Postado em 29 out, 2016 Deixe um comentário
Todos são unânimes em afirmar que essa é a maior crise de toda história do país, não apenas do período republicano mas que se tem notícia em todo o itinerário da brasilidade. Não apenas pela sua dimensão — geral e irrestrita! — mas pela sua abrangência e intensidade, marcada por um crescimento negativo do PIB de quase 10% nos últimos quase três anos, por uma evolução extremamente rápida da Dívida Interna Bruta e por uma inflação em constante aceleração.
Pouca gente tem a dimensão do Brasil amargando uma redução acumulada do PIB de quase 10% em três anos, de uma inflação que foi de 11,5% ano passado e de um desemprego que já atinge 12,5 milhões de brasileiros! Em outras circunstâncias e, se não fora a adoção de novos ingredientes e das políticas públicas compensatórias adotadas, provavelmente o cenário seria de desorganização e de desestruturação da economia e da própria sociedade brasileira como um todo.
Se se pretender elencar os fatores que permitiram que essa crise não promovesse um quase caos social, valeria à pena mostrar que fatores funcionaram como amortecedores do impacto econômico negativo sobre os indicadores sociais e, particularmente, evitando assim, uma quase convulsão social!
Em primeiro lugar a crise foi se construindo a partir de 2011 mas, só começou o governo a perder os graus de liberdade de intervenção na economia, em 2014. Isto porque a crise fiscal, do governo federal, de estados e municípios, acentua-se a partir de 2014; a aceleração da inflação começa a assustar; uma queda no desempenho do setor externo acende um sinal de alerta e, a partir de tais indicadores, a agudização da crise do setor manufatureiro passa também a contaminar o varejo e os serviços. Aí a queda no emprego e no poder de compra dos salários torna-se mais significativa e se exterioriza de maneira mais aguda, a partir do segundo semestre de 2014.
Diante desse processo de ampliação e aprofundamento da crise, o pessimismo começa a tomar conta das atitudes, do comportamento e das expectativas dos agentes econômicos como um todo.
E, com isto, planos empresariais são postergados e as empresas começam a demitir de maneira intensa e ostensiva já em 2014. A partir daí o desemprego começa a acelerar e tomar proporções preocupantes e quase incontroláveis. Também micro e pequenas empresas começam a fechar, lojas a cerrar suas portas e passa a crescer o tamanho da economia informal. Por outro lado, as grandes e médias empresas começam a estruturar os seus programas de demissões voluntárias, além da estratégia de otimizar a disponibilidade de seus recursos humanos, desempregando aqueles que geram resultados menores para a empresa e mantendo os que geram um produto maior.
Também as empresas começam a gerar acordos, ao “arrepio da lei” pois a lógica da sobrevivência se coloca acima da exigência que a norma formal estabelece pois consagra-se o princípio de que “é melhor ganhar uma remuneração um pouco menor do que ganhar remuneração nenhuma”. Assim acordos de parte a parte, pdv’s, contratos temporários, uber, bolsa-presidiário, FIES, Pronatec, previdência rural, LOAS, agricultura familiar, frentes de serviços além de contratos de empreitada agiram e representaram verdadeiras válvulas de escapes ou safenas para uma economia infartada.
Crê-se ser possível uma maior e mais rápida superação da crise desde que as negociações das dívidas das famílias, via benefícios fiscais e negociações com o sistema financeiro; linhas especiais de crédito para recompor as finanças das médias e grandes empresas; o apoio à economia informal, à microempresa e programas como os destinados a manutenção de empregos e outras mais sejaqm criados e viabilizados pelo governo.
É importante mencionar que, dentro da crise, as empresas buscam fazer ajustes nos seus custos, reduzir margens de resultados e adotar políticas de preços compatíveis com o encolhimento do mercado ou de conformidade com a redução da renda disponível dos consumidores além de intentarem outros ajustes com os seus empregados na base da chamada otimização de resultados. Ou seja, substituindo empregados mais caros por outros de conformidade com o seu output ou os resultados que são capazes de gerar.
Ademais a crise produz todo um processo de racionalização de gastos de pessoas e de empresas, diminuição de ineficiências e desperdícios de toda ordem, forçando que a gestão da coisa pública redefina valores para ajustar-se às reais dimensões da crise que tomou conta do País.
Assim, houve uma revisão geral de valores e de critérios de gastos, de redução de desperdícios além de corte de investimentos — devolução de apartamentos comprados, casas adquiridas e carros obtidos por financiamentos — além de, até mesmo, deixar de pagar débitos de um modo geral, aumentando a inadimplência. Também, como a crise estimula a criatividade, até mesmo o surgimento de novas atividades, profissões e saídas, foram surgindo a partir das circunstâncias que forçaram uma revisão crítica de todos os valores e meios de sobrevivência da sociedade como um todo.
Postado em 28 out, 2016 Deixe um comentário
Tudo marcha oh! grande Deus! Tanto a própria Lava-Jato, mesmo que os jovens procuradores enfrentem e experimentem um certo baixo astral, temerosos que decisões políticas venham a comprometer ou criar embaraços ao seu trabalho como, por outro lado, os êxitos politico-partidários do governo, com vitórias soberbas na votação pela Câmara de proposta relevante e urgente, porém polêmica, mostram um quadro e um ambiente embora, com alta adrenalina e sempre desafiador, de otimismo quanto aos seus desdobramentos.
Pode-se dizer que nesses tempos bicudos, ser governo é ter que “matar um leão por dia e dormir com outro fungando o seu cangote”. Porque os desafios, quando não se localizam no complexo e difícil campo macroeconômico, surgem nos campos politico-institucional e nos conflitos de competência entre os poderes como agora se manifestou entre Renan e o STF, por declarações tidas e havidas, pela magistratura, como agressivas sobre um juiz de Brasilia e sobre o Ministro da Justiça, proferidas pelo Presidente do Congresso Nacional.
