OS BANCOS NÃO SE MANCAM!

Os juros cobrados no cartão de crédito alcançam 240% ao ano enquanto que os juros básicos da economia estão em 8,75% ao ano. Os juros do cheque especial chegam a 160%. E os bancos dizem que tudo é por conta da inadimplência. Mas quando se quer aprovar, em caráter de urgência, o cadastro positivo, há um jogo dos bancos para impedir que isto ocorra, pois a partir dele, a conversa da inadimplência não “pegará” mais. Também, é bom que se diga que, na proporção em que aumenta o uso do cartão, os gastos administrativos estão se reduzindo, significativamente.

DÉFICIT PÚBLICO PIORA E CAI AO NÍVEL DE 1997!

Aí está uma notícia preocupante porquanto, não foram as renúncias fiscais que geraram tal situação nem tampouco a desaceleração da economia diante da crise internacional. Mas os gastos de custeio excessivos – aumentos e contratações de pessoal, aumento de cargos comissionados, etc. – além de um rombo crescente na Previdência. Se algo não for feito para conter os excessos – e vai ser difícil em um ano eleitoral! – a ata do COPOM, divulgada esta semana, estará certa quando diz que, necessariamente, no segundo semestre de 2010 vai ser obrigada a aumentar a taxa Selic de 8,75% para até 10,75%! Nem o IOF, nem se o Governo conseguir os depósitos judiciais e nem se o governo aprovar a malfada CSS, o problema vai acabar. Ademais, o que pode suavizar a situação, um pouco, vai ser a retomada da economia que, segundo os mais otimistas, pode crescer de 5 a 6%. É rezar e esperar que não se gaste mais tão abusivamente os recursos públicos.

PORQUE A ELEIÇÃO NÃO PODE SER PLEBISCITÁRIA?

São muitos e ponderáveis os argumentos contrários ao desejo do Presidente Lula de tornar a eleição presidencial num plebiscito entre o sim e o não. Além de tais argumentos contrários à tese e aos propósitos do primeiro mandatário da Nação, os fatos políticos superam as vontades e o desejo de quem os quer conduzir e determinar. Agora mesmo, quando o PT resolveu “noivar” com o PMDB, o que ocorreu foi que  partidos aliados já apresentam a sua fatura no mesmo nível que o PMDB. E que fatura seria essa? Desestruturar candidaturas do PT aos governos estaduais para favorecer tais partidos como foi admitido que se faria em benefício do PMDB. O PMDB não quer que o PT lance candidatos a governador em Minas, no Rio e até mesmo no  Grande do Sul. Também o PMDB quer ser compreendido diante de defecções como as do Pará, do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e, talvez também do Paraná. Se assim for, cada vez mais vão se reduzindo os palanques de Dilma ou ela os terá como palanques duplos nos vários estados, não só onde o PMDB é forte, como em Pernambuco, mas em outros estados como é o caso da Bahia. Talvez seja por esse processo de desestruturação da coligação que apóia Dilma que Serra, placidamente, adia a sua decisão para março ou, se for para atender Aécio, para o fim de dezembro.

É confusa e preocupante a situação da candidata Dilma, até mesmo na costura de suas alianças políticas, pois não tem o PMDB um comando nacional. O seu Presidente, Michel Temer, que se ensaia como possível candidato à vice na chapa de Dilma, sofre pesadas restrições e não tem nem mesmo o apoio do diretório regional de São Paulo, onde Orestes Quércia, de há muito, negociou o apoio do partido junto a Serra em troca do apoio do governador à sua postulação ao Senado Federal.

BRINCADEIRA, NÃO!

O Líder do PT na Câmara dos Deputados, Dep. Vacarezza, para reduzir o impacto negativo sobre o governo da CPI do MST, já ameaçou que “nós temos um dossiê sobre os deslizes do agronegócio”. É sempre assim. Quando do mensalão, o próprio presidente Lula afirmou: se os outros fazem, por que o PT não pode fazer? Ou instado sobre o caixa dois em campanhas políticas, o Presidente Lula disse ainda que isto era uma praxe em todas as eleições e, por isso… Deixa prá lá.

KRUGMAN RIDES AGAIN!

O Prêmio Nobel de Economia, Paul Krugman, fez um comentário que não deve agradar os adeptos do “por que me ufano do meu País”, quando disse que o Brasil continua a ser mais uma esperança do que uma certeza e de que, de emergentes que se possa levar a sério, só a China e a Índia. Mas, para suavizar a dureza do comentário, ele diz por que o Brasil não foi tão afetado pela crise. Em primeiro lugar porque o país não estava e nem está tão exposto ao comércio mundial e também porque estabeleceu uma estrutura financeira muito mais sólida. Ademais, os bancos se comportaram muito bem e é por isso que o mundo está trazendo dinheiro para o Brasil e dando esse tremendo sufoco nos exportadores e nas exportações.

E A COALIZÃO DE DILMA?

O Governo tenta montar um esquema que possa superar problemas para Dilma com as pendências de Hélio Costa, em Minas; Geddel na Bahia; Iris em Goiás e Michel em São Paulo além dos problemas de Jáder no Pará e de Eunício no Ceará. Na verdade deve-se juntar a isto os problemas no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Mato Grosso do Sul  e no Paraná. E, agregue-se ainda, ter que tirar do páreo o Lindberg no Rio. E todo esse esforço só para resolver parte dos problemas no PMDB. Imagine quando chegarem as demandas dos demais partidos aliados?

MAIS ESTATIZAÇÃO!

