Postado em 5 maio, 2010
A pré-candidata a Presidente da República apoiada por Lula, formalizou, a seu nível, porquanto nem ela mesma é candidata pelo PT, o convite para que Michel Temer seja o seu candidato a vice-presidente. Era o esperado, mas não era o que Lula queria e nem o que ela queria. Isto porque, para efeito de o candidato a vice ser o seu avalista junto aos empresários e as classes mais conservadoras, Michel não cumpre o papel que Alencar cumpriu para Lula. Mas, como Dilma e Lula acreditam na máquina partidária do PMDB e na sua pseudo-lealdade, Dilma contará com um parceiro que talvez lhe agregue no jeito suave e educado no trato e numa presumida formação intelectual que ela não tem.
Postado em 5 maio, 2010 1 Comentário
O texto-base do projeto popular de ficha limpa do Deputado Índio da Costa, do Rio de Janeiro, foi aprovado pelo plenário da Câmara dos Deputados. Faltam agora os destaques. É aí aonde a coisa pega. A surpresa da aprovação pode terminar com a frustração de desfiguração. Ou será que, estranhamente, em um ano eleitoral, os 180 parlamentares que estão sendo processado pelo STF, irão votar contra eles mesmos? Me engana que eu gosto!
Postado em 5 maio, 2010
A Câmara dos Deputados aprovou, ontem, reajuste de 7,7% para as aposentadorias acima de um salário mínimo. De cambulhada, não sei se responsável ou irresponsavelmente, aprovou o fim do fator previdenciário para as aposentadorias do setor privado. Será que alguém fez simulações do que tais medidas representarão em termos do aumento do déficit da previdência? Por que não aprovaram que as aposentadorias sem contrapartida de contribuição viriam a ser bancadas pelo Orçamento da União? Por que não “têm peito”, os parlamentares, de aprovarem uma revisão das aposentadorias do setor público?
Postado em 5 maio, 2010
Segundo se apregoa, hoje deverá ser anunciada por Lula, parte da universalização da banda larga, pelo menos a que estava prevista no primeiro plano nacional de inclusão digital que este cenarista foi um dos elaboradores, relativa ao setor público. Serão beneficiados escolas, hospitais, universidades, centros de pesquisas, órgãos em áreas de fronteira, entre outros e será oferecida banda larga à base de 35,00 reais/mês. Ainda não está definido se a banda será larga mesma ou o engodo da banda, hoje vigente no mercado.
Por outro lado, diferentemente do que as empresas concessionárias e permissionárias de telefonia pretendiam, o governo já comunicou o chamado “fato relevante” a CVM – Comissão de Valores Mobiliários – no sentido de garantir a eficácia e a efetividade de sua decisão. Agora está definido e a “reestatização do setor”, temida pelo setor privado, está em marcha. Só a criatividade, o talento, a iniciativa e a eficiência do setor privado em exercitar uma concorrência saudável, em termos de preço e qualidade do serviço, poderão ajudar a repor a ordem devida ao mercado.
Postado em 5 maio, 2010
Não seria um cavalo de Tróia, mas bem que o pacote para superar a grave crise grega que, segundo especialistas europeus, tenderia a contaminar Portugal e Espanha, caso não fosse tratada na urgência e diligência com que Comunidade Européia e FMI fizeram, deveria ser um bom “presente” para que muitos economistas do governo atentasse bem para a natureza dos sacrifícios ali cobrados.
Para garantir os 110 bilhões de euros para sanear as finanças gregas, a contrapartida exigida é, além de se contentar e engolir uma queda, neste ano, de 4%, deverá aceitar em 2011, queda na renda de mais 2,6%!
Por outro lado, o déficit público anual deve cair dos 13,6% atuais, para 3% em 2014. Para tanto, haverá choro e ranger de dentes, pois o estado deve ser encolhido, os salários do setor público cortados e as pensões revistas. Adicionalmente, tributar-se-á, de forma adicional, os combustíveis, o álcool e o fumo. Como eles não usam o metanol, o álcool a ser taxado, é mesmo o dos pinguços! E isto deve fazer com que a dívida pública, em 2014, chegue, no máximo, a 140% do PIB.
Imagine uma proposta desta no Brasil. Ninguém teria coragem de apresentar. Mas, diante da experiência que se teve com Collor, o brasileiro cordial, a acataria.
Postado em 3 maio, 2010
A questão da corrupção, que angustia e inquieta aos homens e mulheres de bem, daqui e d’alhures, é tema que sempre aflora quando se discute a omissão, a ineficiência, a incompetência e o descaso do estado, notadamente para com as prioridades dos cidadãos, máxime, aqueles desprotegidos, socialmente!