Se os processos, não apenas promovidos pela Lava-Jato mas agora por outras operações ou instâncias e varas que se multiplicam e as delações premiadas que prometem “novas e fortes emoções” , o pavor das repercussões de tais processos que tomam conta da classe política, tira o sono de muita gente e, até o Planalto emite sinais externos de que teme os respingos de acusações que podem comprometer alguns membros do governo.
E, não apenas isso. São ainda tantas as medidas e decisões do Congresso Nacional que são fundamentais para que se monte o conjunto essencial e impostergável de reformas urgentes para por o País em ordem que, o que se espera é que nenhuma decisão ou atitude de nenhum poder permita ensejar a criação de embaraços que comprometam tal itinerário de transformaçào e de mudanças.
Aliás, a última decisão do STF em não garantir respaldo legal e constitucional a figura do instrumento da desaposentação, o que levaria a um rombo adicional na falida Previdência Social, mostra esse comprometimento com a causa da recuperação da economia e da sociedade brasileira. Claro que, ás vezes, o “andar da carruagem” pode ser prejudicado por atitudes inconsequentes como essa da Câmara dos Deputados que, agora mesmo,aprovou aumento de vencimentos para cinco categorias de funcionários públicos, na contramão de todo o processo de ajuste fiscal. Espera-se que tal providência estapafúrdia morra no nascedouro e, se prosperar, que Temer use da caneta e vete tal aumento.
Apesar desse “prende, solta”, dessas ameaças constantes, dessa espada de Dâmocles na cabeça de tantos e as mudanças de ânimo ou de “mood” dos protagonistas da cena política pois, a cada momento abrem-se perspectivas para desentendimentos institucionais como o ocorrido agora entre Renan e Carmen Lucia; ou, efetivos sobressaltos, como o do Presidente do Senado que, assistirá matéria a ser apreciada no STF que pode levar até mesmo ao seu afastamento da Presidência do Senado, mesmo assim, as coisas marcham.
E, pelos inúmeros indicadores da economia e do comportamento e atitude dos agentes produtivos, a tendência tem sido de, a cada dia surgirem notícias, ás vezes tímidas, mas alvissareiras, de que o País está no rumo certo. A repatriação de recursos externos começa a gerar um caixa adicional ao Tesouro e ainda tem chances de uma ampliação, caso, de última hora, ainda haja uma negociação política mudando termos e os prazos da lei. Também a recuperação da Petrobras que está a ocorrer a ritmo acelerado; os entendimentos do BNDES com os estados pode conduzir a que se antecipem volumosos investimentos em saneamento ambiental; o forte ingresso de recursos externos líquidos reduz qualquer limitação a retomada da economia a ser criada por constrangimentos externos e, finalmente a atividade econômica dá sinais, embora timidos, de que há uma recuperação em curso.
Tudo isto mostra que, apesar das enormes dificuldades do momento, onde a “Operação Maos Limpas” à brasileira, vai produzindo a limpeza ética requerida, repondo valores e conceitos, promovendo impactos capazes de reformar a politica do Pais, mas, ao mesmo tempo, vai enfrentando e sobrevivendo a ameaças e pressões. Na verdade, manchete dos jornais de hoje mostram dez iniciativas, na forma de projetos de lei, de iniciativa da classe política que, se aprovadas, podem inviabilizar os grandes objetivos da Lava-Jato!
Como se pode afirmar, sem medo de cometer equívocos, onde um governo, hoje buscando construir, sobre um penoso processo de impeachment e, sendo questionado sempre sobre a sua legitimidade, vai montando as bases das reformas requeridas pelo país; onde as instituições, embora mostrando algumas fragilidades, vão se mantendo incólumes; onde, aos poucos, a confiança dos agentes produtivos e do povo em geral, vai se recuperando; o sentimento de que as coisas marcham, e, num rumo certo ou presumidamente correto, permite-se antecipar que o Natal desse ano não seja tão desolador como se presumia.
Postado em 22 out, 2016 Deixe um comentário
E O cenarista tinha, pelo menos, três temas a abordar ou a discorrer que pareciam mais oportunos e, talvez, mais importantes, para a formulação do pensamento dos brasileiros sobre algumas questões de relevância e urgência maiores. Temas como a eleição americana, o roteiro das medidas econômicas essenciais a superar os problemas nacionais e as restrições que a política poderá impor para que as mudanças preconizadas e necessárias na gestão da coisa pública, venham a ocorrer!
No entanto, os fatos supervenientes, embora, razoavelmente esperados, acabaram atropelando as circunstâncias porquanto são eventos que tendem a provocar uma sequência de outros eventos, tão impactantes como a prisão do ex-todo poderoso, Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.
Todos se perguntam, na maioria das vezes e das circunstâncias, o que será do amanhã? O cenarista não sabe e, talvez poucos ousem afirmar que sabem! As coisas estão ficando cada vez mais complicadas para se antecipar o que vai ou pode acontecer .Na verdade, as coisas se precipitaram e conduziram a um processo de degradação já esperado”, porquanto a ânsia de “pegar Cunha e, consequentemente, uma figura exponencial do PMDB”, era cobrada, não apenas pelos procuradores da Lava-Jato como por parcela significativa da mídia e da população como um todo. A consequência de tal prisão foi levar o pânico e, a um quase estado de choque, a classe política como um todo, pois que, Cunha é “o homem que sabia demais”. Aliás, sabia, não! Sabe demais.
Se políticos, empreiteiros, funcionários públicos graduados e outros menos votados, estão “cortando um dobrado”, como diz a gíria popular, no Palácio do Planalto a inquietação de alguns é enorme, não só pelo que prometeu a “delação premiada” da Odebretch e da OAS, mas pelo que tem vasado de alguns depoimentos de executivos de empreiteiros “entregando” alguns dos principais integrantes da base do governo. Some-se agora o que se especula o que poderá dizer Eduardo Cunha na sua previsível delação premiada!
