O “DEPOIS” DA DELAÇÃO PREMIADA…

Os pretensos especialistas em leitura dos acontecimentos políticos e de seus desdobramentos sobre os presumidos resultados das urnas em 5 de outubro, procuram avaliar as perdas e danos para uns e, os possíveis resultados positivos para outros, da delação premiada do ex-diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa.

Como não apareceu um nome sequer do PSDB, entre os beneficiados pela ação aparentemente destruidora do ex-diretor, acreditam alguns que Aécio será o que pagará o menor preço porquanto, até mesmo Marina, com o nome de Eduardo Campos sugerido como alguém que se apropriou dos feitos do homem forte do escândalo, até mesmo ela pagaria algum preço. Quem sofreria o maior ônus seria Dilma Rousseff porquanto, nos oito anos do mandarinato de Paulo Roberto da Costa á frente da Diretoria de Distribuição da entidade, ela foi Ministra de Minas e Energia, Presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, Ministra da Casa Civil do Governo Lula e, finalmente, Presidente da Republica. Ou seja, nos oito anos de Passadena, de Abreu e Lima e de outros embustes, a candidata à reeleição foi diretamente responsável por todo o processo que desembocou no desastre que foram esses últimos anos da outrora uma das maiores companhias do mundo!

Claro que no jogo de acusações, Aécio não será poupado pois que, segundo os petistas, os tucanos de Minas são os precursores da prática mensaleira onde o ex-governador Eduardo Azeredo foi responsabilizado pelo “affair”.  Mas o mais relevante é o significado e a repercussão do problema dos mensalões. Isto porque  talvez se atribua mais maior poder de desgaste em função do  seu tamanho.  Acredita-se que esse da Petrobrás foi o maior entre os maiores. Maior, inclusive, não apenas na dimensão do rombo mas na abrangência dos nomes envolvidos no processo de desvios de recursos públicos!

Para Marina Silva a coisa parece bem mais suave porquanto, quando ela assumiu a candidatura, em face do infortúnio que cercou e ceifou a vida de Eduardo Campos, não havia qualquer suspeição de irregularidades e nem de denúncias relacionadas aos escândalos envolvendo uma das maiores empresas petrolíferas do mundo. Assim, Marina não poderia explicar nada porquanto as investigações caberiam ao Ministério Público, a Policia Federal e ao TCU, sendo que ela em nada poderia oferecer de subsídios sobre a matéria pois ela não teve conhecimento, participação e nem atuação em nenhum de tais presumidos espúrios processos.

A única coisa que Marina tem, sabiamente, procurado colocar é que ninguém pode fazer acusações a um homem morto já que, nem sequer o direito de defesa ele poderá exercer. Ademais, as pretensas acusações a Campos seriam apenas insinuações e não provas de qualquer delito de alguém que sempre teve conduta ilibada e que não fazia concessões aos interesses politico-partidários.

Marina tem sido extremamente esperta na condução de sua campanha. Tem procurado usar aquilo que Lula fez quando se candidatava pela terceira vez a Presidencia. Alí ele procurar mostrar que a sociedade e, notadamente os mais conservadores, não deveriam ter qualquer temor de seu governo. E para tanto, lançou a Carta aos Brasileiros, escolheu um vice, extremamente conservador, o empresário mineiro José de Alencar, trouxe Pallocci para a cena e escolheu o ex-presidente mundial por mais de dez nos, do Banco de Boston, no caso Henrique Meirelles, para a Presidencia do Banco Central.

Ela busca se blindar como ninguém, primeiro  dizendo que irá governar com todos, não fazendo restrições a quaisquer partidos e, nem tampouco a pessoas, dizendo que buscará os melhores, não fazendo restrição a quem quer que seja. A sua amizade com Téca Setúbal, herdeira do Itaú, com o dono da Natura, com Eduardo Giannetti da Fonseca, além ter deixado correr solta a idéia de que chamaria Pedro Simon para MInistro da Justiça; José Serra, para Ministro da Saúde; além de outros nomes que garantiriam a necessária governabilidade, mostra quão esperta ela tem se mostrado.

Finalmente, em todas as declarações, o pensamento centrado e equilibrado, bem como a competência para não se imiscuir em discussões técnicas, tem se mostrado de inegável habilidade sobre aquilo que lhe levaria a  uma tremenda “saia justa”, como os problemas relacionados  à questão do avião sinistrado, os escândalos da Petrobrás e a questão do casamento gay.

Do jeito que a coisa vai, a tendência é que  Marina não terá estancado  o seu crescimento, embora, respeitado o fato de que o PT tem, com certeza, ainda 30% do eleitorado, a não ser que Aécio míngue, ao contrário do que se pense, o segundo turno será entre Dilma e Marina!

Quem aposta no contrário ou em outra hipótese?

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