acaba elegendo outro que não diz nada a ele ou, às vezes, pensa ou age de maneira diametralmente oposta ao seu preferido. Ou seja, você não vota sequer na sua legenda partidária, mas num amontoado de siglas, sem qualquer afinidade ideológica, doutrinária ou programática, ao mesmo tempo em que acaba elegendo alguém totalmente desconhecido para você!
Voce atira no que viu e acerta no que não viu ou não queria ver. Assim, do jeito que o processo caminha, além da descaracterização dos partidos e o abandono de suas bandeiras, como foi o caso do PT, a militância agora só opera devidamente remunerada e os chamados “vaqueiros de votos”, precificaram, em valores absurdos, o valor de seu trabalho.
Assim, o pleito atual gerou um grande paradoxo como bem explicitou o ex-senador Albano Franco: “É a eleição mais cara e a mais sem dinheiro que eu já assisti”! Aliás, estranhamente, os empresários “costuraram” os bolsos e também não tem qualquer preocupação com os parlamentos que surgirão do pleito e, depois, estarao lamentando a qualidade dos seus representantes!
Finalmente, algo novo que não se tem uma sequer tênue ideia de seu papel neste pleito, são as chamadas redes sociais. Elas se popularizaram bastante e, inexistem estudos de como utilizá-las para fins políticos e eleitorais, a não ser as experiências externas — Obama, a Primavera Árabe — ou um pouco, as mobilizações de Junho passado. Não se sabe com que intensidade, frequência e natureza do conteúdo utilizá-las para que se tenha um recall ou uma repercussão positiva em favor de qualquer candidato!
Assim o que resta aos cidadãos é esperar que Deus e o acaso nos protejam!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!