O número de pessoas, figurões e políticos envolvidos já é muito grande e, cada vez mais, o “sofisticado xadrez” dos entrelaçamentos de interesses de toda ordem, gerando a maior e mais complexa teia de relacionamentos destinados a promover o mais amplo e envolvente esquema de corrupção jamais visto em qualquer país ou, se visto, jamais desvendado em qualquer país, deixa em sobressaltos toda a chamada “elite branca”, além da elite sindicalista, petista, peemedebista, pepista e outras “elites”, de cabelos em pé.
E, algumas perguntas ficam no ar, após a prisão do ex-todo poderoso homem forte da Câmara. Será que Eduardo Cunha vai entregar todo mundo? Na sequência, quem seria o novo alvo de Sérgio Moro? Será que Renam será o alvo sonhado de muitos e por muitos? E o Lula, vai preso na próxima semana? Todas são especulações que rondam “corações e mentes” dos que fizeram, até recentemente e, dos que fazem, a estrutura de poder, atualmente.
Eduardo Cunha tem como primeira prioridade excluir do processo a mulher Cláudia Cruz e a filha. Obtendo tal, não se sabe ainda a que preço, o ex-Presidente da Câmara, mais ressabiado do que nunca, não mais cometerá o erro de brigar com inúmeros e poderosos protagonistas da cena política, de forma simultânea, ou seja, ao mesmo tempo. Assim se ele fará uma delação, ela será seletiva, excluindo, de imediato, por exemplo, os Ministros dos Tribunais Superiores. Também poderá optar ao fazer apenas uma espécie de cena para a platéia e para sensibilizar os procuradores. No mais, deve “deitar e rolar” em cima daqueles aos quais considera traidores e, satisfazendo os procuradores, indicar, sem alargar muito o leque para não perder o foco e, portanto, para a própria delação premiada não perder o interesse.
Parece que Renam, pelo “script” da Lava-Jato, enquadra-se, de maneira quase ideal, naquilo que seria a nova etapa de limpeza do poder com a saída de Dilma, o desmantelamento de toda a cúpula do PT, a prisão de Eduardo Cunha e, agora, o último elo da cadeia do processo de limpeza ética exigida pelo Pais, que é o afastamento de Renam Calheiros da capacidade de mobilizar, de articular, de manipular e, de uma certa forma, de controlar o poder. Se isto ocorrer nos próximos dias aí então, o que se pode esperar será uma ampliação do processo de construção de uma nova ética de convivência e de responsabilidade da sociedade brasileira.
E tal será a amhiencia ideal para o país para superar os seus problemas e abrir perspectivas alvissareiras para os brasileiros!
Postado em 18 out, 2016 Deixe um comentário
É uma quase tautologia afirmar que a economia funciona à base de expectativas e de credibilidade. Ou seja, se as expectativas dos agentes econômicos apontam para um horizonte mais favorável e indicam que as coisas estão mudando na direção desejada, então tais circunstâncias conduzem a um cenário de um otimismo, mesmo que contido. Parece ser este o caso do Brasil, pois há no ar a sensação de que as coisas estâo caminhando no rumo admitido pela maioria, como certo.
Referidas expectativas consubstanciam um quadro de maior esperança quando, por exemplo, o câmbio que, antes do novo governo assumir, beirava os 4,00 reais e hoje fica girando ao redor dos 3,25, mantendo-se nesse patamar, já faz mais de três meses e, isto, diga-se, sem intervenções maciças do Banco Central. Por outro lado, quando a inflação desacelera e os preços dos alimentos deixam de crescer; quando uma PEC é aprovada, limitando os gastos públicos e a sua expansão, além de estabelecer um teto para a dívida pública; quando a Bolsa mostra um movimento ascendente e firme, hoje ultrapassando os 62,6 mil pontos; quando a Petrobrás anuncia uma redução nos preços dos combustíveis e a fixação de uma política previsível de reajuste desses mesmos preços; quando o Banco Central antecipa a possibilidade de baixar a taxa básica de juros fazendo-a a cair dos 14,25% para 13,75%. Diante dessas alvissareiras notícias a sensação é a de que as coisas estão melhorando.
Agregue-se a tais informações as medidas de austeridade e de recuperação financeira da Petrobrás; o ingresso de mais de 5 bilhões de reais de tributos derivados da regularização de recursos repatriados, de brasileiros no exterior; além dos ganhos derivados da desmontagem de vários esquemas de corrupção, desvios e até mesmo, de “roubo” nos programas sociais. Se isto não bastasse, o lançamento do programas de concessões na área de infra-estrutura, retomados em bases mais atraentes para os investidores do qu no passado recente, segundo estimativas preliminares das áreas anunciadas, poderão agregar cerca de 250 bilhões de reais em investimentos novos, nos próximos anos.
Junte-se a tal, o excelente desempenho do ingresso de recursos externos, que deve alcançar, até o final do ano algo ao redor de 100 bilhões de dólares, cifra bem superior a qualquer outro ano de desempenho da economia nacional. Se a Reforma da Previdência vier a ocorrer como esperado, além do desengessamento do Orçamento da União, não só com o limite aumentado da DRU e com os efeitos da PEC 241, aí a expectativa de reversão dos “rombos” nas contas públicas abre espaços altamente favoráveis à retomada dos investimentos públicos.
Aliado ao clima que se vai criando no País, o trabalho de promoção de investimentos que o próprio Presidente Michel Temer vem fazendo, buscando atrair negócios para o país, com a China, com a Indía e com o Japão, entre outros investidores, bem demonstra que o País resolveu afastar o espectro da crise e do quase desespero que tomava conta dos brasileiros, até bem pouco.
Se as expectativas que se criam são bastante favoráveis e a credibilidade das instituições começa a ser recuperada e a se recompor, mesmo com as desconfianças dos agentes em face da insegurança jurídica e da imprevisibilidade judicial que tem dominado o “chamado contrato social brasileiro”, as perspectivas econômicas são as mais favoráveis possíveis.
