PERGUNTAS QUE NÃO QUEREM CALAR!

O cenarista foi relapso na semana que está se esvaindo porquanto não aportou nenhum novo comentário!  Agiu como os novos parlamntares: deu-se, a si mesmo, umas ferias relativamente prolongadas em face de um feriado no meio da semana! No caso do cenarista foi a ausência de fatos, circunstancias ou episódios inusitados ou como dizia um grande pensador popular foi a chamada normalidade denocratica que o levou a este silencio temporário.

E isto deriva do fato de o país experimentar uma situação que gera perplexidade e, às vezes, promove uma certa confusão na cabeça das pessoas que tentam entender o que realmente ocorre por estas bandas. A permanente e “cotidiária” confusão politico-institucional; a pobreza de ideias e de compromisso dos membros da política em todos os níveis e o seu total desprovimento de uma atitude ética respeitável;  a postura de uma mídia envolvida muito mais em vender espaços publicitários do que em discutir questões, aspirações, desejos e sonhos da sociedade, mostram um vazio, um desinteresse e uma descrença em tudo e em todos manifestos pela sociedade civil do País.

Não surgem situações de otimismo e nem de pessimismo mas, apenas, de indiferença e de descaso com os gestos e atitudes politicas. Talvez venha a ocorrer que, com um ambiente de maior descontração da economia, akém  das festividades carnavalescas e do espírito de copa do mundo de futebol, 2018 talvez venha a ser o ano em que tais circunstâncias criem todo um espaço que favoreça um clima de maior entusiasmo com o País a partir das esperanças surgidas, inclusive, com o pleito de outubro.

Três perguntas que não querem calar merecem uma reflexão crítica do que realmente se passa no Pais. Em primeiro lugar, inaga-se por que  Temer tem tão baixa popularidade, sofre restrições  pesadíssimas da mídia ao seu desempenho, a sua imagem ou a sua credibilidade e, mesmo,  nessas circunstâncias, ainda consegue um nível de articulação e de negociação que o permite manter-se no poder e produzir decisões relevantes diante da crise economica  e fiscal do País ? A outra indagação diz respeito ao desempenho de uma economia que foi totalmente destroçada e, como Phoenix, renasce das cinzas, recuperando a gestão    pública, levando a que a Petrobras diminua, só neste ano, a sua dívida em cem bilhões de reais! Como é possível uma economia, em frangalhos,  gerar um superávit da balança comercial que pode alcançar 70 bilhões de dólares, uma entrada líquida de capitais externos de 80 bilhões de dólares e manter um nível de reservas cambiais no entorno de 400 bilhões de dólares?

A terceira pergunta que não quer calar é por que, até agora não surgiu “um nome e um homem” com uma proposta viável para que a sucessão de Temer enpolgue o eleitorado brasileiro? Os nomes ou já passaram ou são  de um populismo tão pobre que não geram expectativas de empolgar e nem de gerar clima e ambiente para polarizações.

A terceira é a constatação de não tendo sido possível mudar completanente o ambiente econômico mas, mesmo assim, os indicadores  continuam a surpreender em todos os aspectos e com expectativas as mais favoráveis de que supere  o  crescimento supere 1% este ano e mais de 3% no ano de 2018, refletindo, desse modo, que o pior da crise já teria passado.

Buscar repostas satisfatórias para tais questões é tarefa um tanto quanto complexa pois que, depois da crise mais profunda e dramática já vivida pelo País, a indagação qe paira no ar é como se conseguiu sair dela e identificar caminhos que demonstram que a economia descolou da política. Ademais, sente-se que hoje parece não haver  mais espaços para manifestações populares de insatisfação e as pequenas escaramuças no Congresso e as novas denuncias da Lava Jato,  já não causarão tanto frisson!

Para “não dizer que não se falou de flores” termina-se a semana com uma forte declaração da Procuradora Geral da República que manifestou o seu desagrado com as turras e o divisionismo que impera no STF com decisões individuais contrastando ou negando decisões coletivas como aquelas que estão em conflito com a decisão do STF que definiu que condenados em segunda instância, se houver sentença mandando prendê-lo, deve ser cumprida  e não revogada por uma decisão individual, como sói ocirrer nos dias atuais! Ou seja, esse conflito de ideias e opiniões no STF, estabelecendo-se esse complicado cinco  a cinco e sem liderança para impor regras de conciliação e entendimento, não pode perdurar sem que fique caracterizado o   descrédito da Suprema Corte do País!

 

SERÁ QUE AS COISAS PARECEM PIORES DO QUE SE IMAGINA?

O Ministro Torquato Jardim, experimentado advogado, inclusive com vivência política e, causídico da melhor estirpe, foi o homem da semana ao ousar expor as entranhas do crime organizado, sua network, inclusive no mundo oficial, envolvendo uma pesada denúncia sobre a atuação da Polícia Militar do estado do Rio de Janeiro e suas ligações com o crime organizado e amparada, nas suas estripulias, em figuras do parlamento, do executivo e judiciário do estado.

