TUDO SERÁ POSSIVEL COM UM NOVO ESTADO!

A afirmação contida no título desse comentário pode advir da ignorância, da presunção pretensiosa de alguém intentando definir o futuro de uma nação ou poderia representar algo mais simples que seria apenas uma espécie de “wishful thinking” de uma sociedade, diante de cidadãos que estão cansados não só do governo mas, de governo demais e, consequentemente, em excesso.

Isto porque, os governos eleitos, ironicamente, pelo voto popular, acabam respaldando um estado com enorme peso e capaz de gerar tremendo desconforto ao  invadir a  privacidade do cidadão; ao apropriar-se da renda do seu trabalho ao impor uma carga tributária excessivamente pesada e ao não lhe devolver, na forma de serviços públicos essenciais, o mínimo daquilo que a natural e esperada reciprocidade deveria cobrar.

Ademais, esse mesmo estado embaraça-lhe a vida, atormenta-lhe a cabeça com o excesso de leis, de instâncias burocráticas e do “criar dificuldades para vender facilidades”, características  típicas dos estados latino-americanos, o que hoje levanta dúvidas se vale a pena ter um estado dessas dimensões, desse custo e dessa complexidade.

Na verdade, o que há por traz da insatisfação da população com a classe política é, em parte, o reflexo  do sentimento de que o estado, cuja gestão cabe a classe política, está aí, lamentavelmente, para impor uma carga tributária elevadíssima e sobretudo injusta sobre os cidadãos; para estabelecer um tratamento desigual onde alguns auferem tudo e outros, a duras penas, conseguem algo e muito pouco; um autoritarismo perverso das suas instituições perante o cidadão, no seu trato direto; uma enorme quantidade de instâncias decisórias e, por fim, regras, normas, decretos e leis que confundem a cabeça e geram mau humor e indignação das pessoas. E aí, promove-se uma justificada revolta contra os parlamentares,  que ensejam, eles mesmos,  toda a má vontade do povo não apenas em face dos rendimentos auferidos,  dos privilégios e vantagens garantidos  por eles e a eles mesmos  e o fato de não aprovarem decisões que superem problemas institucionais crônicos da população.

Aliás, essa postura dos cidadãos contra o estado ocorre hoje em todos os lugares do mundo onde as manifestações de insatisfação nas ruas ou pelas redes sociais, revelam uma verdadeira revolução da cidadania onde todos querem um estado que caiba “dentro do bolso” da sociedade; que não mantenha um sistema injusto de privilégios e vantagens de vários grupos ou segmentos da sociedade; que simplifique as suas ações e exigências, pondo fim aos inúmeros cartórios existentes e que se mostre mais democrático, mais ágil e mais eficiente.

Na verdade, parece que todos os críticos, incluindo-se aí o próprio cenarista, são capazes de estabelecer, ás vezes, convincentes diagnósticos porém, sugerir como estabelecer a ruptura da forma como os estados nacionais são geridos e operam, inclusive indicando como viabilizar reformas institucionais dentro do estado democrático de direito, não só  parece difícil como praticamente não se encontra relatório algum com esse tipo de  proposta.

 

Parece que, dificilmente, se procura propor saídas e alternativas consistentes e com claros e cristalinos objetivos. Parece que a coisa se complica mais ainda pois, considerando a existência de vários interesses em discussão e a serem administrados diante de grupos políticos de pressão os mais variados, a equação não fecha por ter muitas variáveis e muitas incógnitas.

Dessa forma, a premissa maior é que não se muda uma nação apenas com palavras, alguns gestos e atitudes. Para mudar o itinerário de um povo isto dependerá da vontade manifestada pelos seus cidadãos, das circunstâncias internacionais econômicas e políticas e da forma  como se modernizam e atualizam as suas instituições.

De um modo geral os atrasos e limitações à expansão e ao desenvolvimento derivam de Instituições envelhecidas e envilecidas e são reflexo do próprio envelhecimento das elites que comandam o País. O próprio envelhecimento e envilecimento dessas mesmas elites, ultrapassadas no tempo  e sem qualquer compromisso com a história de seu povo nem tampouco com as suas biografias, é que leva a impasses como experimenta agora o Brasil!.

Assim, para mudar uma história às vezes é preciso que experiências exitosas, mesmo a nível de algum experimento aparentemente pequeno e limitado ou circunscritas a áreas restritas, possam gerar um modelo capaz de transformar ou de abrir perspectivas mesmo que derivem de uma tendência de copiar ou reproduzir tais experiências. É o caso da revolução que se deve buscar naquela que se considera a matriz geradora das grandes e estruturais mudanças capazes de promover um efeito em cadeia de outras mudanças estruturais e institucionais da sociedade como um todo, que é  a mudança na educação.

Por exemplo, o que acontece na cidade de Sobral, no interior do Ceará, é uma notável experiência que já vem se reproduzindo no estado como todo. A experiência de Sobral onde a  rede de ensino público do município, além de ser a melhor do País, contempla também o município  com as dez melhores escolas públicas do País! Aliás , o município ainda abriga também a melhor de todas as escolas públicas do País.

Chama também a atenção o fato de que já estar a ocorrer em Fortaleza com a rede de ensino privada,  onde 10 a 15 escolas dos “cabeças chatas”  conseguem abocanhar 43% das vagas no IME, no ITA e na Escola Naval, no país. Isto demonstra não apenas que se abre um novo caminho para o desenvolvimento do estado, como ilumina caminhos que se abrirão para a grande transformação que o Brasil espera.

Acredita-se que apesar das difaculdades e problemas hoje enfrentados, o País está próximo de gerar uma consciência crítica da urgência em rever o estado, em buscar caminhos de aceleração do crescimento e de construção de uma nova ética de compromisso e de novos valores e princípios.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *