É PAU, É PEDRA, É O FIM DO CAMINHO…
As eleições municipais, como previra o cenarista em comentário anterior, já anteciparam algumas alterações no panorama político nacional. Não apenas diante da derrota fragorosa do PT em todos os municípios, não importanto o tamanho e, nem tampouco, a localização — o Nordeste não é mais “patrimônio do partido e nem de Lula” — mas, também, o que é mais interessante, a pouca força dos grandes coronéis da política nacional.
Na verdade, o único vencedor nesse processo de terra arrasada para a política viciada e desacreditada, foi o governador Geraldo Alkimim que, ousando e desafiando o seu próprio partido e seus correligionários, resolveu intentar entender as aspirações e sonhos dos paulistanos e decidiu apoiar um não político. Por sinal, um mais que provado e testado gestor, além de um comunicador de mão cheia. No caso, João Dória, eleito em primeiro turno prefeito da maior cidade do País, numa demonstração patente de que os paulistanos resolveram dar um basta no voto que servia aos partidos mas não representava o voto que poderia mudar os destinos da cidade.
Com tal vitória e a vitória em municípios representativos da grande São Paulo, Alkimim assume o protagonismo político no País e se credencia, desde já, como o candidato do partido mais vitorioso neste pleito, no caso o PSDB, à Presidência da República. Serra, Aécio, Fernando Henrique faziam a aposta errada, no caso, -apoiando o nome de Andrea Matarazzo, contrários a visão de Alkimin. Mesmo tais líderes, assumindo, ao final da disputa, o candidato do partido, não deixaram de ser perdedores no processo.
Aliás, na companhia de perdedores como Lula, ficam Marina Silva, um desastre eleitorial em todo o País, além de certas figuras do PMDB. No PSDB, Tasso renasceu das cinzas nas eleições para o Senado e assumiu um novo protagonismo no Ceará tendo sido, em parte, responsável pela ida ao segundo turno, de seu candidato, no caso o Capitão Wagner. Mas, mesmo com a sua força política, não pode e não deve representar um nome nacional pois tem muito a marca do provincianismo local, com saúde limitada e sem maiores ambições de poder.
O PMDB continua o maior partido do País mas, invertebrado, sem unidade de propósitos, de idéias e de propostas. Marina Silva perdeu o bonde da história e mergulhou a sua rede numa grande crise! O próprio PT, embora ainda não tenha fechado as portas pois que ainda vive ou sobrevive em derivados do partido, como o PcdoB, o PSOL, o PSTU e presenças isoladas dentro de outras agremiações, tentará armar alguma proposta de ocupação de espaços.
Talvez quem tenha algum oxigênio e se prepare para uma grande aliança salvadora dele e de Lula, caso não seja este ultimo condenado ou, mais adiante, até preso, é Ciro Gomes que viu o seu novo partido, o PDT, crescer no último pleito. Claro que Ciro ainda aguarda que o segundo turno, no Ceará, garanta a eleição de seu fiel discípulo, o Prefeito Roberto Cláudio o que, dar-lhe-á uma ponte de lançamento a partir do Ceará.
As escolhas das últimas eleições, embora não tenham conseguido afastar, de vez, a força do poder econômico e nem das máquinas governamentais, embora não mostrassem qualquer surpresa diante do que o cenarista antecipou, são saudadas por terem custado 14 bilhões de reais a menos e os velhos líderes, patrocinadores de algumas campanhas, não tiveram êxito. Porém, é bom que se diga que, o fato de ser herdeiro de algum líder político tradicional não inviabilizou todas as candidaturas como mostra a retumbante vitória de ACM Netto em Salvador.
O mais frustrante em alguns locais é o tamanho do desinteresse e o do descaso do povo para com os políticos e para com a política. Os não votos ou não votantes foram, na maioria dos casos, mais de 30% chegando, em alguns casos, a mais de 40%! É triste e deplorável para a democracia!
