MOMENTO E HORIZONTE!
De um modo geral, os contornos do momento e as atitudes e idéias que o caracterizam, tendem a conduzir a elaboração de estudos prospectivos sobre qual será o horizonte que se pode antecipar ou se pode prever para o País, sem incorrer em aberrações, fruto da irresponsabilidade ou fruto das tendenciosidades forçadas por compromissos ideológicos. O momento que se vive, nesses cinco meses de governo Bolsonaro, representa uma experiência que não tende a surpreender nem positiva e nem negativamente qualquer analista.
Isto porque, se de um lado, a mediocridade poderia ser definida como a marca do comportamento e das atitudes do Presidente, por outro, a presença de figuras da estirpe e da dimensão de um Paulo Guedes, de um Sérgio Moro, de um General Heleno Nunes e de alguns de seus ministros, permite que se crie uma expectativa favorável no que diz respeito ä capacidade gerencial da estrutura de poder instalada. Ou seja, mesmo que o que mais a midia explore seja a “loquacidade, ás vezes, impensada” de Bolsonaro, com seus juízos de valor próprios e “terra a terra”, gerando, muitas vezes, declarações intempestivas e, as vezes, até contrarias ao que sua área técnica propõe ou, até mesmo, diante do que determina o chamado senso comum, isto não tem comprometido a confiança e o apoio da sociedade äs opções que os seus assessores estão a propor.
A despeito das manifestações verbais do Presidente e de sua insistente e quase obsessiva busca de fazer declarações que atentam, não apenas contra o bom senso mas, também, contra o chamado senso comum, várias medidas relacionadas ao controle e racionalização do gasto público, a busca de austeridade nas ações do poder publico e as propostas de reformas institucionais, caminham no rumo desejado e esperado pela maioria da população. Claro que além das inopinadas declarações do Presidente e do exotismo das opiniões da Ministra Damares Alves, até o próprio Ministro Paulo Guedes, ao intentar utilizar-se de um mecanismo de pressão inusitado e pobre de estilo, sobre o Congresso — “Se não aparovarem a reforma da Previdencia, eu deixo o governo! — incorre no lugar comum de intentar chantagear a opinião pública e os congressistas. Parece que falta ao próprio Paulo Guedes um mínimo de vivência e esxperiência política para avaliar o atual Congresso e que tendências e rumos ele tende a tomar.
Tavez isto ocorra em decorrência do fato de que inexistem lideranças de peso e expressivas que levem o governo a temer que caminhos os parlamentares tomarão. Mas, apenas, examinando a votação recente e considerada uma das mais críticas pelo governo — a localização do COAF na estrutura de poder! — onde o Governo, sem mobilização e sem atuação política direta entre os parlamentares, perdeu por apens 18 votos, numa matéria de amplo e incisivo interesse dos deputados, demonstra que, com um pouco de articulação e negociação será possível, ao governo, alcançar o necessário quorum a permitir a aprovação de matérias cujo apoio e compreeensão da opiniáo publica hoje parece ser majoritário. Ou seja, as reformas institucionais, a redução do déficit público e as matérias que mudarão, favoravelmente, o ambiente econômico, tem tudo para conseguirem o apoio de um novo Congresso, ansioso por recuperar a “credibilidade” que. se não totalmente perdida, nos dias que correm, está sujeita a dúvdas e incertezas.
Assim, mesmo sendo um tanto contraditório a afirmação que o analista vai fazer, o que se observa, na prática, é que há um notável espaço para a aprovação de reformas e medidas econômicas estruturais tão requeridas pelas circunstâncias e pelas expectativas de retomada da expansão segura e continuada da economia nacional. Ou seja, mesmo com a insegurança e com as incertezas que cercam o que se imagina que será a condução da política econômica nacional, há um clima de que o ambiente começa a desanuviar e certos fatos teimarão em se fazer presentes no quadro das ações econômicas do País.
Ou seja, mesmo com um quadro um pouco confuso, o que se sente é que medidas fundamentais a dar continuidade a certos processos administrativos que já estavam em curso estão sendo tomadas e não se verifica hesitações e dificuldades criadas pela máquina burocrática. O fato é que, apesar de tudo e de muitos, as coisas andam e, se o acaso ajudar, o país não crescerá o que se deseja mas, pelo que se sente, o desempenho da economia e da administração pública do País não será tão frustrante quanto o que muitos esperavam!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!