Em episódios como o da tragédia de Niterói, onde várias vidas foram ceifadas, a responsabilidade maior sempre coube às autoridades públicas que permitiram que ao longo dos anos, fossem assentadas habitações, pasmem, em cima de um lixão desativado!
Em Angra dos Reis, balneário de afortunados, algo assemelhado ocorreu. Da mesma forma que, há pouco, se assistiu tragédia parecida no Rio de Janeiro, quando a irresponsabilidade, a leviandade e o oportunismo das autoridades constituídas, permitiu a construção de milhares de habitações, em áreas de risco!
Os interesses especulativos, a falta de políticas públicas relativas ao ordenamento e a ocupação dos espaços urbanos e, principalmente, o embate de interesses político-eleiçoeiros, foram responsáveis pela ocupação criminosa dos morros da bela Velhacap, hoje com um intenso adensamento e um crescimento desordenado das populações faveladas, gerando todo um caldo de cultura de problemas e patologias sociais, não somente de exclusão bem como de violência de todos os matizes.
Aliás, o que se poderá esperar das medidas duras e amargas de relocalização das populações de áreas de risco do Rio e de outras grandes cidades brasileiras, prometidas pelas autoridades, após esses dramáticos eventos, dentro de um quadro de eleições, quase gerais, como as desse ano? Provavelmente, nada ocorrerá para confirmar a tese de que os interesses político-eleiçoeiros vão se sobrepor às urgências e prioridades da cidadania.
Mas, qual o substrato de tudo isto ou o que está por detrás desse descaso, dessa negligência, dessa irresponsabilidade para com a vida e a dignidade das pessoas? Quais são os elementos determinantes de tal postura e de tal atitude da elite dirigente ou quais as razões que conduzem a essa irresponsabilidade criminosas das elites?
O que se assiste, nos dias que correm neste país, é que a corrupção permeia todas as decisões, quer estratégicas quer operacionais, tomadas pelos poderes constituídos. Ou seja, a regra básica que se assiste, perplexo, é a chamada “mais valia da esperteza” que está a definir todos os critérios das ações do setor público do País!
E, em assim ocorrendo, quando a prática comum é a corrupção, o problema se torna mais grave porquanto corrupto e corruptor, faces de uma mesma moeda e de uma mesma tragédia, solidários na contravenção, são estimulados pela notória, alastrada e quase endêmica impunidade!
De um modo geral, a impunidade tem sido a mãe da corrupção e de suas conseqüências, embora a ela se juntem a leniência da justiça e a conivência da sociedade que, na sua lógica, só consagra o vencedor. E, não importa como e quais os meios da conquista. Em sendo vencedor, não importa se a conquista tenha tido como base a esperteza e até a safadeza. O autor é recebido com todas as honras e saudado por todos os detentores do poder da sociedade, por ter superado desafios. Mesmo que, para tanto, todos saibam, tenha ele atropelado tantos e violentado todos os princípios, valores morais, éticos e tenha passado por cima de quem e do que se colocasse à sua frente.
Foram-se os tempos da ética do compromisso e da ética da responsabilidade. Foi-se o tempo onde “ao rei tudo menos a honra”, não era apenas um desabafo ou uma frase de efeito, pronunciada em determinado momento ou circunstância fortuitas, mas uma resposta a quem desafiava à consciência e o dever cívico de homens dignos, decentes e de compromisso com a história.
Foi-se o tempo em que os eleitores orgulhavam-se dos seus representantes e os mesmos tinham especial respeito pela sua própria história e biografia. O que hoje se vê é, até mesmo a própria mídia, subordinando-se a interesses materiais e comerciais, exaltar conhecidos delinquentes; a dita “alta sociedade”, absorvendo conhecidos trapaceiros e a política acolhendo, em seu seio, traficantes e assaltantes enquanto escanteia e, às vezes, até enxota, políticos ou promessas políticas e homens públicos éticos e de elevado espírito público.
E isto é lamentável e é doloroso, bem como deixa as pessoas sérias deste país, cada vez mais desencantadas e pessimistas. Parece que a solidariedade na contravenção é a regra de convivência daqueles que fazem do oportunismo e da esperteza, valores que superam o mérito e a ética do compromisso!
O Brasil não precisa de um choque de gestão! O Brasil não precisa de um choque de modernidade! O Brasil precisa, sim, como disse Capistrano de Abreu, de um choque de moral e de vergonha!