Como alguém já declarou que a chamada ‘mãe de todas as reformas”, no caso a reforma política ela, por sinal, já começou, não pelas mãos dos congressistas ou dos membros do judiciário mas, fundamentalmente, pelo estímulo a um processo de “limpeza ética” que a Operação Lava-Jato, o Ministério Público, a Polícia Federal e, o Juiz Sérgio Moro vem promovendo. E, a mesma desejada reforma ganhou momento com as eleições municipais e diante da atitude do Presidente do TSE, propondo e cobrando o estabelecimento da chamada “cláusula de barreira” e o fim das chamadas coligações proporcionais. Aliás, o próprio Presidente do Congresso Nacional parece querer coroar o final de seu mandato, na Presidência do Senado, aprovando essas duas medidas, capazes de melhorar, em muito, o processo político-eleitoral brasileiro.
Aliás, é bom que se diga a bem da verdade que a decisão do Congresso, que acabou com as contribuições de empresas às campanhas eleitorais já ajudou, em muito, a melhorar a representatividade e a qualidade das escolhas. Assim, com paciência e com boa vontade e com a crença e o estímulo da sociedade, ações começam a ocorrer que, de fato, estão a mudar a face do país, melhorando a ética e a moral da sociedade e recuperando um pouco de otimismo no seu amanhã.
Se as coisas continuarem nesse diapasão, mesmo que as denúncias da Lava-Jato venham a atingir alguns membros da cúpula do governo, as coisas não deixarão de ocorrer pois que, sendo um processo que envolve toda a sociedade, decisões que foram tomadas sempre buscarão preservar a reconstrução do País, sem concessões à ética e sem perdoar malfeitos e malfeitores, quem quer que sejam.
Os próximos dias virão trazendo a volta da discussão da proposta de repatrição de recursos de brasileiros no exterior, ação essa que poderia ter beneficiado os cofres dos combalidos estados da Federação Brasileira pois que, na distribuição do bolo, algo iria para os estados brasileiros hoje quase falidos. Aliás, a votação da renegociação da dívida de estados e municípios poderá vir a por ordem na tal da ” zorra fiscal” onde, pelo menos, sete ou oito estados ou estão a parcelar os pagamentos dos salários de seus funcionários ou deixarão de pagar o 13o. que lhes é devido.
Se tais ações seguirem nos “conformes” e se houver um esforço didátivo-pedagógico fundamental sobre a urgência da reforma da previdência, notadamente buscando convencer o público jovem de que a reforma é para garantir que eles venham a ser beneficiários e não apenas otários que estão a pagar hoje e amanhã a pagar a conta dos já aposentados e dos prestes a se aposentar. Aí com tais reformas começarå a surgir um novo país e 2017 jå serå um ano diferente. Isto porque, já para este ano, a inflação não será igual a do ano anterior que ficou em 11,5% mas em torno de 6,5 a 7% e, a queda do PIB, anteriormente prevista em 3,7%, poderá “fechar” em 2,9%!
Não é nada, não é nada mas é um bom começo com uma inflação em 2017 no centro da meta e um crescimento do PIB acima de 1,7%!
Postado em 14 out, 2016 Deixe um comentário
As pessoas se mostram tensas, divididas, agressivas e, até violentas, mesmo quando as divergências não são em função de interesses, nem de negócios ou de qualquer disputa de ordem material ou de poder! Acima de tudo, as dissidências são frutos de diferenças de caráter político, às vezes travestidos de uma dimensão doutrinaria ou ideológica.
O país dividiu-se, não bem ao meio, pelo menos pelo que demonstraram as últimas eleições municipais, onde os resultados alcançados pela chamada esquerda foram pífios e decepcionantes, mas, a despeito de tal constatação, mostram uma clara divisão da sociedade.
No passado tais discordâncias, até mesmo as doutrinárias e ideológicas, eram absorvidas por um certo “fair play” dos brasileiros como um todo, sem conflitos maiores e sem agressões quase insuperáveis, como sói ocorrer, agora. O que explica essa mudança de comportamento e de atitude desse outrora chamado “brasileiro cordial”, ao tranformar-se em um cidadão agressivo e quase violento?
Para alguns, tudo se explica em função da enorme crise econômico-social-política e ética que tomou conta de toda a sociedade brasileira e já se faz presente, de forma quase impiedosa, nas famílias brasileiras, como um todo.
A crise gerou desemprego, redução da renda disponível das familias, desmantelamento de projetos, suspensão ou adiamento de sonhos como o da casa própria, além de endividamento crescente e, pelo que se percebe agora, até mesmo por um certo ar de cansaço, por parte dos brasileiros, na busca de alternativas para a sua sobrevivência. Luta essa que hoje domina a maioria das 12,5 milhões de familias afetadas pelo desemprego e dos milhões de empreendedores que viram frustradas as suas expectativas de consolidação dos seus próprios negócios.
Há também a explicar tais atitudes mais agressivas e beligerantes, talvez a própria indignação causada pelo Mensalão e pela Lava-Jato, que embora estejam passando o país a limpo e pondo a descoberto tantos mal feitos, tantos gestos de corrupção e de esperteza praticados pelas elites, tem repercussões no “mood” da sociedade brasileira.
Parte dessa atitude beligerante de grupos sociais tem sido provocada também, por gestos de desrespeito a comportamentos e atitudes éticas esperados por parte das elites ou de agentes públicos e que, numa total desconsideração para com a sociedade, adotam tão reprováveis gestos. Foi, por exemplo, agora mesmo, a atitude tomada pelo Governador do Piauí que, havendo acordado com os demais governadores e com o Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que iria convencer os seus pares, parlamentares do PT, a apoiarem a proposta negociada de distribuição das receitas do projeto de repatriação de recursos a qual, representaria um significativo alívio às alquebradas finanças estaduais e municipais, como diz o ditado nordestino, “mijou na rabichola”!