As declarações-acusações do Ministro provocaram uma reação de enorme indignação não só manifestada pelo Governador do Estado do Rio de Janeiro,  pelo comandante da Polícia Militar e até mesmo pelo Ministro Picciani, este exigiu que o ministro apresentasse provas documentais e testemunhais do referido escândalo. Sabe-se que o homem mais forte do Parlamento Carioca é o pai de Sua Excelência o atual Presidente da Aasemblia Legialativa do Estado. Na verdade, numa enquete feita junta a opinião pública do Rio ela, na maioria das vezes, referenda as denúncias do ministro que, aliás, jå contava com a manifestação no mesmo estilo só que  um pouco mais vaselina, do Ministro da Defesa, Raul Jugman.

O fato objetivo é que as provas existem e, mais sério do que tais provas é que as ações dos militares das forças armadas no Rio tem sido prejudicadas pois que muitas das informações confidenciais tem chegado ao comando do crime organizado, frustrando e esvaziando a incursão que poderia gerar resultados animadores aqueles que hoje colaboram com a polícia do Rio. Se tal não bastasse, as operações e ações da polícia militar do estado não conseguem lograr qualquer resultado positivo porquanto elas não surtem os efeitos desejados porque há informantes, dentro dos quadros ou com acesso às decisões do alto. Comando das operações policiais que antecipam os dados cruciais aos dirigentes do crime organizado.

Ao se examinar tais declarações e o número de militares mortos, inclusive um comandante, na semana que passou,  sem causa ou razão específica, mostra que hå algo de podre no reino dos cariocas. E mais,  há outras evidências que chamam a atenção diante da leniência , do descaso e da própria má vontade dos governos estaduais em exigir da União a implantação jå da identidade única e nacional para que não ocorra o fato de um cidadão, se assim quiser e lhe aprouver, ter 27 identidades, emitidas pelos 26 estados e o Distrito Federal. Como se faz um comtrole nacional da movimentação de bandidos e meliantes País afora?  Como se controla o roubo de cargas? E os assaltos a caixas eletrônicos? E as mortes por encomenda ou os conflitos d grupos armados na defesa de seus territórios?

Por outro lado, sem se conseguir investigar pelo menos uns trinta por cento dos crimes cometidos, mas sim menos de 4 a 7%, representa a senha que a bandidagem necessitava para entender que a impunidade estava determinada pelo próprio estado. Sem investigar os crimes, sem abrir processo judicial nada se conseguirá fazer para gerar uma consciência nacional de que o crime não compensa. Se isto já não bastasse para explicar como anda o combate à violência no País, a situação dos presídios e, o pior, das casas de correição de menores deliquentes, agrava mais e mais o quadro pois tais instituições, ao invés de representarem casas corretivas e de reintegração do indivíduo à sociedade, transformaram-se em universidades a conceder  diplomas de especialização no crime e no tráfico de drogas.

Existe uma omissão explícita das autoridades e, isto fica deveras provado, quando se observa o  encolhimento dos orçamentos públicos da União e de estados no que respeito ao combate à violência. Parece que uma ação proposital não só em face da diminuição do tamanho das verbas consignadas para tal fim como, projetos como o de construção de mais presídios, dormitam nas gavetas burocráticas parecendo que são as instituições do crime organizado que hoje comandam as ações do setor público na área.

Quando se assiste ao descaso e desinteresse na aprovação da liberação do uso de drogas ou ao processo de desmantelamento do comércio de tais drogas, é porque há algo de podre na cabeça de dirigentes ou o estado hoje estaria totalmente dominado pelo crime organizado.

Ou se estabelece uma mobilização nacional apoiando a tese de abrir as informações que os dois ministros coletaram e, a partir daí, montar-se uma Operação cuja denominação ocorrerá a tempo e a hora, ou o possível sacrifício dos ministros, afastando-se da função publica terá sido em vão. Na verdade, o que tem sido feito no Operações Mãos Limpas deve se estender a outros segmentos como as polícias e, até mesmo o Judiciário. Se assim não ocorrer dificilmente se recobrará a credibilidade que o estado deveria e precisaria ter junto à sociedade civil.

TEMER É UM BLEFE, UM ENIGMA OU UMA MANEIRA ESPECIAL DE FAZER POLITICA?

A critica impiedosa que se faz a Temer tem três razões  básicas de ser. A primeira tem origem nos petistas e aliados ou beneficiários do poder que não compreendem como Dilma foi tão incompetente que não soube entender que governar é administrar pressões, conflitos e interesses e procurar entender, um pouco, a condição humana, para saber como com ela conviver. Dilma conseguiu o mais dificil que foi não ter o apoio da opinião pública  e publicada; ter esquecido de que só se governa um País com um Congresso que a compreenda e a apoie e, por fim, ter, pelo menos, a lealdade de seus parceiros e pares. Ela não mostrou nenhum desses predicados, atē mesmo aquele “vendido” por Lula ao eleitorado, de que era uma mulher competente e uma gerente eficiente.

