O QUE ESPERAR DE E PARA 2017?
Pouco se pode antecipar o que deverá ser ou o que poderá ocorrer em 2017. Os mais pessimistas dizem que será um ano muito difícil sob todos os aspectos. As turbulências demarcarão o seu território que não se cingirá, apenas, as chacinas oriundas das brigas de facções do crime organizado como ocorreu no presídio de segurança máxima de Manaus — 60 mortos! — e as 31 fatalidades oriundas da rebelião ocorrida em Roraima. Não se sabe se, a seguir, o comando das facções do crime organizado, em confrontos delimitadores de territórios, decidiam estimular tais chacinas nos presídios de Pedrinhas, no Maranhão e nos presídios do Pará, do Rio Grande do Norte e, do Ceará. O que se sabe é que houve e pode continuar havendo confronto das facções do crime organizado.
A violência é fruto de muitas coisas que, em verdade, não estão a operar na sociedade, desde a quase convicção de que a impunidade é uma certeza e de que o crime compensa; de que a compra de sentenças, ao que se sabe, ocorre a olhos vistos por todo o país; que, também, apenas cinco por cento dos crimes cometidos no Brasil são investigados o que estimula a criminalidade pela certeza da impunidade; que se constatou que a autorização para cumprir pena em regime aberto domicíliar, era vendida, em Manaus, por 150 mil reais, além e, é bastante óbvio, da notória corrupção que impera na polícia e na justiça. A falta de uma política nacional de segurança pública, além da ausência de uma integrada, preparada e eficiente polícia, é o que mais se cobra das autoridades do País.
Por outro lado, a inexistência de uma proposta inteligente de combate ao crime organizado; o fato de as fronteiras brasileiras estarem escancaradas, sem qualquer controle, por onde entram armas e drogas de todo tipo e mais sofisticadas do que aquelas com que conta a polícia; a falta de um esforço comunitário destinado a ações complementares como iluminação pública, ocupação de espaços públicos, políticas para as populações de jovens carentes ou infratores, além de uma policia treinada e melhor remunerada, são alguns pontos que devem ser efetivamente considerados quando da abordagem de tão complexo problema.
Agora mesmo o governo lança um Plano Nacional de Segurança Pública, crê-se que de caráter emergencial. Alguns pontos representam limitações da proposta pois não há metas definidas e nem horizonte de tempo estabelecido para seu alcance. Quantos presídios serão construídos e em que prazo? Também questões como o estabelecimento de um prazo mínimo para colocar bloqueadores de celulares em todos os grandes presídios e um mutirão da justiça para liberar todos os detidos com prisão provisória que já representam 40% do total de presos do país, não se viu registrado na proposta..
Assim, o que se verifica é que o ano começa, de princípio, com os mesmos graves problemas econômicos, além de um pano de fundo cuja marca maior é a violência das ruas e das chacinas dos presídios; da enorme crise de confiança nas instituições; além do Governo Federal situar-se subordinado a um tumultuado quadro político.
Não serão apenas as dificuldades que o governo enfrentará nas negociações políticas destinadas a aprovação de matérias controvertidas, mas outras que o calendário político estabelece. Isto porque as duas Casas vivem momento de eleições para a sucessão das mesas diretoras de ambas as unidades parlamentares, bem como para a escolha das lideranças da Câmara e do Senado. Mas, é bom lembrar também, que os duros questionamentos da mídia e a pressão da Oposição cobrando agilidade, coerência, precisão, até mesmo na linguagem de comunicação adotada pelo governo, däo parte da dimensão do quadro de dificuldade a ser enfrentado por Temer, nesse duro primeiro semestre.
Serão momentos difíceis e desafiadores, notadamente por agregar tantos ingredientes complicadores como os já mencionados. As incertezas crescem na proporção em que, há grandes temores de que sejam criadas dificuldades para a implementação de medidas destinadas a antecipar a recuperação da economia brasileira além da imprevisibilidade do impacto das primeiras providências a serem tomadas pela nova administração dos Estados Unidos.
Já na próxima semana o País, a partir da provável decisão do Banco Central de reduzir a taxa básica de juros e, o tamanho de tal corte, dará uma idéia de como a economia começará a ser retomada e em que nível. E aí é rezar para que os agentes econômicos, diante de um câmbio equilibrado, de uma inflação controlada e de demonstrações de austeridade fiscal, inclusive com a nova postura de seriedade e de compromisso dos prefeitos, comecem a decidir a retomada dos investimentos e a ampliação de seus negócios.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!