QUEM GANHOU E QUEM PERDEU?
Ainda não se sabe quem perderá ou quem ganhará nesse embate que a Câmara dos Deputados, por dever constitucional, foi obrigada a promover. De principio é dificil estabelecer o que é ganhar ou o que é perder nesse jogo. Talvez, com certeza, o grande perdedor seja o povo brasileiro pelo desperdício de tempo e dinheiro da ampla mobilização de parlamentares para definir aquilo que, até mesmo, os partidos de oposição não queriam qualquer definição.
O grande objetivo do PT e de seus aliados parece que é assistir o governo Temer sangrar até 2018, como forma de favorecimento de um processo de recuperação da imagem e do nome dos petistas perante a opinião pública nacional. Isto será ganhar para parte do PT. Ou seja, a maioria das oposições não quer o afastamento de Temer e a sua substituição pelo Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, por 30 dias e, depois, por uma eleição indireta para o resto do mandato.
O ganhar nesse jogo representaria, talvez, não pagar o preço dos desgastes derivados da defesa da continuidade do mandato de Temer. Também perder poderá ser promover mais uma interrupção no processo administrativo nacional e impedir que a retomada da economia ocorra de maneira continuada e sem interrupções nem frustrações. Sabe-se que agora não é apenas o agronegócio que vai bem; não é apenas a exuberante safra agropecuária; também não é apenas a volta da geração do emprego, que estancou a sua ampliação e voltou a gerar vagas mas a própria indústria manufatureira crescendo 0,5% no semestre. O ambiente econômico mudou e o otimismo volta a assumir papel de estímulo à economia.
Claro que o Presidente Michel não quer apenas manter o mandato mas, garantir a governabilidade que só se estabelecerá na proporção que ele demonstre dispor de, pelo menos, 257 votos que representam a maioria simples da Casa. Se assim não for, o governo não poderá aprovar as mais simples proposições que exigem, para serem aprovadas, maioria simples. Esse número parece que Temer dispõe. Na verdade Temer, ao conhecer a Casa como ninguém, saber dos seus hábitos, de suas demandas e das pretensões dos nobres deputados e, objetivamente, dispondo de “bala na agulha”, em termos daquilo que pode oferecer da máquina pública aos representantes do povo, aí é possivel prever o desenlace dessa verdadeira batalha de Itararé!
Sô quem quer ganhar a disputa parece serTemer, pois segundo a Globo e a Folha de São Paulo, 90% da população quer o presidente fora do poder embora não manifeste o que quer em seu lugar. Aliás, no momento não se sabe o que o povo quer, o que pensa e quais as suas demandas mais urgentes. A própria Globo apostou todas as suas fichas na debacle do Governo, estimulando outros veículos de comunicação no mesmo caminho de elevar as criticas e desconfianças no governo além de apoiar pesquisas de opinião que mostrassem que os cidadãos não punham nenhuma fé na capacidade do Presidente de conduzir os destinos do Pais. Nunca, em tempo algum, ouviu-se um comentário favorável ou a medidas de política econômica, ou ao Plano de Segurança para o Rio de Janeiro ou qualquer outra das providęncias tomadas pelo Governo para organizar as finanças públicas..
Aliás, há uma indiferença generalizada da população brasileira em relação as ações dos partidos, dos políticos e a tudo que diz respeito a manifestações dos homens públicos. . Ninguëm acredita mais em nada nem em ninguém. As instituições perderam a credibilidade e não são capazes de sensibilizar a sociedade de qualquer proposta, idéia e rumo.
A pantomima que estå a ser exibida na Camara dos Deputados deve acabar ainda nesta tarde. Nada mais será acrescentado ao debate nacional no encaminhamento dos grandes problemas nacionais a partir de tal discussão. O que se espera é que, terminada a sessão desse quase circo, o País volte a se mostrar sério e responsável com vistas a responder aquilo que são os grandes desafios da nação. Parece que a atitude espalhafatosa do Procurador Geral da República, tendo agora perdido o palanque e a midia, imagina-se que uma segunda denúncia não mais terá a repercussão que a primeira e será tomada muito mais como uma atitude de alguém que perdeu o rumo e o sentido da história, do que qualquer atitude mais séria.
O cenarista publica essas breves notas antes da definição do plenário da Câmara na certeza de que Temer trabalhou muito intensamente a articulação política necessária para angariar os votos exigidos a rejeitar o pedido para processar o Presidente. E a Oposição, mostrando a sua ampla divisão e, por certo, a sua incompetência política, estranhamente sem a ação de seu timoneiro Lula, facilitou o trabalho dos partidários de Temer.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!