INFERÊNCIA, ILAÇÃO E EXECRAÇÃO!

O editorial do jornal O ESTADO DE SÂO PAULO do ultimo dia 28 proximo passado, questiona, de modo, o mais das vezes,  duro e taxando, até mesmo  de irresponsável, a denúncia formulada pelo Procurador Rodrigo Janot, contra o Presidente Michel Temer.  Afirma, de forma contundente, que a denúncia é uma mera repetição de informações do que já havia sido divulgado nos depoimentos, delação e entrevista de Joesley Batista e qualifica a denúncia de Janot como um ato de irresponsabilidade e a classifica como inepta.

Segundo ainda o mesmo jornal, não junta a referida denúncia qualquer prova documental ou testemunhal, fundamentando as suas acusações em inferências ou ilações. Chega a tal ponto de buscar inferir ou  presumir que, sendo o assessor Rocha Loures, homem de confiança de Temer, a “mala de dinheiro” que o mesmo havia recebido de Joesley, com 500 mil reais,  seria a primeira cota semanal de pagamentos, destinados a Temer e que seriam feitos por vinte anos em troca de possíveis favores a serem concedidos pelo estado. Mais adianta infere que um “é isso mesmo” representaria o estimulo e aprovacao para que Joesley “comprasse o silencio” de Eduardo Cunha!

E pergunta o editorial? Quais seriam tais favores? Quais teriam sido as concessões?  Onde o grupo se favoreceu  de decisões de Temer? Quando ocorreu de Temer ter sido apanhado “com a mão na botija?” Quais as atitudes pouco recomendáveis, do ponto de vista ético, que se tem registro na vida pública de Temer, que levante duvidas sobre a sua dignidade e correição? Que contas na Suiça ou no exterior tem Temer? De que grupo empresarial participa Temer, direta ou indiretamente? Qual foi a evolução patrimonial de Temer nos últimos anos? O que pode querer Temer em termos de meios, recursos ou patrimônio,  aos 77 anos de idade?

Na verdade nesse embate enfrentado por Temer existem grupos que seriam beneficiários imediatos caso se concretize o seu impedimento ou o seu afastamento. Claro que o PT e, particularmente, Lula,  serão os grandes beneficiários na proporção em que se estabeleça a possibilidade de uma eleição após os trinta dias de presidência de Rodrigo Maia.

Também, o sistema globo de comunicação, pela agressividade da crítica e da campanha acirrada contra Temer, parece atender a uma estratégia do grupo que sempre assim agiu procurando situar-se  em consonância  com o sentimento ou o humor da sociedade civil, como que na busca de recuperar uma popularidade perdida. Ou seja, foi assim nas Diretas Já, na eleição de Tancredo Neves, no impeachment de Collor onde a Venus Platinada aguarda atē o ultimo momento, para assumir a postura daquilo que realmente vai ocorrer e assim mantem clientes, negocios e a proximidade com o poder.

Se o Sistema Globo faz sempre complicadas ginásticas para nào perder as benesses do poder e conseguir manter a sua audiência em alta, coisa que parece que o sistema vem perdendo, assumir a postura de bater em alguém que só tem 7% de apoio popular, parece,aos seus dirigentes, uma forma conseguir um reencontro com o público.

Na verdade concluir com isso que Temer é um cidadão acima de qualquer suspeito não passa pela cabeça do cenarista mas, factual, documental ou testemunhalmente, não hà nenhum dado relevante. Ou seja, acusá-lo e estabelecer uma acusação peremptória e conclusiva sobre a sua culpabilidade, fica difícil de fazê-lo. Pelas más companhias? O PMDB é assim e se tornou mais desconfiável depois que Mário Covas decidiu inventar o PSDB e deixou só essa nata de esperteza no PMDB.

Assim, pelo jeitão das coisas, está difícil afastar Temer do poder vai depender de três circunstâncias especiais. Primeiro se ele cansar e decidir que é melhor ir embora e deixar de lado toda a pressão sobre ele o que, pelo que se avalia, até agora, ele não fará. Segundo, se ele não conseguir garantir os 178 votos a seu favor na Câmara dos Deputados para rejeitar a denúncia de Janot. Terceiro se o STF decidir, acima de sua competência constitucional, estabelecer algum julgamento preliminar e decidir pedir o afastamento do Presidente.

Se nenhuma das hipóteses ocorrer, Temer tenderá a conduzir o governo, levar adiante as reformas institucionais e chegar a 2018 como o presidente que mais fez, em tão pouco tempo, pela transformação do País.

Assim, as ilações, as inferências e o próprio processo de execração de um homem público e, insiste o cenarista, para ter convivido e sobrevivido no meio de onde veio não se pode afirmar que ele seja um santo mas, com certeza, se pode aceitar que, até agora, não foram apresentados elementos objetivos e concretos que se possa qualificar Temer como alguēm que se possa condenar e execrar. Na verdade, o que se pode dizer ē que nào se tem, a não ser indícios,  insinuações, delacões, além de campanhas direcionadas que levem a concluir que Temer deve ser afastado do poder por desvios de conduta.

Será que o cenarista está cometendo um erro de avaliação?

 

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