A segunda razão seria aquela que, alëm de Temer de  acusado de ter engendrado um conjunto de circunstâncias que esvaziavam, aumentavam o desgaste e sensibilizavam a sociedade e a midia de ve-la  afastada do poder, Temer teria costurado, com o  empresariado e outros importantes segmentos da sociedade civil, que a incompetência técnico-gerencial, a total inabilidade política e a revelada incapacidade de se comunicar, faziam dela uma peça totalmente descartavel. Alias ficou demonstrado que esse sentimento perspassou toda a sociedade em função de duas consequências visíveis e como que altamente preocupantes quais a total desestruturação da máquina pública E o mergulhar, de ponta cabeça na mais profunda crise econômica que se conhece na história do País.

A terceira diz respeito ao fato de Temer não mostrar nenhuma característica dos líderes carismáticos e populistas, nem tampouco empolgar as massas O País parece à deriva. Uma esquerda incapaz, irresponsável e leviana; uma direita ansiosa por ver mantido os seus privilégios e sua atuação sobre o poder estabelecido e, inclusive, admitindo até mesmo a prevalência de um pensamento de visão ditatorial de alguns que até clamam por intervenção militar; um centro, amorfo, indiferente e, marcado apenas pela idéia de que “se por aqui piorar muito, eu me mudo para Portugal ou Miami”; uma mídia sem compromissos com valores institucionais apenas com a distorcida visão ideológica, representa uma avaliação pessimista e triste do País!
Nunca se assistiu tanta confusão e nem se viu uma situação tão crítica e difícil de entender pois embora as instituições funcionem — ma non troppo! — e a economia siga avante, o que se lê na mídia e que se ouve das manifestações de líderes ou pseudo-líderes, é uma espécie de visão apocalíptica da situação onde a gestão pública ainda representa uma espécie de “cloaca” porquanto a corrupção, a ineficiência e o descompromisso levam a um aparente desespero pois que a classe política, de onde deveria vir uma solução para o ”, mostra-se incapaz, desacreditada e sem rumo.
Como no Brasil crêr-se mais nas pessoas do que nas instituições, Temer vive o seu pior momento em termos de popularidade e o seu inferno astral parece que não vai passar e não parece que surgirá qualquer liderança expressiva em que a sociedade possa confiar. Apesar desse tremendo “Imbróglio”, nesse mundo em desencanto, o cenarista, otimista por excelência, fica buscando razões ou esperanças capazes de lhe infundir crenças de que as coisas vão, estão e irão mudar, de forma muito positiva, para esse país maravilhoso!
Aqui, nesse espaço, tem sempre pontificado o cenarista com a idéia de que a economia descolou da política e, no caso, também, até mesmo, das instituições, parecendo mostrar que a agropecuária, o agronegócio, as exportações e o comércio exterior em geral, não tem nada a ver com o que vai pelo País e seguem o seu itinerário, aproveitando oportunidades do mercado mundial e inventando, inovando e ousando, não apenas em busca de sobrevivência mas, de expansão e crescimento. Parece também que, tendo fronteira com dez países, o comércio com os viznhos, também vive esse momento, notadamente nas cidades fronteiriças onde a mão do estado não consegue ser tão avassaladora.E, por incrível que pareça, tal fato está produzindo o dinamismo da economia em tais áreas e faz com que o comércio cresça, a industria manufatureira se expanda, os empregos surjam e o pessimismo vá desaparecendo.

A tese colocada parece desejar que se concretize a ideia de menos estado, abrindo-se mão do poder regulador e norteador maior dos interesses e objetivos da sociedade. Na verdade o que se busca é um estado mais leve, ágil e sabendo definir as prioridades exigidas pelo desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida de seus cidadãos. O que se deseja é um estado mais descentralizado onde a sociedade civil pontifique e o poder local se sobreponha ao poder estadual e nacional, garantindo maior legitimidade as ações do poder público! O que se quer ē menos estado e mais sociedade civil e menos Brasília e mais Brasil!

Nessa perspectiva o que se busca é encontrar um ambiente em que as ideias se degladiam e as paixões se manifestem mas sem comprometer os objetivos da nação. O que se deve buscar é manifestar apoio quando as coisas estiverem dando certo e criticar os erros cometidos pela gestão pública. O que se deve pretender ē que a crise econômica “suma do pedaço” e deixe florescer as potencialidades que a agropecuária, o agronegocio, as exportações e a indústria de ponta podem e estão mostrando ser possível sonhar com um futuro próximo promissor para tais segmentos.

