PASSADOS SEIS MESES, O QUE ESPERAR DO GOVERNO BOLSONARO?

Vencidos os primeiros seis meses do governo Bolsonaro ou os seus  duzentos primeiros dias,  muito se perguntam o que se pode esperar de ações, de manifestações e de providências do governo conducentes a estabelecer um clima de confiança e de  renovação de esperanças de que os grandes problemas e desafios nacionais serão adequada, pronta e oportunamente, enfrentados. O fato objetivo é que o Brasil deixou, com o passar dos anos, que se acumulassem certas dificuldades de monta e que a sua não superação poderia inviabilizar as propostas de retomada de um crescimento econômico que venha marcado por um saudável e possível dinamismo.

Reformas institucionais essenciais;  , simplificação e desburocratização do ambiente econômico; redução do excesso de presença da União na vida nacional, fortalecendo a Federação e a autonomia municipal; descomplicação do processo de investimentos com vistas a favorecer o ingresso de capitais internacionais além de aceleração dos processos de privatização de estatais, seriam algumas das providências essenciais a quebrar essa monotonia que o País enfrenta nos dias que correm.

É certo que todas as ações de combate à corrupção e ao enfrentamento do crime organizado, estabelecem um novo paradigma no item segurança no Brasil capaz de estimular a crença de que o País começa a caminhar no rumo certo, máxime quando nessa cruzada contra esses marginais, o processo leva a reboque, não apenas pobres, mas também, e ricos e poderosos, despertando o sentimento de que, enfim, a justiça começa a se fazer presente e a impunidade não mais é regra na condução da coisa pública no Pais.

O que se sente é que os homens de boa fé e de compromisso com o País já começam a perceber que o futuro, já e agora, só se faz com cidadãos que dedicam uma pequena parcela de seu civismo e de seu espírito público para buscar construir as soluções para os problemas e impasses do País. E, nesse processo, o enfrentamento de tais dificuldades exige que se faça com que, muitas atribuições hoje concentradas no poder federal, sejam devolvidas à sociedade civil e que se caminhe para estabelecer o verdadeiro conceito de federação! Ou seja, o poder e as suas ações e implicações, devem estar próximos do povo!

E, por estranho que pareça, apesar de um certo ar de mediocridade que domina a cabeça e a atitude dos atuais dirigentes da nação, algumas iniciativas mostram uma visão reformista e transformadora! Ou seja, algumas propostas já apresentadas mexem com questões que estão a comprometer o exercício da cidadania e que podem estabelecer novos quadros de referência para a expansão e transformação do País. Nesse contexto não são apenas as chamadas reformas institucionais que já estão sendo discutidas no Congresso mas, também, uma série de medidas que demonstram quanto o governo se preocupa com as coisas básicas que interferem no dia a dia do cidadão.

É o caso da proposta de acabar com a miríade de conselhos profissionais onde a maioria não agrega nenhum valor de expressão à vida do associado ou  filiado. O governo mandou proposta no sentido de encerrar as atividades de tais instituições por comprovada desnecessidade. E, pasmem, não houve qualquer manifestação classista em defesa de sua não extinção! Da mesma forma outra proposta, essa sobre aquisição, porte e uso de arma de fogo, busca reduzir às restrições ao porte e uso de arma de fogo. E, na esteira da visão mais terra a terra, mais simplista e de fácil entendimento pelo cidadão comum estão controlar as ações, politicas e os eventos, incentivos culturais da Ancine, além da importância de outras medidas que complicam a vida do brasileiro. Também a própria “briga” do Presidente com a imprensa, inclusive contra a Rede Globo, mostram, tais atitudes e outras do mesmo naipe, que são coisas ou procedimentos que apequenam o debate e criam um ambiente hostil para a solução de problemas nacionais.

É claro que as bobagens e impropriedades colocadas a público pelo Presidente não geram impasses e indefinições que possam comprometer o processo de enfrentamento dos problemas do País, embora criem certos desconfortos e obriguem a assessores, ministros e outros agentes do poder público a “interpretar”, desfazer possíveis mal-entendidos e refazer itinerários interrompidos por manifestações precipitadas ou impensadas do Presidente. A questão do confronto com a imprensa e a gratuita declaração que ofendeu os brios dos governadores nordestinos são as últimas manifestações  de uma grande infelicidade pronunciadas pelo presidente. E isto só gera espaços, agora minados,  para que se processe instrumentos de cooperação entre o executivo e a classe política,

Embora, é bom que se afirme que,  “No frigir dos ovos”, a “coisa vai e a coisa anda”, mesmo que, apesar de tais tropeços e confrontos! Não obstante os temores, alguns desses episódios ou traços maléficos que se mostram, com frequência , na sociedade brasileira, de que pode vir a precipitar possíveis tumultos ou até conflitos sociais  mostram que mesmo  num processo de crise  e de instabilidade política, o País  consegue continuar navegando.

 

 

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