Pois bem! Para surpresa de todos, não é que o nobre Governador, ao invés de assim agir, fez o inverso, talvez intentando, com isso, abrir espaço, quem sabe, nessa lógica perversa de esperteza, buscasse forçar a renegociação da PEC que aprovou o limite de gastos e do teto de crescimento da dívida?
Nessa linha pediu votos contra o acordo que ele havia previamente sancionado, deixando o Presidente da Càmara dos Deputados com a “brocha na mão” e os governadores “chupando o dedo”!
A atitude aética e reprovável do governador, lamentavelmente, não difere da quase totalidade das atitudes tomadas pelo PT, em momentos fundamentais para o País como foram as Diretas Já, a eleição de Tancredo Neves, a Constituinte, o Plano Real, a aprovação dos fundamentos da economia e, em tantos outros momentos!
Nem em tais circunstâncias quando se esperava que as esquerdas agissem objetivando o interesse maior do país e não se amesquinhando na busca de atender aos seus propósitos politicos, ideológicos e partidários, a sociedade se viu frustrada.
E, essa tendência, muitas vezes patrocinadas de forma explicita, por lideranças da dimensão do próprio Lula, de promover o confronto e a criação de um ambiente do “nós contra eles” ou o propor o chamado confronto com a “elite branca”, além de instilar o ódio, foram elementos estimuladores de uma proposta de luta de classe e do confronto belicoso entre as partes. E o pior é que, para mobilizar filiados e adeptos, valem-se de argumentos frágeis e, muitas vezes, desprovidos de uma sustentação teórica e, até mesmo, de natureza ética, para intentar manter o discurso e os seus objetivos de poder.
Assiste-se, pela mídia, na atitude de simpatizantes da esquerda, nas manifestações de rua e na chamada oposição nos parlamentos, como ocorreu nas discussões do “impeachment” de Dilma, não a busca de gerar propostas e caminhos alternativos ou a defesa da própria ex-presidente, mas a atitude estéril e, muitas vezes, intelectualmente pouco honesta, de questionamento do que o chamado “outro lado” propõe ou busca implementar.
Talvez, nessa atitude de plantar ressentimentos, mágoas e insistir no conflito “elite branca versus oprimidos e esquecidos” e ao propor antagonismos numa sociedade onde tais características nunca estiveram tão presentes como agora, só leva a crer que o partido, defenestrado ou apeado do poder, destine toda a sua energia, todo o seu empenho e tudo o que poder, em termos de articulação e de mobilização política, com vistas a desmoralizar a chamada elite branca ou o outro lado!
E isto é deplorável e lamentável pois não é o que os brasileiros almejam!
Postado em 12 out, 2016 Deixe um comentário
João Dória, o recém-eleito Prefeito de São Paulo, redefiniu um novo paradigma de gestão do setor público brasileiro, qual seja, apoiado no tripé eficiência, meritocracia e resultados porquanto, ao falar em privatizações apenas reforça a tese de que a sociedade civil sabe melhor conduzir os processos de alcance dos objetivos da ação dos órgãos públicos do que os burocratas e os políticos de profissão.
Essa menção a Dória faz-se necessário porquanto ele, embora se denominando gestor e, por sinal, na atividade privada, as informações que se dispõe é que ele se mostrou um dos bons senão ranqueou-se entre os ótimos, chamava a atenção ao dizer que buscaria os políticos para, com eles, governar mas sem abrir mão de princípios como a meritocracia e a eficiência além do combate à corrupção e ao desperdício.
Na noite de segunda-feira, o Governo Temer, valendo-se o cenarista de uma expressão bem popular, agiu “redondinho”. O seu triunvirato político — Geddel, Padilha e Moreira Franco — acolitados por Rodrigo Maia, Romero Jucá e, agora, devidamente gratificado e premiado com a indicação do Ministro do Turismo, o Presidente do Senado, Renan Calheiros, conseguiu montar uma eficientíssima estratégia de ação político-partidária de há muito não vista no Congresso Nacional.
É fundamental que se pontue que, o próprio Presidente Michel Temer, ao promover o famoso “ágape” de Domingo, onde mais de 300 parlamentares compareceram ao Palácio da Alvorada, com as suas “respectivas”, para participarem de um encontro que, destinado a sensibilizá-los a apoiar a PEC 241 aquela que estabelece limites dos gastos públicos, foram convencidos por palestras bastante didáticas e convincentes, pronunciadas pelos economistas José Márcio Camargo e Armando Castellar, a ouvir os apelos do Presidente. Ao circular de mesa em mesa; ao tirar fotos com os parlamentares e familiares e ao discutir coisas comezinhas ao estilo da maioria, Temer conseguiu cativar os seus ex-colegas que, aparentemente, só buscam prestígio, respeito e o direito de ostentar que são amigos do Rei.
Se o convencimento técnico foi relevante; se o trabalho de articulação de ministros foi fundamental ao êxito da empreitada; se a dedicação e o empenho de Rodrigo Maia, de Romero Jucá e do próprio Renan Calheiros se mostraram importantes, há que se destacar que o atendimento de alguns pleitos por cargos ou verbas, dentro dos limites do possível, foram também utilizados mesmo que, como dizia a velha piada, ” metade da cédula agora e a outra metade depois da votação do segundo turno”.
Não obstante os meios, a forma de sensibilizar e as manifestações de apreço e respeito aos parlamentares e os apelos feitos aos seus “sentimentos pátrios e responsabilidades polítioc-sociais com o País”, o fato é que tal votação já sensibilizou ministros dos tribunais superiores como Gilmar Mendes e Luiz Barroso, além de haver conseguido convencer a sociedade de que esta seria a única saída para o enfrentamento da crise nacional. E a aprovação da PEC abriu caminhos para a aprovação da lei de repatriação de recursos de brasileiros, inclusive, com a destinação de parte para superar os problemas estruturais das finançãs estaduais e municipais.