Assim, pelo menos algumas coisas já estimulam e dão alento a essa perspectiva mais otimista que o cenarista aposta. Isto porque as próprias previsões do mercado de que a economia crescerá 0,7% este ano, 2,8% em 2018; a inflação ficará abaixo dos 3,4% e os juros básicos ficarão em 7% ou até menos, além de outros números que mostram tais perspectivas mais favoráveis para o País.. Se tais indicadores são estimulantes, os 34.500 empregos formais criados em agosto, a entrada de recursos externos para est ano superando os 80 bilhões de dólares e a balança comercial apresentando um superávit talvez acima dos 75 bilhões de “verdinhas”, já mostram que a crise começa, realmente, a deixar o país.

Os últimos dados econômicos apontam, segundo Miriam Leitão, que a taxa de juros alcançada pela equipe econômica é a maior dos últimos sessenta anos e Carlos Alberto Sardenberg, na CBN, comentando que a mudança nas regras de licitação dos blocos de petróleo do Pré-Sal, permitiu que se obtivesse um resultado excelente na venda de blocos na última licitação, só havendo uma pequena frustração pois aguardava-se a venda dos oito blocos ofertados mas  dois deles não despertaram o interesse dos investidores.

Além disso, existem propostas e ações no ar que podem fechar o ano garantindo mais ânimo e mais certeza de que 2018, além da maior festa democrática que serão as eleições gerais do País, pode trazer surpresas as mais interessantes, não apenas no campo econômico e da gestão pública mas também no campo da política partidária. caso a reforma política, e, discussão no Congresso, seja complementada pelo TSE, antecipando o fim das coligações proporcionais já para 2018. Aliás isto só poderå ocorrer caso o STF intérprete que as coligações só possam ocorrer se elas forem de “cabo a rabo”, ou seja, de ponta a ponta, definindo-se  a nível nacional .

Também se Rodrigo Maia, o jovem Presidente da Câmara, decidir votar a emenda constitucional que incorpora a Justiça do Trabalho à Justiça Comum e votar a emenda popular — com mais de 2,5 milhões de assinaturas — que propõe uma revisão crítica sobre a representação parlamentar, com mudanças que melhoram o processo de escolha de parlamentares e que limpam excrescências, resgatam credibilidade e dão  mais legitimidade ao Parlamento . Se isto não bastasse , o Ministro do Supremo, Alexandre Morais, mandou suspender todos os reajustes salariais do setor público, País afora como forma de contribuir para o ajuste do gasto público, hoje com um elevado superávit!

Só falta agilidade e prioridade do STF para votar o fim do foro privilegiado, ainda este ano e que se faça um balanço, reunindo todos os órgãos de governo, do que se melhorou na gestão pública, notadamente sobre o fim de abusos, de excessos, de corrupção e de desperdícios para que tenham os brasileiros a felicidade de voltar a acreditar no seu país e no seu amanhã!

Ah! Se isto já não bastasse, a senadora Maria do Carmo Alves, de Sergipe, apresentou uma proposta de obrigatoriedade de avaliação de desempenho, a cada dois anos, de servidores públicos que, se repetida uma avaliação negativa, dois anos depois de realizada a primeira, o servidor poderá vir a ser demitido das funções públicas. O que quer a senadora é que o servidor público passe pelos mesmos critérios de avaliação que o mercado faz dos seus empregados e contratados. Se for adiante tal idéia isto mostrará que o país quer virar uma nação  séria, conquistando-lhe a admiração e o respeito.

Tudo o que ocorre no País não se deve ao acaso. Se não existisse uma equipe econômica com a competência, a credibilidade e o compromisso com o País, a coisa não estaria assim e, talvez a crise econômica fosse muito mais grave. Se não fosse a capacidade do governo de negociar os apoios políticos para que fossem reduzidos os riscos de instabilidades e desencontros de interesse de sua base de sustentação; se não fosse a habilidade de, conhecendo a condição humana e a classe política como ninguém , o presidente não tivesse garantido, nas votações de matérias de maior relevância em termos de controle dos gastos públicos e de reformas institucionais, a vitória do projeto de reconstrução nacional.

O que se pode dizer é que se assiste a demonstração patente de que, em momentos de crise como o que está o País saindo, uma grande cápacidade negociál é crucial e imprescindível  para que  se alcance êxito  no processo de convencimento do Congresso a aceitar as ideias e propostas conducente à por o País nos trilhos. E, para tanto, as três vezes em que foi Líder do maior partido do País; as três oportunidades em que presidiu a Câmara dos Deputados; os 12 anos em que foi presidente do maior partido do Brasil, sempre tendo sido eleito deputado na margem ou no limite de votos, mostra que Temer conhece a condição humana e sabe interpretar os “anseios” de cada votante no Congresso, garantindo-lhes o que eles desejam em termos de “lubrificante” cívico.

M, por mais que os lulistas e aliados, defenestrados que foram do poder, tenham a simpatia da mídia, as vitórias do governo no Congresso demonstram que, mesmo com 3 a 5% de respaldo popular um presidente pode ser capaz de fazer as transformações e mudanças que o País precisa para retomar o seu creescimento e recriar a esperança consequente no meio do povo para que gere- se um ambiente positivo e saudável e se reduza o pessimismo tão ao gosto dos saudosistas de um tempo que não será possível repor e nem retomar.