Finalmente se se esperava que essas eleições já definissem expectativas de possíveis candidaturas em 2018 para a Presidência, fica definido que Alkimim será o candidato do PSDB, José Serra, se assim desejar, será o candidato do PMDB, Ciro Gomes de uma possível aliança entre o PDT e o PT e, Álvaro Dias será candidato alternativo, apoiado no PV e numa proposta voltada, para os jovens, para a modernidade e para uma variação na atual cantilena da política nacional. Claro que nomes outros poderão surgir mas, de um modo geral, sem a força desses citados.
Gostei de suas observações que, estranhamente, só vi agora! Mas, mais atual e oportuno do que nunca. Grsto
Acho que pode ser verdade. Dentre as opções que você trouxe, acho o Senador Jorge Viana o mais preparado de todos. ACM Netto, e Cássio Cunha Lima, não me parecem prontos nem para uma candidatura.
A princípio, vejo a batalha travada entre Ciro Gomes, Marina Silva e Alckmin. Acho também positiva a candidatura do Bolsonaro, que acaba sugando aqueles 10% de votos que se esconderiam em outras campanhas. Qualquer outro nome, acho que entra na batalha já derrotado. Talvez o Haddad também surja com força.
De qualquer forma, acho que nessa hora é a vez de eleger não só um presidente, mas um grande estadista que de rumo ao Brasil do século XXI.
Um abraço, e desculpe pela demora
Perdão os truncamentos. Por isso que o Paìs vai mal. Na redação o seu amigo foi descuidado e negligente mas acho que você entendeu que Lula farå de Ciro o seu candidato a Presidente e tentará mostrou ao que sobrou das esquerdas do País que a única possibilidade de faze-la voltar a ter protagonismo novamente ē propor o que pode haver de uma candidatura talvez a mais polêmica de todas. Você não avha?
Um senhor comentário. A especulação foi post, inclusive numa defesa da candidatura do Freixo no Rio. Por aqui o que se especula ē que Lula fará candidato de quem o segue e, diga-se de passagem, ele acha que lidera as chamadas esquerdas, o ex-governador Ciro Gomes. Acho que, se o Pt quiser voltsr so jogo deve apostar as duas fichas num SenadorJorge Vianna e nao se apegar a nomes já vencidos no tempo. O Dem pode se propor a tentar trabalhar um nome como ACM Netto e o PMDB talvez ir de Cassio Cunha Lima ou, atē mesmo, de Jorge Doria se quiser ousar para renovar. Os nomes são poucos, representam um passado que a sociedade repudia e não quer e, só ousando muito se pode chegar a uma aventura alvissareira ou a um novo dilmaço! Você não acha?
Prezado Paulo,
Não tem como considerarmos Álvaro Dias como um candidato com proposta voltada para os jovens, para a modernidade e para uma atual cantilena da política nacional. Sua carreira é tão antiga quanto a dos outros citados, e de proposta jovem ele não tem nada. Muito menos a carga do nome Verde no partido, que de verde pouco tem.
Entre os candidatos citados, a variação da cantilena política nacional me parece pouquíssimo provável, e quando falamos de presidente da república, talvez até indesejável. Mas as necessárias mudanças, que ambos reconhecemos como urgentes, me parecem menos impossíveis nãos mãos de seu conterrâneo Ciro Gomes.
De qualquer forma, não entendo como é possível associarmos o PSOL ao PT, como o senhor o fez. A bipolaridade política nos leva a esse engano, mas ela obviamente não explica o universo do espectro político multipolar negado pela análise esquerda versus direita (quantos se lembram que durante a ditadura existiam 13 faixas de imposto de renda?). O próprio FHC se diz de esquerda, e obviamente não temos como colocar ele no mesmo saco da esquerda tradicional brasileira. A análise bipolar não funciona.
PS: O nome do governador de São Paulo foi escrito errado na publicação em todas as vezes. O nome dele é Alckmin. Mas talvez tenha sido proposital.
Um abraço.