A partir desses dois fatos alvissareiros para o encaminhamento dos problemas nacionais, nessa mesma esteira virá a aprovação da renogociação da dívida de estados e municípios; a reforma da previdência e, já e já, medidas na área econômica para desanuviar o ambiente econômico como o começo da redução da taxa de juros básica e o lançamento de editais das novas concessões. Assim, se houver um programa de recuperação das finanças das empresas, a redução de tributos para que, pessoas físicas e jurídicas voltem ao mercado e estímulo especial de compras governamentais as pequenas e médias empresas, aí o país começa a marchar, o entusiasmo começa a retomar e as tensões começam a diminuir.
Postado em 10 out, 2016 Deixe um comentário
A inflação do mês de setembro foi a menor dos últimos anos. A entrada de recursos externos continua fortíssima. A Câmara dos Deputados aprovou autorização para que a Petrobrás não seja obrigada a participar com, no mínimo, 30% do valor de qualquer novo investimento em exploração, produção e distribuição de petróleo e os seus derivados. E tal decisão será vital para, não apenas, o saneamento financeiro de uma empresa quebrada mas, para retomar investimentos fundamentais para o País. E, pelo que tem sido demonstrado pelas providências adotadas pela nova diretoria da empresa, seu programa de recuperação financeira, extremamente complexo e desafiador, começa a mostrar resultados.
O ambiente econômico, pelos dados de pesquisas do comportamento dos agentes econômicos, parece espairecer e estabelecer novas perspectivas para que se mostrem reais possiblidades de superação da grande crise em que se meteu o Paìs! Até mesmo os resultados eleitorais do pleito próximo passado, revelam que as pessoas rejeitaram, de vez, a maneira de governar das esquerdas bem como mostraram da sua insatisfação para com a política e os políticos como um todo, com os 40% dos chamados “não votos”!
Hoje, dia dez de outubro, começa a votação da PEC que representa um ponto de inflexão na historia da política econômica e, uma espécie de retorno do respeito a importantíssima Lei de Responsabilidade Fiscal no País. Aprovado o teto de despesas e os critérios de expansão do gasto pùblico, tal sinalização conduzirá a uma intensa movimentação dos investidores e a reversão das expectativas econômicas.
Para que se tenha idéia do quão é sensível o mercado e as suas expectativas, a movimentação do câmbio, nos últimos meses, sem variações maiores e, até mesmo mostrando uma queda de um valor de mais de quatro reais antes do governo Temer, para os atuais 3,23 ou ao redor, sem intervenções maiores do Banco Central; a inflação de setembro de 008,0 % e a tendência declinante dos aumentos dos preços dos alimentos; além de especulações do mercado de que a taxa básica de juros cairá, são elementos que compõem um quadro favorável de crença de que o paìs pode estar no caminho certo.
E isto, mesmo quando o Procurador Geral da Republica decide considerar inconstitucional a PEC de limitação dos gastos e do estabelecimento de teto para a divida publica, providencia fundamental e sem a qual não se recuperam as combalidas finanças publicas e não se restaura a confiança do mercado, não abate o governo nem a classe politica pois que, uma decisão soberana do Congresso com a quase unanimidade e apoio da sociedade civil, não pode ser judicializada e contestada pelo Ministério Público, máxime quando sequer foi votada. Ademais, decisões e pontos de vistas isolados não podem comprometer um projeto maior do País.
A matéria será votada e aprovada pela Câmara! E, tal decisão, abrirá caminho para a votação da renegociação da divida de estados e municípios, o que pacificará as finanças de tais entes federativos, permitindo que eles voltem a realizar as suas ações fundamentais de atendimento às demandas da população e, também, voltem a investir, comtribuindo para a retomada do crescimento do Brasil. Se assim ocorrer, aí começará o governo uma nova batalha que será a reforma básica da previdência social, matéria sem a qual não sobreviverão o sistema e nem as próprias finanças publicas do Pais.
E, se se pretender acelerar a volta dos empregos,empregos esses tão fundamentais ao respeito à dignidade do cidadão, a flexibilização da legislação trabalhista; os estímulos fundamentais à construção civil; o apoio amplo aos micros e pequenos negócios além de políticas compensatórias de emprego e de renda, são instrumentos de maior relevância para atingir tal “desideratum”!
Assim, mesmo com todos os problemas e dificuldades, notadamente no campo político e de negociação com o Congresso, as coisas marcham, não só no sentido de passar a limpo o Brasil mas, também, de corrigir erros, desmandos e abusos de toda ordem na condução da coisa publica e do estabelecimento de uma nova ética nas relações interpessoais.
Até mesmo o pleito municipal já mostrou que os executivos que cumpriram melhor o seu papel foram reeleitos e a sociedade não apenas quer bons e éticos gestores como, com o seu “não voto”, está a exigir uma nova forma de fazer política.
Assim, embora ainda não haja uma adequada conformação de uma convincente estratégia de política econômica que gere a confiança de que a atividade produtiva será retomada, a partir da superação da crise que afeta as finanças e o equilíbrio financeiro e contábil das empresas; que reduza as apropriações dos chamados superávits de resultados do setor produtivo pelo sistema bancário; alêm do aproveitamento das oportunidades enormes de investimentos na infra-estrutura física, a ideia básica é voltar-se para o aproveitamento do significativo mercado interno que se dispõe!
Postado em 3 out, 2016 5 Comments
As eleições municipais, como previra o cenarista em comentário anterior, já anteciparam algumas alterações no panorama político nacional. Não apenas diante da derrota fragorosa do PT em todos os municípios, não importanto o tamanho e, nem tampouco, a localização — o Nordeste não é mais “patrimônio do partido e nem de Lula” — mas, também, o que é mais interessante, a pouca força dos grandes coronéis da política nacional.
Na verdade, o único vencedor nesse processo de terra arrasada para a política viciada e desacreditada, foi o governador Geraldo Alkimim que, ousando e desafiando o seu próprio partido e seus correligionários, resolveu intentar entender as aspirações e sonhos dos paulistanos e decidiu apoiar um não político. Por sinal, um mais que provado e testado gestor, além de um comunicador de mão cheia. No caso, João Dória, eleito em primeiro turno prefeito da maior cidade do País, numa demonstração patente de que os paulistanos resolveram dar um basta no voto que servia aos partidos mas não representava o voto que poderia mudar os destinos da cidade.