 

A CONFUSÃO É GRANDE MAS…A COISA ANDA!

O País parece à deriva. Uma esquerda incapaz, irresponsável e leviana; uma direita ansiosa por ver mantido os seus privilégios e sua atuação sobre o poder estabelecido e, inclusive, admitindo até mesmo a prevalência de um pensamento de visão ditatorial de alguns que até  clamam por intervenção militar; um centro, amorfo, indiferente e, marcado apenas pela idéia de que “se por aqui piorar muito, eu me mudo para Portugal ou Miami”;  uma mídia sem compromissos com valores institucionais apenas com a distorcida visão ideológica, representa uma avaliação pessimista e triste do País!

Nunca se assistiu tanta confusão e nem se viu uma situação tão crítica e difícil de entender pois embora as instituições funcionem — ma non troppo! — e a economia siga avante, o que se lê na mídia e as manifestações de líderes ou pseudo-líderes, é uma espécie de visão apocalíptica da situação onde a gestão pública ainda representa uma espécie de “cloaca” porquanto a corrupção, a ineficiência e o descompromisso levam a um aparente desespero pois que a classe política, de onde deveria vir uma solução para o ˆimboglioˆ, mostra-se incapaz, desacreditada e sem rumo.

Como no Brasil crêr-se mais nas pessoas do que nas instituições, Temer vive o seu pior momento em termos de popularidade e o seu inferno astral parece que não vai passar e não surgiu qualquer liderança expressiva em que a sociedade pudesse confiar. Mas, nesse mundo em desencanto, o cenarista, otimista por excelência, fica buscando razões ou esperanças capazes de lhe infundir crenças de que as coisas vão, estão e irão mudar, de forma muito positiva, para esse país maravilhoso!

Aqui, nesse espaço,  tem sempre pontificado o cenarista com a idéia de que a economia descolou da política e, no caso, também, até mesmo, das instituições, parecendo mostrar que a agropecuária, o agronegócio, as exportações e o comércio exterior em geral, não tem nada a ver com o que vai pelo País e seguem o seu itinerário, aproveitando oportunidades do mercado mundial e inventando, inovando e ousando, não apenas em busca de sobrevivência mas de expansão e crescimento. Parece também que, tendo fronteira com dez países, o comércio com os viznhos,  também vive esse momento. E, por incrível que pareça, tal fato  está produzindo o dinamismo da economia em tais áreas e faz com que o comércio cresça, a industria manufatureira se expanda, os empregos surjam e o pessimismo vá desaparecendo.

Assim, pelo menos algumas coisas estimulam e dão alento a essa perspectiva mais otimista que o cenarista aposta, não apenas nas previsões do mercado de que a economia crescerá 0,7% este ano, 2,8% em 2018, a inflação ficará abaixo dos 3,4% e os juros básicos ficarão em 7%, além de outros números que mostram tais perspectivas mais favoráveis.  Se tais indicadores são estimulantes, os 34.500 empregos formais criados em agosto, a entrada de recursos externos superando os 80 bilhões de dólares e a balança comercial apresentando um superávit acima dos 75 bilhões de “verdinhas”, já mostra que a crise começa, realmente, a deixar o país trabalhar.

Além disso,  existem propostas e ações no ar que podem fechar o ano garantindo mais ânimo e mais certeza de que 2018, além da maior festa democrática que serão as eleições gerais do País, pode ter surpresas caso a reforma política seja complementada pelo TSE antecipando o fim das coligações proporcionais já para 2018 e se Rodrigo Maia, o jovem Presidente da Câmara, decidir votar a emenda constitucional que incorpora a Justiça do Trabalho à Justiça Comum e votar a emenda popular — com mais de 2,5 milhões de assinaturas — que propõe uma revisão crítica  sobre a representação parlamentar, com mudanças que melhoram o processo de escolha de parlamentares, que limpam excrescências,  que resgatam credibilidade e darão mais legitimidade ao Parlamento . Se isto não bastasse , o Ministro do Supremo, Alexandre Morais,  mandou suspender todos os reajustes salariais do setor público, País afora!

Só falta agilidade e prioridade do STF para votar o fim do foro privilegiado, ainda este ano e que se faça um balanço, reunindo todos os órgãos de governo, do que se melhorou na gestão pública, notadamente sobre o fim de abusos, de excessos, de corrupção e de desperdícios para que tenham os brasileiros a felicidade de voltar a acreditar no seu país e no seu amanhã!

Ah! Se isto já não bastasse, a senadora Maria do Carmo Alves, de Sergipe, apresentou uma proposta de obrigatoriedade de avaliação de desempenho, a cada dois anos, de servidores públicos que, se repetida uma avaliação negativa, dois anos depois de realizada a primeira, o servidor poderá vir a ser demitido das funções públicas. O que quer a senadora é que o servidor público  passe pelos mesmos critérios de avaliação que o mercado faz dos seus empregados e contratados. Se for adiante tal idéia isto mostrará que o país quer virar uma nação séria!

