O DIA D, A VIOLÊNCIA ESPRAIADA E A FALTA DE UM PROJETO PARA O PAÍS!

 O Brasil vive uma situação assintomática!  Se de um lado os indicadores econômicos mostram uma efetiva tendência de melhora e de uma expansão do PIB que pode chegar aos 3,5%, este ano, de outro, os indicadores do ambiente político mostram sinais de um ano de tumulto e de impasses. Alguns analistas até admitem que tal quadro possa vir a  comprometer o desempenho da economia. Uma outra possibilidade diz  respeito a reação dos eleitores nesse ano de pleitos de  caráter geral — eleições para Presidente, governadores, senadores. deputados federais e deputados estaduais — porquanto não se tem um diagnóstico próximo da realidade do que passa na cabeça dos brasileiros.

Ou seja, o que o atormenta, o que o angustia e o que tira o seu sono e rouba-lhes as perspectivas em torno do amanhã, desses mesmos cidadãos, ainda não foi mensurada e nem devidamente quantificada e qualificada. Alguns admitem que o conteúdo de revolta e a vontade de “dar o troco”, não se sabe a que e nem a quem, por parte dos brasileiros, está bem caracterizado por manifestações expressas e explícitas nas redes sociais, bem como por reações já verificadas  e ocorridas, de maneira, às vezes até violenta, por parte de cidadãos indignados com a atuação de figuras públicas, chegando, em alguns momentos, a levá-los a cometer até mesmo,  agressōes físicas.

Na verdade o clima de beligerância, a agressividade e o ressentimento entre grupos de opiniões distintas, atingiu níveis excessivamente elevados, não se permitindo, nos dias que correm,  a natural divergência de opiniões e as posturas contrárias ao pensamento do presumidamente antagonista. O que se sente é que, em vez de tornar-se um entrevero normal e aceitável, ou seja, um degladiar de idéias , descambam do conflito saudável  para divergências insuperáveis que, para alguns, só uma espécie de guerra civil, abriria espaços para a verdadeira  construção de um pacto de entendimento destinado a condução do encontro do Brasil com ele mesmo.

Contribui para tanto, nâo só a crise econômica que desarticulou vidas em função do desemprego e suas impiedosas consequências, como também essa exacerbada cobrança que se faz a partir dessa onda da “chamada atitude politicamente correta”,onde tudo hoje pode caracterizar crime de preconceito; onde tudo é assédio ou onde tudo é discriminação, levando a um cerceamento da liberdade de expressão e de circulação das pessoas.

E isto conduz à discussão para algo que está no cerne das preocupações dos brasileiros que é o combate ou a forma de tratar, de maneira mais eficiente, o problema da violência no País. As estatísticas, sob todos os ângulos que se examina a questão, mostram um País dominado pela criminalidade, com uma invejável estrutura organizacional, capaz de distribuir os seus chefetes e encarregados  pela atuação do “sistema”, País afora e, agora, com ramificações nos países fronteiriços. Ou seja, o crime organizado tem atuação por todo o país e tem políticas impiedosa de intimidação; uma hierarquização bem definida e respeitada dos seus membros e, finalmente, até programas de aliciamento de autoridades e políticas de formação de pessoal, inclusive a nível de ensino superior – bolsas para estudantes de direito — o que dificulta, em muito, o combate à criminalidade.

Além disso,  procura-se atribuir parcela dos crimes cometidos como fruto da violência praticada por parte da ação  policial e, faz-se, numa dura, insidiosa e nefasta comparação com os criminosos comuns, da ação das policias, militar e civil pois que, os policiais matam, segundo muitos, não apenas para se defender mas marcados por interesses nada aceitáveis ou recomemdaveis. Hoje em dia o questionamento sobre a atitude e a ação de policiais tem sido enorme, sem se considerar que um número absurdo de policiais tem sido morta, não em serviço mas, à paisana ou nas suas folgas, como uma especie de demonstração de força da bandidagem!

Por outro lado, assiste-se o ensaiar da campanha política por parte de alguns partidos ou líderes, mesmo  sem definir bandeiras, sem estabelecer  propostas e sem que se caracterize um projeto objetivo de transformação do Pais, com a  identificação  de metas a alcançar num horizonte de tempo previsível. Ou seja, falta um projeto para o Brasil que estabeleça alternativas e caminhos para o amanhã! E isto representa uma enorme limitação para que seja possível

mobilizar as forças vivas e estimular a construção de sonhos e esperanças!

Por fim, quarta-feira será o dia D, não somente para Lula que, nesse julgamento, poderá vir a ter os seus direitos políticos suspensos o que o impedirá  de disputar a Presidência   da República mas, para a própria credibilidade da Justiça que, caso fraqueje na sentença ou crie espaços para dúvidas e desconfianças,  poderá ter  lançadas dúvidas sobre a sua esperada isenção.

E, mais ainda, dia 24 de janeiro começará, de fato, a campanha eleitoral no Pais com o  lançamento e registro, pelo menos,  no partido, da candidatura de Lula a Presidencia e, virá com uma provocação: “O que vale mais, a vontade do povo ou a decisão de três juizeszinhos”? Isto porque, de maneira alguma, a não ser diante de uma clara e desmoralizante atitude ou declaração de Lula, será decretada a sua prisão!

Assim, a semana que já começa com a decisão da Presidente do STF, Ministra Cármen Lúcia, impedindo a posse da Ministra do Trabalho, manter-se-à em alta pressão pois, alem de todas as negociações destinadas a viabilizar a aprovação da reforma da previdência, alguns outros fatos poderão torná-la ainda mais quente. Isto porque colocar-se-à mais um “fermentozinho” nesse bolo, que será, por exemplo, a reação  da PF  às respostas de Temer e se elas satisfizeram os seus inquisidores. Além do mais, alguns “tremores” na condução da política econômica em face da desautorização de Temer a recentes declarações de Meirelles, aquecem os debates dessa semana.

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