EMPREENDEDORISMO: SCHUMPETERIANISMO REVISITADO?

Um dos economistas mais respeitáveis e preparados do País, Paulo Guedes, em seu comentário em revista nacional de circulação semanal, exalta a competência de Eike Batista em explorar a sua capacidade criativa e de modelar projetos de exploração de potenciais econômicos do País, valendo-se da grande disponibilidade de recursos para investimentos, a nível internacional, e as efetivas possibilidades e perspectivas de desenvolvimento do País.

Na verdade, o economista chama a atenção não apenas para Eike, mas para os André Esteves, os Benjamim Steinbruck, os Carlos Francisco Jereissati, os Daniel Dantas, os Fábio Barbosa e tantos outros empreendedores que estão a estimular tantos outros jovens empresários, Brasil afora, na exploração das potencialidades econômicas do País.

As políticas públicas, quando bem orientadas, podem levar a estímulos extraordinários a que empreendedores potenciais despertem para criar negócios e dinamizar a economia do País. A França, desde 2002, desenvolve um programa, apoiada na desburocratização, máxime para a abertura e instalação de novos pequenos negócios, feitos via internet, além da concessão de incentivos fiscais e financeiros para tais empreendimentos, o que levou a criação de 260 mil novos negócios por ano e, no ano que passou, pela intensificação de tais estímulos e facilidades, no Governo Sarkozy, a criação, em um só ano, de 560 mil novas atividades!

No Brasil, um grande avanço foi conquistado tornando o país o mais empreendedor do mundo, não só na área privada como no empreendedorismo social, a partir do final dos anos oitenta. Isto se deveu, em primeiro lugar, ao trabalho que este cenarista, como Presidente do SEBRAE Nacional, a partir de 1987, teve o privilégio de “turbinar” quando, em primeiro lugar, ao transformar o Cebrae com C em SEBRAE com S, garantindo-lhe autonomia orçamentária e financeira. Adicionalmente, ao promover a mais intensa campanha e provocação do empreendedorismo, da criatividade e da inventividade, através da criação do Programa Pequenas Empresas, Grandes Negócios e da implantação do chamado Balcão do Empresário, iniciados no final da década de oitenta.

Se tal despertou a criatividade e a busca pelo auto-emprego de milhões de brasileiros, em face das restrições à geração de empregos pela economia formal, tomou ainda maior impulso quando a estabilidade da moeda foi conquistada e, aos poucos, mecanismos de apoio aos pequenos negócios foram sendo consolidados.

Mas, se se pretende, aproveitando os bons ventos que sopram a favor do País e, despertar os sonhos, as fantasias e as idéias ousadas de tantos Eikes espalhados por aí, o fundamental será criar o ambiente adequado para os negócios, facilitando a abertura de firmas, abrindo espaço para a inovação, garantindo recursos humanos treinados e qualificados bem como, se possível, reduzindo a pesada carga de tributos, os juros escorchantes e a burocracia asfixiante que domina o ambiente econômico do País.

E aí, é só aproveitar a liquidez internacional, a carência de boas oportunidades de investimentos que poupadores internacionais estão a buscar e o dinamismo que certos segmentos de mercado estão a apresentar.

Por isto, é que Paulo Guedes simboliza o Brasil da ousadia, da criatividade e do empreendedorismo em Eike Batista que, é hoje o oitavo homem mais rico do mundo, mesmo que ainda não tenha posto no mercado nenhum de seus produtos, mas por ter concebido, montado, estruturado e vendido as potencialidades econômicas dos mesmos, lançando bem sucedidos e enormes IPO’s no mercado bursátil internacional.