Postado em 30 abr, 2010
José Serra começou a definir propostas e compromissos a serem avaliados e aferidos, quanto a sua viabilidade e consequência, pelo eleitorado.
Em reunião na Amazônia, procurando desfazer a idéia de que, sendo sempre visto como excessivamente pró-São Paulo, seria contra a Zona Franca de Manaus, declarou, peremptoriamente, que não só manterá, mas fortalecerá e ampliará o papel dessa zona econômica especial. Para retirar todas as suspeições sobre a sua relação com o bolsa família, reiterou o compromisso com o programa e, mais ainda, de fortalecê-lo, não só em termos de recursos, mas de objetivos de inclusão social a serem alcançados.
Não obstante a explicitação de tais idéias cujo objetivo tem mais a ver com retirar de si a pecha que o PT quer lhe colocar de ser a expressão máxima da chamada “elite branca, presunçosa, arrogante e preconceituosa contra nordestino, trabalhador e pobre”, objetivamente, Serra vai desmontando os conceitos que Dilma já tentava lhe atribuir.
Mas, ousando um pouco mais, diante do clamor nacional por uma política objetiva, eficiente e eficaz de enfrentamento da violência, notadamente nas cidades, Serra propõe a criação de um novo Ministério, o da Segurança Pública. A proposta recebeu críticas objetivas e pertinentes de Marina Silva que, antes das estratégias e das políticas públicas claramente definidas, não há razão para discutir mais um órgão na estrutura administrativa nacional.
Aliás, isto faz parte da formação político-institucional ou político-cultural brasileira onde, antes de existir sociedade civil existiu o estado. Ou seja, o estado veio antes da sociedade e marcado pelo sebastianismo – “o que o governo vai fazer pela gente” -, pelo centralismo, pelo formalismo e pela inexistência de prática de cidadania.
E isto resume muito dos males que enfrenta a sociedade brasileira. Discutir a criação de novos ministérios pode ser só uma provocação de Serra para ver o que Dilma virá a dizer para que, de acordo com a sua declaração, mostrar o quão estatizante e o quão anti-cidadã seria a atuação da candidata.
Inobstante o possível jogo de Serra, as instituições da sociedade civil brasileira que, até bem pouco tempo, mostravam-se tão omissas diante dos disparates de ideólogos xiitas de plantão no governo, agora assumem um papel mais esperado pela sociedade. Agora mesmo o STF, numa votação inconteste, coloca uma pá de cal na proposta do Programa Nacional de Direitos Humanos que iria provocar um processo de crise política na sociedade com a revisão da Lei da Anistia.
A essa atitude, somam-se outras tomadas pela mídia nacional, pelas igrejas cristãs, pelo agronegócio e pela própria OAB, diante de várias idéias disparatas, esclerosadas e totalmente distantes do mundo e da circunstância em que vive o mundo.
Por que os ideólogos do governo não lançam a idéia de rediscutir conceitos como igualdade de oportunidades, democracia sem desigualdade e sustentabilidade efetiva para o crescimento brasileiro? Por que não discutir causas e formas de enfrentamento da violência urbana? Por que não abrir um fecundo e sério debate em torno das cidades brasileiras que estão a falecer de causas as mais variadas?
São inúmeros os temas, são sérias e urgentes as questões relacionadas à vida dos brasileiros que se teme que, num momento como este, que antecede um novo período governamental, não se estabeleça uma agenda para o Brasil dos próximos vinte anos.
Isto sem se descuidar dos desafios do momento, como manter os fundamentos da economia, promover a volta da geração de saldos comerciais vigorosos, do reencontro com a responsabilidade fiscal e do enfrentamento da questão da competitividade da economia, máxime da indústria manufatureira do país.
Espera-se que o debate não fique só na parte cosmética, nos adjetivos e na estratégia de apenas se sobrepor aos adversários, sem apresentar algo que agregaria valor à sociedade brasileira.
Postado em 28 abr, 2010
Terminada a novela Ciro Gomes, com o desfecho antecipado aqui por este cenarista, de que ele já havia esgotado o estoque das suas declarações bombásticas, duras e bem direcionadas, o que sobrou do episódio, foram as pesadíssimas declarações de Ciro sobre o PMDB e, ao que parece, pelo estilo, comportamento e visão ética do comando nacional da sigla, bem como da sua contraface estadual, representada pelo presidente do partido no Ceará, tais duríssimas referências foram recebidas sem qualquer contestação, resposta ou uma tentativa de, pelo menos, justificar-se, diante da revolta e azedume do deputado, diante da insatisfação revelada por ele, contra a sigla.