IDEOLOGIA DE GÊNERO, CRISE ENTRE EDUCADORES E PAÍS DE FAMÍLIA E PERPLEXIDADE DA SOCIEDADE!

Há uma acalorada e apaixonada discussão sobre a chamada ideologia de gênero que, para alguns mais intransigentes e radicais, estabeleceu-se como que, quase uma nova regra de convivência da sociedade, buscando seus defensores, de forma dura, autoritária e sobranceira, se impor e sobrepor, sobre opiniões divergentes, sem lhes dar a chance de discutir, questionar, ponderar e avaliar como se poderia fazer uma discussão, mansa e pacífica, sem que se configurassem conflitos, ás vezes, insuperáveis.

Na verdade assiste-se a uma atitude sobranceira, autoritária e impositiva de artistas como um todo que, em nome da liberdade de criar e de não aceitar limitações e restrições as suas manifestações artísticas, decidem considerar retrógrados , ultrapassados, limitados ou qualificados por outros adjetivos, aqueles que apenas se pretendem no direito de gostar ou de nao gostar de certas expressões ditas artísticas. A atitude dos que defendem tal  pseudo-ideologia estabeleceu que só haveria uma forma de se sobrepor a símbolos, costumes e valores tradicionais se os defensores dos chamados LGBTS adotassem um chamado tratsmento de choque e assumissem uma postura tão proativa que impedisse a manifestação de quem quer que  seja que desejasse, pelo menos, indagar “se eu discordar, o que me acontece?”

Na verdade, o radicalismo de postura dos grupos, a atitude da mídia quase que totalmente adepta ao e do movimento e a acomodação dos chamados grupos sociais conservadores, estão a assistir, as vezes, passivamente,  a libidinosa exposição artística como foi aquela patrocinadores nada pelo Banco Santander; a demonstração experimental do contacto direto de crianças com o órgão sexual masculino e outros estímulos ditos tendentes a desmitificar a questão porquanto, segundo educadores ou pretensos educadores definiram que “a educação familiar retrógrada há que ser substituída pela escola pós-moderna, capaz de afastar preconceitos e permitir a livre manifestação  de opções e de escolhas de crianças, desde a mais tenra idade, qualquer que seja a questão e o assunto”.

Assusta o processo de desconstrução familiar, a dessacralização dos cultos religiosos e a aceitação de que qualquer movimento, gesto ou ação inibidores da espontaneidade das descobertas das crianças, notadamente na parte sexual, interferem  na sua liberdade de estabelecer a sua opção pelo gênero que, na tenra idade já terá capacidade cognitiva e informacional para escolher. Ou seja,  caberá a criança, sozinha, sem interferências, a não ser da orientação escolar, descobrir qual é a sua melhor opção em termos de vida.

O feminismo, por esemplo, quando desejou se impor não apenas como uma manifestação de vontade mas como uma conquista que iria se consolidar através dos tempos teve a sua  mais consagrada   e lembrada demonstração pública com a chamada “queima dos sutiãos”, episódio que marcou época e simbolizou a  retirada das últimasa amarras para que a mulher pudesse se sentir livre e solta. Os homens foram ao delírio pois nada mais sexy e estimulante do libido masculino do que seios soltos e balançando ao vento! O que o movimento representou para a causa feminista? Quanto contribuiu para a redução das diferenças de remuneração salarial entre homens e mulheres? Quanto ajudou na busca de igualdade de oportunidades entre os sexos? São questões que não foram respondidas mas que o gesto foi representativo embora não representasse invadir a liberdade e agredir valores e princípios daqueles que se situavam no entorno das modernas senhoritas e senhoras!

No entanto, areação indignada de vários cultos e credos religiosos inclusive no caso da Igreja Catolica, onde o Arcebispo de Apucarana, na sua omitia no dia da Padroeira do Brasil em Aparecida, foi muito pesado e intransigente na critica a tal atitude inclusive, incisivamente, propôs  um amplo boicote à Rede Globo,não apenas por veicular as idéias dos transgêneros mais de inserir e incluir, até mesmo , em suas novelas, as propostas orientadas a conduzir a educação básica de crianças conceitos homoafetivos. Foi uma violenta reação a quem   proper  alguma atitude autoritária de, até  mesmo, impedir ou não aceitar a discussão crítica  da matéria,  notadamente como a classe artística, pressupostamente, tão vinculada a valores de liberdade e de democracia, age, quase sempre, autoritariamente quando pretende impor seus ideiais e valores.

