UMA SEMANA PARA NÃO ESQUECER!

Esta é uma das semanas mais ricas da vida pública brasileira. Foi a semana quando Janot deu um tiro no pé e, com as informações extraídas das gravações extremamente comprometedoras da ação do próprio Ministério Público e das suspeiçöes sobre membros do Supremo Tribunal Federal, estabeleceu um conjunto de dúvidas sobre as delações premiadas não só de Joesley Batista mas as de Sérgio Machado e outros, contaminados pela ação deletéria do ex-Procurador Marcelo Miller. Também garantiriam uma certa carta de alforria que Michel Temer precisava para exercer o poder e operar o seu governo até 2018.

Foi também a semana que se viu um montante de dinheiro jamais visto sequer na Casa da Moeda e, talvez apenas no Banco Central, atribuído como pertencente ao ex-Ministro Gedel Vieira Lima. As coisas estão tão dramáticas nesse processo de desconstrução do País que também agora também vem a tona os escândalos que envolvem o esporte brasileiro que, pelo que se viu, já ganha dimensões não só de uma robustez significativa mas até mesmo, foro internacional.

Mas, apesar de problemas tão sérios, Temer, com a frieza que lhe é peculiar, como que, num passe de mágica, conseguiu mudar o humor da Rede Globo que passou a tratá-lo de forma mais generosa e sem a perseguição implacável e habitual dos últimos tempos. Até passou a por fé nos resultados da viagem dele a China, a Globo lançou, até nisso, as suas apostas. Aliás há que se mencionar também, como elementos surpreendentes da semana, a aprovação, pela Câmara dos Deputados, em primeiro turno, das duas medidas que definem o início da reforma politica no Brasil, quais sejam, a aprovação da cláusula de barreira e o fim das coligações proporcionais, o que, certamente, darão alento de que alguma coisa possa e venha mudar no quadro perverso que é a política do País.

Além desses fatos que, de uma certa forma, são ironicamente alvissareiros pois abrem perspectivas para que problemas graves sejam encaminhados, a trégua que esses problemas dará ao governo a tranquilidade para voltar a intentar aprovar as reformas institucionais que sofreram uma certa parada e criar um ambiente que favorece a continuidade da aprovação ou adoção de medidas econômicas fundamentais a retomada firme e continuada da atividade produtiva.

Os dados recentemente apresentados mostram que a economia apresenta uma significativa queda na taxa de inflação, uma indústria automobilística que cresceu 17% e as suas exportações cresceram mais de 56%, só no primeiro semestre. Tais dados positivos se juntam ao que foi o desempenho do agronegócio, da produção agropecuária e a da própria recuperação do emprego que,no período, criou mais de um milhão de vagas.

Apesar desse quadro politico confuso e gerador de insegurança e perplexidade que embora ainda incomode, é animadora a perspectiva que se abre a recomposição da economia nacional, na proporção em que o equacionamento da crise financeira que tomou conta do estado do Rio de Janeiro e que deverá ser estendida aos estados do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais e de outros estados brasileiros. Em assim ocorrendo, estabelece-se a retomada da atividade econômica e a volta de investimentos fundamentais na infra estrutura dessas unidades da Federação.

Também o que se espera com o retorno de Temer, com os acordos e as possibilidades de investimentos chineses em projetos básicos para o desenvolvimento do País, abram novas perspectivas econômicas nacionais e que o gesto chinês provoque outros países a explorar as enormes potencialidades de investimento do Brasil, não só em termos de infra estrutura física como na exploração de potencialidades na área mineral, na indústria manufatureira e do agronegócio.

Ademais, o desenvolvimento regional no Brasil também apresenta um conjunto de oportunidades de negócios em várias áreas e segmentos e, também, a infra-estrutura urbana do País está ansiosa e urge investimentos nas áreas do transporte de massa — tantos metrôs lerdamente sendo trabalhados — e na área de saneamento básico. O que urge de investimentos na ârea de esgotos sanitários e abastecimento d’água, representa algo que mudaria a questão da saúde pública e melhoraria, tremendamente, a produtividade e a eficiência da mão-de-obra do País.

Assim, a semana que ainda aguarda o seu final foi, com certeza, a mais movimentada que os brasileiros assistiram mas que, na visão e interpretação do cenarista, ela deixa um saldo positivo porquanto derruba mitos, refreia o excesso de protagonismo do Ministério Público, abre um espaço para o governo trabalhar e permite que a economia brasileira continue o seu itinerário de retomada do crescimento e que poderá culminar com uma expansão de mais de 1% para este ano com uma inflação abaixo dos 4%!

E, “para dizer que não falei de flores”, a expectativa do cenarista é que mais revelações irão surgir além de pedidos de revisão das denúncias contra vários politicos que recorrerão das decisões criminalizando-os, argumentando que todas estão contaminadas pela ação criminosa do assessor de Janot, Marcelo Miller. Também pode haver surpresas relativas aos desdobramentos da atitude e das explicações de Geddel Vieira Lima que poderá respingar em pessoas que fazem o cenário politico do País. Também espera-se uma ação rápida de Janot em relação a Joesley e parceiros, além da punição severa sobre Marcelo Miller. Agora há pouco veio à tona o depoimento de Palocci que desmonta tudo de argumentação de defesa de Lula. O “pacto de sangue” entre O PT e a Odebretch estava estabelecido num pacote de propina que, no valor de 300 milhões o qual, junto a outros beneficios pessoais e particulares, complicam, tremendamente, Lula, Dilma, Palocci, Mantega, Paulo Bernardo, Vaccari e Gleisy Hoffman. Mas, para desgraça maior de Lula, essa semana o Procurador Janot denunciou Lula, Dilma e companhia por corrupção e obstrução da justiça.

Finalmente, o ato de Janot representou uma espécie de carta de alforria para Michel Temer alem de ter levado a uma recomposição da base de sustentação parlamentar do Presidente inclusive facilitando a aprovação das suas propostas e medidas além de favorecer a distribuição de favores e benefícios aos dignos parlamentares.

“Last but not least”, o Banco Central reduz a taxa de juros básica para 8,5% abrindo excelentes perspectivas para o País.

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