Com tal vitória e a vitória em municípios representativos da grande São Paulo, Alkimim assume o protagonismo político no País e se credencia, desde já, como o candidato do partido mais vitorioso neste pleito, no caso o PSDB, à Presidência da República. Serra, Aécio, Fernando Henrique faziam a aposta errada, no caso, -apoiando o nome de Andrea Matarazzo, contrários a visão de Alkimin. Mesmo tais líderes, assumindo, ao final da disputa, o candidato do partido, não deixaram de ser perdedores no processo.
Aliás, na companhia de perdedores como Lula, ficam Marina Silva, um desastre eleitorial em todo o País, além de certas figuras do PMDB. No PSDB, Tasso renasceu das cinzas nas eleições para o Senado e assumiu um novo protagonismo no Ceará tendo sido, em parte, responsável pela ida ao segundo turno, de seu candidato, no caso o Capitão Wagner. Mas, mesmo com a sua força política, não pode e não deve representar um nome nacional pois tem muito a marca do provincianismo local, com saúde limitada e sem maiores ambições de poder.
O PMDB continua o maior partido do País mas, invertebrado, sem unidade de propósitos, de idéias e de propostas. Marina Silva perdeu o bonde da história e mergulhou a sua rede numa grande crise! O próprio PT, embora ainda não tenha fechado as portas pois que ainda vive ou sobrevive em derivados do partido, como o PcdoB, o PSOL, o PSTU e presenças isoladas dentro de outras agremiações, tentará armar alguma proposta de ocupação de espaços.
Talvez quem tenha algum oxigênio e se prepare para uma grande aliança salvadora dele e de Lula, caso não seja este ultimo condenado ou, mais adiante, até preso, é Ciro Gomes que viu o seu novo partido, o PDT, crescer no último pleito. Claro que Ciro ainda aguarda que o segundo turno, no Ceará, garanta a eleição de seu fiel discípulo, o Prefeito Roberto Cláudio o que, dar-lhe-á uma ponte de lançamento a partir do Ceará.
As escolhas das últimas eleições, embora não tenham conseguido afastar, de vez, a força do poder econômico e nem das máquinas governamentais, embora não mostrassem qualquer surpresa diante do que o cenarista antecipou, são saudadas por terem custado 14 bilhões de reais a menos e os velhos líderes, patrocinadores de algumas campanhas, não tiveram êxito. Porém, é bom que se diga que, o fato de ser herdeiro de algum líder político tradicional não inviabilizou todas as candidaturas como mostra a retumbante vitória de ACM Netto em Salvador.
O mais frustrante em alguns locais é o tamanho do desinteresse e o do descaso do povo para com os políticos e para com a política. Os não votos ou não votantes foram, na maioria dos casos, mais de 30% chegando, em alguns casos, a mais de 40%! É triste e deplorável para a democracia!
Finalmente se se esperava que essas eleições já definissem expectativas de possíveis candidaturas em 2018 para a Presidência, fica definido que Alkimim será o candidato do PSDB, José Serra, se assim desejar, será o candidato do PMDB, Ciro Gomes de uma possível aliança entre o PDT e o PT e, Álvaro Dias será candidato alternativo, apoiado no PV e numa proposta voltada, para os jovens, para a modernidade e para uma variação na atual cantilena da política nacional. Claro que nomes outros poderão surgir mas, de um modo geral, sem a força desses citados.
Postado em 3 out, 2016 Deixe um comentário
Michel Temer parece se sentir incomodado com os protestos contra seu governo em face do fato de que, até agora, não ocorreu uma reversão de expectativas na economia e os dados positivos sobre a atividade ainda são tímidos e isolados. Na verdade, quando os indicadores de desemprego são anunciados e se antecipam comportamentos previsíveis da retração da economia nos próximos meses, parece que o Presidente se angustia na proporção em que seus opositores buscam atribuir a culpa da crise ao seu governo.
Claro que a Oposição faz o seu papel e tal reação era esperada pois, defenestrados do poder, tendo os seus principais líderes ou presos ou réus em vários processos, além de muitos, denunciados, enfrentando Lula e o partido um duro desgaste em todos os segmentos da sociedade, demonstrável pelo presumido pífio desempenho nas eleições municipais, a tendência era a exacerbação do chamado “jus sperniandi” que é exercitado de todas as formas e de todas as maneiras.
Aliás, a derrota histórica do PT nas urnas revelam, muito além do que a debacle de um projeto de poder mas, o fim de um discurso que se presumia ético e capaz de responder as expectativas de um população, exausta detanta demagogia barata e tanta proposta indecente. Acabou com as suas lideranças mais expressivas, reduziu a sua expressao nos centros urbanos, o seu domínio quase hegemônico no Nordeste e deixou de ser capaz de estimular, promover e patrocinar grandes mobilizacoes populares!
E se Temer tiver o diagnóstico correto do quadro, todo esse temor, esse “sobrosso” e essa angústia diante das criticas, pressões, mobilizações e manifestações e os gritos de “Fora Temer”, devem acabar pois agora acertaram “a jararaca não mais no rabo, mas na cabeça”. E, não foi obra do Juiz Sergio Moro mas da própria frustração e desencanto da sociedade, ao demonstrar que as manifestações são inexpressivas e com muito pouca representatividade no conjunto da população. Agora o que resta a Temer é deixar que um bom marqueteiro mostre à população o tamanho da crise mas sempre pontuando que a solução é tal ou qual e que, um pouco de paciência, se chega lá pois a crise é monumental.