A sociedade civil não é contra e nem tem sido influenciada pelos números estatísticos que mostram um espantoso crescimento das opções homossexuais e de mudança de gênero ocorrido nos últimos cinco anos no mei o das crianças brasileiras. No entanto, mais que isto, o que lhe agride é não poder sequer discutir a questão e ser obrigada a engolir, “goela abaixo”, conceitos que ela nem sequer teve tempo de mastigar, digerir e processar. O que se quer é que a aceitação não signifique a imposição autoritária de valores e de conceitos que nem sequer se teve tempo de avaliar se representam a antecipação de uma época ou de um momento histórico  ou apenas a pressa opressora de quem quer ver a sua ou a suas ideias impostas e aceitas pela sociedade.

A FRASISTA, O ENTORNO DE TEMER E O PRE-SAL!

Uma semana “de pernas curtas” mas, cheia de acontecimentos. Primeiro foi o confuso processo de aceitação do nome do Deputado Bonifácio de Andrada  (PSDB-MG) por parte de seu partido, o PSDB — prenhe de presunção e sem unidade e sem convicção, ou seja, vivendo o seu eterno dilema hamletiano do “to be or not to be”! — o que, acabou levando o relator a ser adotado pelo PSC,parido  råpido no gatilho e no oportunismo politico! Assim se manteve como o relator da denúncia contra Michel Temer na CCJ. Como era esperado, o parecer de Andrada, bem fundamentada e extremamente duro nas críticas ao Ministério Público, ainda vai dar o que falar. Será aprovado mas, diante dos ultimos acontecimentos politicos, por margem deveras apertada.

E a pergunta que logo se impõe é como “em face dos ultimos acontecimentos políticos” se a semana terminou na quarta-feira diante do feriado da quinta e, diante da tradiçao  brasileira de estender o feriado para o chamado  “imprensado” que foi a quinta-feira, poderiam ter ocorrido fatos novos no cenário politico se o Congresso estava fechado e a mídia também estava aproveitando o longo feriado para dar-se uma folga na sua insistente busca por escândalos e conflitos ou por intrigas políticas?  O fato é que tudo começou por uma desastrada sessão do Supremo onde ficou marcada a sua agora definitiva divisão interna em questões mais complexas e onde a Presidente Carmen Lúcia se mostrou deveras confusa na sua ânsia de intentar pacificar o possível confronto entre a Corte Suprema e o Senado Federal.

O que ficou foi uma certa capitulação do STF frente ao Senado Federal e a figura da Presidente, tão somente marcada mais como uma frasista onde a retórica foi mais relevante do que a eficácia na sua forma de conduzir a Corte. Se a sessão de terça última do Supremo foi confusa, dividida e atabalhoada, mais grave ainda e, põe confusão nisso, foram as declarações do advogado de Temer que provocaram uma reação imediata e dura do Presidente da Câmara, o jovem deputado Rodrigo Maia, já agastado com observações  e atitudes de auxiliares de Temer que, não se contendo na sua ânsia de intentar ajudar o chefe, só fazem “entornar o caldo”. Rodrigo está magoado por não ser tratado como o cargo exige e requer e, ressentido diante dos equívocos ou desrespeitos promovidos por auxiliares de Temer, promete  “dar o troco” já a partir da votação do parecer de Bonifácio de Andrada na CCJ.

Aliás, causou espécie, embora não surpreenda a alguém relativamente informado, a ignorância politico-histórica da imprensa brasileira quando, ao se referir ao Deputado Bonifacio de Andrada, relator da denúncia  contra Temer na CCJ, ao afirmar que a “família Andrada sempre esteve apegada a cargos públicos por quase duzentos anos !”, numa demonstracao ou de burrice, ou de despreparo ou de má fé ao desconhecer o papel de todos os bonifacios de andrada na construcao  da independência, da unidade territorial do país e na montagem das bases de estruturação da democracia brasileira.

Por outro lado, Temer, estigmatizado por simbolizar talvez aquilo que representou para o PT como alguém que mostrou a incompetência política de seus líderes, enfrenta uma crudelíssima oposição, inclusive da midia que não lhe dá trégua e mantem-no sob suspeição  permanente e vincluando-o a todos os crimes cometidos contra o erário e investigados pela Lava-Jato, embora inexista provas documentais ou testemunhais que, afirmativamente, o incrimine. E a foto de Michel, ao lado do seu cão Thor, de olhar triste — o cão! — mostra o seu isolamento e solidão! Alí, em termos de lealdade, só sobrou o Thor!

E, o mais irônico de tudo isto é que a economia vai bem, o FMI elevou o seu prognóstico de expansão do PIB brasileiro; o próximo leilão de exploração das áreas do pré-sal deve agregar mais de 100 bilhões de reais aos cofres do País e a sua exploração, nos próximos anos,  mais de 400 bilhões! Se isto não bastasse para o país cristão e católico como é o Brasil, as celebrações do dia da padroeira do Brasil foram a reafirmação da fé, da esperança e da religiosidade de um povo que, de forma uníssona, reagiu, pesadamente, a atituda da Rede Globo de defesa intransigente e, até autoritaria, do chamado transgênero.