O mercado e alguns poucos articulistas têm reagido diante de todas as incursões do governo federal no sentido de ampliar os espaços do estado na atividade econômica do país. As pressões sobre a Vale, a Embraer, os fundos de pensão, além de toda a configuração da proposta de regulamentação do pré-sal, já sinalizavam tal tendência bem como a idéia de um expansionismo sem fronteiras do Banco do Brasil, também caracterizam tal tendência. Agora, o próprio marco regulatório proposto para a atualização de toda a exploração mineral do país, caracteriza ainda mais tal tendência. E, se tal não bastasse, o controle, via verbas de publicidade de cerca de 4.800 emissoras de rádio país afora, além das comunitárias e os controles das polpudas verbas sobre os grandes veículos, mostra que o Brasil, se não vive os albores de uma tentativa de uma república bolivariana, tenta pavimentar o caminho para o controle do governo para um retorno triunfal de Lula em 2015. Ou não?

CELEBRAR CONSEQUÊNCIAS, CONDENAR AS CAUSAS!

Tem sido assim o tempo todo. Os petistas, hábil e competentemente, celebram os êxitos das telecomunicações privatizadas, mesmo condenando o processo de privatização;  exaltam a relevância da estabilidade econômica e, sábia e talentosamente, não mencionam que Lei de Responsabilidade Fiscal, o câmbio flutuante, as metas de inflação, o superávit primário, entre outros, são instrumentos desenvolvidos e criados no governo que Lula sucedeu. As severas críticas à EMBRAER e a Vale, que, segundo os petistas, ao serem privatizadas, foram como que, doadas ao capital privado, embora exaltem a pujança, a competitividade e a expressão internacional dos seus êxitos e a sua expansão magistral!

Se a balança comercial faz saldos significativos, é fruto do que se fez agora e não tem raízes no esforço do empresariado e do que se fez, no passado recente, no estímulo e na promoção de tais exportações. Se o agronegócio é um grande sucesso, não se deve nem a ousadia de Juscelino de descobrir o Centro-oeste e, nem tampouco, a contribuição dos estudos, pesquisas e melhoramentos genéticos desenvolvidos pela Embrapa, nem ao pioneirismo e a ousadia de produtores rurais vindo, notadamente, do Sul.

Na verdade, nem o êxito de programas sociais surgidos por inspiração de homens públicos como Cristóvão Buarque, que inventou o bolsa escola depois transformado em bolsa família e, até a previdência rural, são contabilizados a favor do governo petista. Aliás, os êxitos do governo Lula são indiscutíveis, mas é preciso um pouco de humildade para aceitar que, o acaso não é pai nem do pré-sal, nem da descoberta de minerais estratégicos e nem a Petrobrás desenvolveu, só agora, a competência para explorar o petróleo no fundo do mar.

Talvez a oposição não tenha se apetrechado para, não combater Lula, pois, mais uma vez, um mito não se combate e, sim, aguarda-se que os seus excessos e a sua tendência ao narcisismo, o levem a autodestruição.

E TASSO JEREISSATI ACENA!

Reviravolta na política cearense! É o que se espera venha a ocorrer nos próximos dias. O senador Tasso Jereissati, na convenção do seu partido, o PSDB, no Ceará, resolveu assumir que se for para salvar o seu partido no estado e para garantir o palanque para o candidato presidencial, ele não tergiversará. Aceitará a incumbência de assumir uma candidatura ao governo do Estado mesmo que, com isto, desagrade ao seu fiel amigo Ciro Gomes e represente ser o líder das oposições ao governo Cid Gomes. É uma baita mudança no quadro eleitoral do estado com reflexos na própria candidatura Ciro Gomes.

Claro está que Tasso sonha e almeja que o candidato venha a ser Aécio Neves, amigo seu e de Ciro o que, pode até ajudar a compor uma chapa PSDB/PSB! Espera-se que não seja, como se diz no Nordeste, “fogo de palha”.

PEQUENAS EMPRESAS, GRANDES NEGÓCIOS E CONSTANTES DIFICULDADES!

Quando este cenarista criou tal programa, nele embutia uma série de providências por parte do governo e do Sebrae que promoveriam o segmento e diminuiriam a sua taxa de mortalidade. Passaram-se os anos e alguma coisa evoluiu mas, os dramas, as incertezas e as dificuldades dos pequenos negócios continuam na pauta do dia.

O segmento responde por 98% dos CNPJ’s do país, por 67% das ocupações e por 20% do PIB e é de suma importância na redução dos problemas sociais pela sua capacidade de superar a limitação da economia e gerar os empregos exigidos pelo estoque de desempregados e da entrada de novos pretendentes à ocupações no mercado de trabalho, através do chamado auto-emprego.
A micro e pequena empresa enfrenta momentos muito difíceis e, cada vez mais, se ampliam as suas dificuldades e aumenta a taxa de mortalidade entre os pequenos negócios.

O que chama a atenção é que o governo fez pelos pequenos! Aparentemente, nada. Na verdade não anistiou dívidas fiscais, não criou linha especial de crédito para renegociação de suas dívidas; não reduziu impostos; não reduziu taxas de juros; não ampliou as chamadas compras governamentais; não renegociou débitos e não inovou, criando, no BNDES, um departamento que pudesse trocar a dívida dos pequenos por cotas de suas empresas. Portanto, a família dos pequenos, penhorada, agradece qualquer manifestação do governo bem como espera que a Frente Parlamentar da Pequena Empresa na Câmara dos Deputados tenha uma atuação tão incisiva e competente quanto a Frente da Saúde e a Frente da Agropecuária!