O QUE DIZEM AS CARTAS SOBRE O AMANHÃ DO PAÍS?

As coisas são e estão mais complicadas do que se imagina. O desânimo, a indignação e o pessimismo que domina toda a sociedade diante do mar e lama que cada dia se assemelha a um tsunami que vai desmontando instituições, lideranças, pessoas e crenças, parceiro não ter fim. Não existe qualquer laivo de esperança de surja lideranças, movimentos, pactos ou atitudes de grupos e pessoas capazes de fazer renascer a esperança de que, pelo menos, o que se faz está no caminho certo.

No meio estudantil e na comunidade acadêmica vive-se um deserto de homens, de ideias e de algum compromisso com a cidadania responsável. Na área empresarial, ou o tempo levou o que restava de empresários respeitáveis ou imbuídos do sentimento de que lhes cabia parcela de responsabilidade no conduzir os destinos do Pais ou a desindustrialização, a crise econômico e a Operação Lava-Jato desmontou sonhos e destruiu vaidades!

O Executivo, esse é a expressão maior da incompetência, da falta de visão estratégica e da falta de credibilidade para liderar qualquer processo destinado a juntar pedaços do que restou de compromisso político-social com a cidadania. Os sindicatos, outrora tal qual as universidades, produzia líderes, voltou apenas a exercer um peleguismo oportunista que se aproveita do imposto sindical e das generosas verbas de governo para produzir eventos que são politizações ou partidarizações que só mostram como mercenarizadas são hoje tais atitudes e movimentos!

Já o Judiciário vive um momento de dubiedade porquanto se de um lado há uma plêiade de jovens intrépidos e ousados procuradores, ao lado de um grupo de juizes liderados por um competente, sóbrio e equilibrado, além de preparado para o difícil mister da Operação, no caso o Juiz Sergio Moro, por outro lado a sociedade tem dúvidas e incertezas em relação a atitude dos tribunais superiores, particularmente o STF, máxime após uma série de questionamentos feitos sobre decisões daquela Egrégia Corte no episódio do Mensalão. Temem, alguns, que o Supremo possa interpretar artigo do texto constitucional que venha invalidar ou por por terra todo o esforço até agora desenvolvido pelo nobre juiz e seus procuradores e colaboradores.

Se se busca a instituição que deveria representar melhor e mais legitimamente os interesses e expressar os sentimentos da população, no caso o Legislativo, vive-se, de há muito, uma situação tal em que não se deposita quaquer confiança e nem tampouco qualquer esperança no que a Casa do Povo poderia agregar às esperanças do povo, máxime num momento de crise como o que se vive  onde a busca de um pacto de entendimento em prol do enfrentamento dos vários e sérios desafios que se colocam diante da sociedade brasileira, seria uma saída possível.

Finalmente, a mídia, repesentando importante e relevante instituição nesse processo de busca de saídas, parece que, no afã de garantir apoios, vender matérias e mostrar a sua independência diante de uma situação de confusão e de caos que vive o Brasil, aguça o seu denuncismo e não agrega idéias e sugestões capazes de se construir uma espécie de Pacto de Moncloa como a Espanha construiu quando do fim do regime autoritário espanhol. Agora mesmo, a reação de FHC, de Aécio e dos tucanos de não aceitar sentar à mesa com Lula e Dilma por não os considerarem confiáveis, não parece que tenha ajudado a reduzir o ímpeto da crise e as enormes chances de um desdobramento que leve a um sério impasse institucional.

Agosto materá a tradição. Será um mes dificílimo e, por enquanto, é difícil prever o que vai ocorrer com um Congresso em crise, uma base de apoiamento do governo gelatinosa, um pt buscando desmontar e desacreditar Michel Temer, como articulador político e uma aridez de idéias, de estratégias, de homens e de atitudes, não apenas por parte de Dilma e sua entourage mas, agora, também por parte de Lula, perdido e desestruturado diante das graves denúncias contra ele e a família.

O que vai ser do País nenhum analista se arvora em antecipar mas que o quadro é tenebroso, ah, isto é.

 

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