Além de chamar os dirigentes do PMDB de um “ajuntamento de malfeitores”, apontou Michel Temer, o Presidente da Câmara dos Deputados e da Executiva Nacional do PMDB, de “chefe da bandalha”, e pasmem, não recebeu qualquer manifestação, do deputado, contra tão pesada e virulenta acusação! Na verdade, Ciro esperava que Michel Temer, passando pelo Ceará, para, inusitadamente, junto com o líder Henrique Eduardo Alves, vir dar posse a um neófito à frente da Fundação Ulisses Guimarães, desse o ar de sua graça e respondesses as suas duras acusações. Aliás, diga-se de passagem, a atitude de tamanho prestigiamento do empossado é inusitada e chama a atenção porquanto representa o novo presidente da Fundação Ulisses Guimarães uma figura menor, sem compromisso com a história e sem vinculação com o partido e com a única credencial de ter sido um eficiente facilitador dos interesses particulares do Presidente do Partido, do seu líder e do chamado G-8 – grupo que comanda a sigla, nacionalmente –, distribuindo benesses, favores e apoios aos apaniguados! E isto confirma a tese de que o PMDB de hoje, renega tudo do PMDB de ontem e está, a anos-luz, do MDB de outrora. Hoje, o que vale, como lógica de sobrevivência da agremiação é a esperteza, é o oportunismo e é o ganhar, a qualquer preço, o poder, inclusive, a qualquer custo, para a consciência. E Ulisses que se revire no seu túmulo! O seu filho (PMDB) que não se conduziu segundo o seu apelo: “Filho, segue em direção ao sol que é luz e não às trevas que é escuridão!”. Preferiu o terreno pantanoso de um itinerário sem luz e sem compromisso com a história.
Alguém, do PMDB pragmático e esperto, deve fazer comentários, à boca pequena, de que toda a reação de Ciro, derivaria de sua frustração de não ter sido ele, o escolhido para ser vice de Dilma e sim, o Presidente da Câmara, Michel Temer. Talvez haja um pouco de revolta de Ciro contra Lula, na proporção em que, tendo sido um parceiro leal, correto, limpo, combativo e detentor de tanta liderança no Nordeste, fosse a melhor “pedida” para uma escolha estratégica de um companheiro para Dilma. Mas, quando Lula fez a sua opção por Michel Temer, aí Ciro se sentiu diminuído, pois que, em termos do que ele pensa, ele seria muito mais relevante para a credibilidade e o respeito à candidatura de Dilma.
Postado em 28 abr, 2010
Na reunião do COPOM de hoje o Banco Central, comandado por Henrique Meirelles, aquele que também quis ser vice no lugar de Michel Temer, deverá aprovar um aumento da taxa SELIC ou da taxa básica de juros, de 8.75% para 9.50%, numa “paulada” que, segundo Lula, está muito maior do que ele imaginaria e esperaria. E que ninguém queira tentar dizer que isto é uma espécie de vingança de Meirelles diante de sua frustração de não ter sido escolhido o candidato à vice! Nunca passaria pela cabeça de Meirelles fazer tal alteração nas taxas de juros para criar dificuldades e embaraços para Dilma. Ele acha que, se adotar medidas duras agora, quando chegar o momento do pleito, a inflação terá revertido as suas expectativas altistas e a sua tendência já será de convergência para o centro da meta! Muita gente acha que estando a economia muito aquecida, a balança de transações correntes apontando para um déficit superior a 52 bilhões e uma execução fiscal ainda frouxa, a reversão da tendência altista da inflação só venha a ocorrer, possìvelmente, no último trimestre do ano. Aí, para a economia, será bom, mas para Dilma talvez não seja tão boa notícia!
A boa notícia, de hoje é a de que, os líderes partidários, acordaram em reajustar as pensões e aposentadorias em 7% o que, diga-se de passagem, quase chegou ao que reivindicavam os aposentados e as centrais sindicais! Alvíssaras para a terceira idade que, nunca foi nem será a melhor idade, mas a idade possível!
Postado em 28 abr, 2010
O Projeto Ficha-Limpa ou “Me engana que eu gosto”, se for aprovado, será um remendo do que pretendia a sociedade civil brasileira e, se for para ser próximo ao que foi apresentado pelas 1,6 milhões de assinaturas populares, deverá ser aprovado para valer só a partir de 2012 ou 2014. Será um remendo, pois que, há no Supremo, processos abertos contra cerca de 180 parlamentares e, de modo geral, todos concorrendo à reeleição ou pensando em disputar as eleições de 2012 ou 2014. Então, tudo vai parecer um tremendo engodo à sociedade brasileira.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!