O QUE HÁ DE NOVO NO GOVERNO?

As avaliações, até agora, do desempenho do governo, colocam-se em três níveis. Aqueles que reduzem a sua apreciação as manifestações de excesso de loquacidade do Presidente, com visões simplistas embora em consonância ou em coro com o que pensa grande parcela da população. Mesmo que não sejam bolsonaristas por opção ou que tenham votado em Bolsonaro, esse grupo está definido por conceitos tais como — “bandido bom é bandido morto”; “essa classe política é o que há de pior para o país”, entre outros, que, são a cara e o pensamento do Presidente.

Um segundo grupo é daqueles que fazem dura oposição ao governo, representado pelo que sobrou do petismo, do lulismo e da esquerda do País. Dessa forma, representam os saudosistas do que foi o governo petista além daqueles que. Fazem a chamada esquerda  tradicional do Brasil.

Um terceiro grupo é o constituído por aqueles que, mesmo reconhecendo as fragilidades de “Bolsonaro e companhia”, acreditam que o desempenho de um governo não é mais determinado, exclusivamente, por quem está à frente do poder. Ou seja, as instituições hoje pesam mais na definição de rumos e na condução das decisões governamentais, do que o personalismo de um dirigente ou de um Presidente. Ou seja, o voluntarismo de um dirigente não mais define os rumos do governo!,

Assim os caminhos escolhidos pelo governo federal, por exemplo, não são mais aqueles que Bolsonaro define mas o que a sua base de poder e de comando do governo estabelece. Para ser mais específico, esse base de comando está na linha do que raciocina Bolsonaro, o seu chamado Alto Comsndo do Executivo que, para ele, está constituído pelo seu vice-presidente, pelos ministros Paulo Guedes e Sérgio Moro além dos cinco generais de quatro estrelas que assumiram cargos estratégicos como os ocupados pelo General Heleno e o General Santa Cruz. Esses são os homens que definem e já definiram as linhas estratégicas de ação de governo e, mesmo com as trapalhadas promovidas pelos filhos do Presidente e pelo pseudo orientador intelectual de Bolsonaro, o filósofo de direita Olavo de Carvalho, esses homens  de ouro do governo estão sabendo, até mesmo, administrar esses embaraços que surgem na caminhada.

Se não fora a falta de um bom articulador político do governo que, por certo, já teria promovido um entendimento com as duas casas do Congresso; também se não ocorresse uma espécie de inexistência , até agora, de uma interessante e objetiva estratégia de comunicação social, a situação de Bolsonaro não teria sofrido sequer, queda de popularidade. Aliás, queda relativamente fácil de ser revertida, na proporção em que o governo consiga divulgar as medidas de austeridade fiscal já  postas em prática até agora e as providências nas áreas de abertura econômica, estímulos à investimentos em áreas estratégicas e programas especiais de infraestrutura, de exploração de fontes alternativas de energia e de retomada de projetos de desenvolvimento regional, ora em curso.

Na verdade, o governo não tem primado por propor ou apresentar projetos públicos de grande impacto ou envergadura pois, a maioria deles requereria a mobilização de fundos de investimentos, notadamente públicos, que não se coanudaria com a proposta de austeridade fiscal, de redução progressiva do déficit público e de revisão profunda nos gastos, programas e projetos de governo, de tal maneira a voltar aos tempos em que se produziam significativos superávits fiscais. O que o novo governo tem buscado são investimentos internacionais nas áreas de energia, infra-estrutura, entre outras, com vistas ao aproveitamento de enormes potencialidades nacionais.

Ademais, o novo governo tem procurado demonstrar ao setor e a iniciativa privada que está empenhado em reduzir limitações e entraves à propostas do setor produtivo, quer nacional, quer internacional, que se mostrem interessados em explorar potencialidade econômicas do Brasil, em várias áreas. Claro que sendo o Brasil a sétima economia do mundo, com um enorme potencial em face dos recursos naturais, do tamanho do território, de sua população e da massa crítica de transformações econômicas já em curso, apresenta-se, no momento, como um grande campo para potenciais investimentos só prejudicados, em parte, pelos embaraços burocráticos de toda ordem que dificultam o desenvolvimento das atividades produtivas.

O que se sente é que o governo instalado não difere, em muito, dos demais governos dando a sensação de que as ações do poder hoje são mais institucionais do que pessoais e não deve causar temores as manifestações pessoais de um líder sobre temas os mais relevantes para uma nação, pois a base institucional se revela muito mais proeminente e persuasiva do que, às vezes, os presumidos líderes carismáticos. Parece que esse tempo desses homens que, quase sozinhos, mudavsm a história, já se foi.

Assim o que se pode afirmar é que o governo não é mais a cara de quem o lidera e não há porque temer governos que não tem um estadista a sua frente. Os governos hoje são reflexo das bases institucionais que os apoiam e elas não sofrem mais o peso das características individuais dos líderes de plantão. O tempo hoje promete muito mais estabilidade e paz pois as emoções de quem lidera as nações parecem não mais definirem os seus rumos.

Essa parece uma análise otimista do que ora se passa no Brasil onde as declarações de Bolsonaro, os excessos dos meninos e os arroubos autoritários de Olavo de Carvalho não terão o condão de mudar os rumos da história que ora se constrói!

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