E Temer hå que entender que os seus opositores continuarão a processar a sua atuação através de uma pororoca de recursos e mandados judiciais de todo jaez, além da incisiva presença crítica no Congresso e da mobilização de estudantes e trabalhadores em manifestações de rua. Tudo isto, aliada a uma utilização intensa das redes sociais para críticas, bem como para mobilização de militantes com objetivo de realização de tais manifestações públicas, demonstra a persistência e a determinação dos opositores do governo Temer.
O último pronunciamento de Temer em São Paulo foi uma espécie de desabafo e uma busca de mostrar, a todos e a todas, que a crise que ele encontrou foi a maior da história do país e que, os números do déficit deste ano, o previsível para o próximo ano e o rombo desesperador da Previdência Social. E, é crucial demonstrar que toda essa herança maldita, está sendo enfrentada, nos limites do possível, buscando não levar mais sofrimento as milhões de famílias que amargam o desemprego e a redução de sua renda.
Michel não deve apenas buscar mostrar que a crise não deve ser atribuída a ele e sim ao governo passado. Deve, mais que isso e, acima de tudo, demonstrar quais as medidas de controle dos gastos públicos, de limitação da expansão da dívida pública interna, de controle dos abusos praticados nos programas sociais, da constatação e compromisso de combate aos desperdícios e as ineficiências de toda ordem, estão sendo enfrentados com determinação, aguardando apenas que o Congresso tenho o senso de responsabilidade para apoiar as medidas que precisam ser votadas e aprovadas pelas duas Casas.
Além disso caberá ao governo, não apenas acenar com o futuro mais promissor mas ousar com programas de compensação social com vistas a reduzir o impacto que o desemprego tem propiciado sobre a renda das familias dos trabalhadores, de um modo geral. É por isto que urgenciar a flexibilização da legislação trabalhista representa prioridade maior. Reimplantar os antigos programas de frentes de trabalho nos municípios nordestinos afligidos pelas secas, seria uma providência emergencial de relevância extraordinária.
A retomada dos financiamentos às empresas, de modo mais flexível, atrativo e com taxas de juros mais interessantes, aumentando limites de operações e criando a figura do seguro para pretendentes de financiamento com mais de 70 anos, seria providência salutar. Linhas especiais de crēdito destinado a reestabelecer o equilíbrio das contas das empresas, de todos os portes, viria a calhar nesse momento de recuperação da economia. No mais, um marketing de gestão, criando expectativas otimistas cairá bem neste momento.
Michel Temer há que repetir um notável homem publico que, injustamente vaiado, pronunciou a frase-titulo desse comentário: A VAIA É O APLAUSO DOS QUE NÃO GOSTARAM!
Postado em 1 out, 2016
Os brasileiros enfrentam,neste fim de semana, um novo encontro com a democracia, através das eleições municipais. Esses, por acaso, deveriam ser os mais importantes pleitos eleitorais do País pois representam a oportunidade de estabelecer as mais relevantes e legítimas escolhas e opções em termos de preferências e de prioridades relativamente ao desenvolvimento do cidadão e da comunidade em que ele vive.
Já se disse, inúmeras vezes, que ninguém vive na União e nem tampouco no estado. O “locus” mais legitimo e privilegiado da cidadania é o bairro, a comunidade e, o município!
Neste pleito o acaso e fatos supervenientes, estão fazendo dessa uma eleição totalmente diferente das que a antecederam. Em primeiro lugar, porque ela se faz dentro de uma crise econômico-social e política, considerada, por todos, a maior da história do País. Em segundo lugar, ela ocorre dentro de um ambiente onde o pessimismo, a descrença nas instituições e o desinteresse em relação à política e aos políticos, atingem o seu mais alto nível.
Se o ambiente econômico, social e político é extremamente desestimulante, as relações entre os grupos sociais são deveras tensas, a violência hoje domina todos os espaços e as chances de conflitos entre grupos divergentes é muito grande.
Por outro lado, algo de novo pode surgir como um tempo político novo a partir de eleições sem a presença da força do dinheiro. Isto porque a justiça proibiu doações de empresas para campanhas eleitorais, limitou as doações individuais, e, diante da crudelíssima crise vivida pelas empresas doadoras, máxime as empreiteiras, as campanhas ficaram mais pobres.
Também, a situação quase falimentar dos governos em todos os níveis, reduziu, dramaticamente, a força e o peso das máquinas governamentais!
Desse modo, as campanhas empobrecidas, tendo a sua duração reduzida e. comprometidas por episódios outros que competiam em termos de atenção — Olimpíadas, Paralimpíadas, impeachment de Dilma, cassação de Eduardo Cunha, além das surpresas diárias produzidas pela Lava-Jato — geraram um ambiente que não permitiu que as eleições, em momento algum, despertassem qualquer interesse.
E isto se fez até na véspera do pleito. A partir dessas constatações o que se pode esperar das escolhas que irão ser feitas? Serão melhores ou piores do que aquelas feitas segundo a antiga ordem ou a essa, subordinada ao ambiente sem meios para aliciar mentes e consciências, com tempo limitado e propaganda restrita?
Imagine-se o que sairá deste pleito. Escolhas melhores e mais legítimas sairão dai? O processo melhorará? Será o início de um novo tempo?
O que se espera é que com as possíveis mudanças propiciadas pela aprovação do projeto da.chamada cláusula de barreira que redundará em redução da proliferação Indecente de partidos nanicos que tanto comprometem o processo político-eleitoral? Será que o fim das coligações proporcionais não melhorará, pelo menos, o identificar a quem o eleitor deu seu voto?
Essas eleições representam o início da verdadeira reforma política tão fundamental a mudar já os rumos do País pois que, como todos dizem e comentam, a reforma política é a mãe de todas as reformas!
Pois, como se sabe, é a partir das opções políticas que se estabelecem as prioridades e se buscam os caminhos e alternativas para a construção da sociedade que se pretende!
Os resultados desse pleitos indicarão, provavelmente, se terá o país a oportunidade de ver iniciada uma cruzada pela mudança nos cotornos da política nacional ou não!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!