POR ENQUANTO, SÓ DESENCONTROS!
O desenvolvimento de uma nação ou de uma comunidade deve se sustentar em alguns valores, princípios e orientações. É fundamental que tal sociedade disponha de uma base institucional assentada em condições histórico-culturais sólidas além de ser capaz de guarantir um ambiente sócio-econômico e politico para os seus cidadãos, onde as atividades e os relacionamentos interpessais e intergrupais ocorram, sem maiores contratempos! É óbvio que não é fácil construir-se uma sociedade estável, subordinada a regras que lhes garanta o equilibro econômico e sócio-político e que permita que o exercício da cidadania, por cada membro da comunidade, se faça, plena e satisfatoriamente! É tarefa ingente e leva tempo para cristalizar-se! Quanto menos tensões, atritos, divergências insanáveis entre os diferentes grupos que compõem a sociedade analisada, mais se poderá raciocinar com a probabilidade de estabilidade e desenvolvimento continuados e sustentados!
O Brasil experimenta um momento especial e singular. Não há um clima de expectativas favoráveis sobre o amanhã. Ao contrário. O que se comenta é que há um cansaço, um desânimo e uma certa indiferença geral e completa em relação aos destinos do País. Ademais, inexistem lideranças que pudessem levantar bandeiras ou propor ideias que promovessem estimulos especiais capazes de mobilizar e entusiasmar parte da população em direção a sonhos, perspectivas e objetivos que a motivasse a alguma caminhada.
O Presidente Bolsonaro, nesses quase cinco meses à frente do poder nacional, em função de suas próprias limitações intelectuais e de sua pobreza em termos de visão estratégica sobre o que uma nação das dimensões do Brasil requer, além do mais, ainda tem a sua caminhada comprometida pelas atitudes impensadas de seus principais acólitos, os seus filhos! Ademais o seu mentor intelectual é uma espécie de doidivanas, arrogante, autoritário e pretensioso, o intelectual Olavo de Carvalho.
Embora nenhuma das propostas ou decisões de Bolsonaro ou de algum de seus ministros possam ser consideradas estapafúrdias ou causadoras de sérios transtornos, a pobreza intelectual e a excessivamente simplória visão das questões mais prioritárias com sugestões de soluções ainda mais limitadas, mostram o perfil do governo de uma pobreza estratégica impressionante. Adicionalmente, a falta de habilidade negocial e o despreparo do Presidente para promover entendimentos e estabelecer parcerias com uma necessária é fundamental maioria congressual, criam dificuldades adicionais para à aprovação de medidas de muita prioridade e urgência para o país como, por exemplo, a reforma da previdência, a reforma fiscal e algumas reformas econômicas, fundamentais a superação de limitações ao desempenho da economia nacional!
Pesa um pouco contra o governo Bolsonaro a perda de popularidade alcançada em tão pouco tempo, mesmo sem ter tomado decisões polêmicas ou contraditórias, mas, muito mais, pela possível frustração da população diante de um conjunto de declarações inadequadas, imprecisas e muitas vezes, inconsequentes, pronunciadas pelo Presidente, pelos seus agitados filhos e pelo presunçoso e arrogante Olavo de Carvalho!
Na semana que começa, definir-se-á a capacidade do governo de negociar e aprovar matérias cruciais para o êxito do governo atual e que, não tendo sucesso na empreitada, abrir-se-á uma perspectiva para a debandada de nomes como Paulo Guedes, Sérgio Moro e alguns dos generais que dão suporte técnico ao governo. Se o governo não mostrar habilidade negocial com um Congresso que, pelo que se pode ver, não tem grupos nem líderes que possam estabelecer entendimentos e parcerias em temas e questões fundamentais, o futuro do governo é por demais incertos. Aliás, já surgem intérpretes do quadro político procurando antecipar sérios e difíceis momentos para Bolsonaro e seu grupo.
É bom torcer para que alguma lucidez paire nos corações e mentes de Bolsonaro e dos seus para que o País não pague o preço da incompetência político-administrativa dos que conduzem o processo de gestão da coisa pública nacional!
Assim, por enquanto, só desencontros! Desencontros que geram um certo pessimismo, uma certa incerteza e um certo desânimo que já se refletem nos indicadores econômicos que mostram um crescimento, para este ano,mais limitado do que ocorreu no primeiro trimestre do ano passado! Espera-se que tudo fique apenas em desencontros e bobajadas próprias da inexperiência e do deslumbramento com o poder por parte de Bolsonaro e filhos.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!