Mesmo o episódio do conflito entre o Legislativo e a Suprema Corte, levou a duas conclusões fundamentais e que geram um certo otimismo. A primeiro a de que o próprio STF concluiu que pode muito mas não pode tudo. Que o império é o da lei e não de uma insstituição. Também o episódio deixou como lição a idéia-força de que a conciliação, a transigência, o entendimento e a capacidade de ceder são virtudes que garantem o equilíbrio das relações sociais.

E, finalmente, cada vez mais os brasileiros vão acreditando que as coisas irão dar certo e o horizonte, depois dessa grande tempestade, virá mais tranquilo e, quem sabe, até um pouco risonho. Se o Brasil é a sétima economia do mundo, ainda pode voltar a sonhar com um melhor ranqueamento para o seu orgulho e estimulo a mais crescer e a gerar mais oortunidades aos seus filhos.

 

 

 

HÁ ALGO DE NOVO NO AR ALÉM DOS AVIÕES DE CARREIRA?

Não se pode usar  a expressão tão comum e tão batida de que “depois da tempestade vem a bonança” porquanto seria de exagerado e extremo otimismo acreditar que os grandes problemas e desafios que se transformaram em um verdadeiro  “tsunami para o Brasil e para os brasileiros já foram debelados e estariam sob controle. O que representou a crise desencadeada nos últimos três anos que se abateu sobre a economia, sobre a sociedade civil e sobre o ânimo e a confiança dos brasileiros, foi muito além do imaginável. Apesar de ter ocorrido tudo muito råpido, duro e perverso, não só para as catorze milhões de familias que perderam os seus empregos, para os milhões de endividados e para aqueles que não estavam  habituados a tais efeitos desorganizativos sobre as suas vidas, os eventos de 2014 até agora ainda continuam sendo de difícil deglutição. Machucaram muitos e, muitas vezes, impiedosamente!

Embora esse quadro ainda mostre as suas marcas cruéis, aos poucos notìcias que reestabelecem um novo ânimo para a sociedade, começam a aparecer dando a entender que se, política e institucionalmente, o ambiente, o clima e as perspectivas não dão guarida a qualquer sentimento de maior entusiasmo e de maior crença de que o futuro será menos tenebroso do que os últimos anos, é certo que as medidas de ajuste e de reorganização das finanças publicas do pais, apesar de começarem a mostrar resultados, claro que ainda não dispõem da robustez exigida para gerar um amplo clima de confiança e de crença de que a recuperação já começou e não teria mais caminho de volta!

Não obstante tantos temores cercando as esperanças e as perspectivas de que a crise viaje ou tire folga, vez por outra, aos poucos parece que já se instala um novo tempo. E isto advém do fato de que é fundamental lembrar que três fatos que tiveram curso na semana que passou,  dão alento de que os novos tempos estariam chegando. O primeiro deles diz respeito ao processo de reorganização das finanças de três estados da federação, de tão gravíssimas e de tal cronicidade que, se não fora a proposta de reequilíbrio de suas finanças sugeridas pela União, nada teria sido feito e os remendos estourariam ou mais cedo ou mais tarde ou logo mais adiante. Ao contrário, o que ocorreu já com o Rio de Janeiro e que deve acontecer com o Rio Grande do Sul e com Minas Gerais  é que, se aceitos os termos do reequilibrio fiscal proposto, tais estados poderão abandonar a irresponsabilidade e a leviandade fiscais praticadas  até agora e, de maneira séria e honesta, impor limitações à excessiva generosidade do estado na concessão de favores fiscais a empreendimentos, inclusive de resultados discutíveis, além de se perder em concessões e favores de um estado de bem estar social que não se sabe como a conta virá e nunca se parou para pensar quem pagaria tal conta!

Se as coisas ocorrerem como se espera e se, a partir de decisões que reorganizem, realmente,  as financas de tais estados, a tendência é que os demais estados brasileiros, depois de encontrada uma solução para o financiamento da previdência sociial, tenderiam a reproduzir desempenhos de suas execuções orçamentàrias como sói ocorrer, por incrivel que pareça, agora nesses momentos de crise. E, esse lado da moralização das contas publicas, que virá acompanhado de uma disciplina mais séria e eficiente na gestão das contas e da divida publica, mudarão os paradigmas de gestão das finanças  da própria  União.

Se esse é um fato auspicioso e alvissareiro, não fruto do acaso mas da determinação  dos gestores das políticas públicas nacionais, mesmo que o Congresso tenha aprovado uma pífia e precária reforma politica, essa pobre e limitada reforma, já começa a gerar expectativas de que o processo eleitoral venha a ser mais limpo, mais legitimo e mais representativo dos anseios da sociedade civil brasileira. Quadros respeitáveis do passado já se ensaiam dando a sensação de  que podem voltar à  cena e, os mais otimistas acreditam que, o Presidente do TSE, Ministro Gilmar Mendes, deverá, no protagonismo e ousadia que lhe são peculiares, propor que o TSE transforme em norma, já a partir de 2018, o fim da excrescência que são as chamadas coligações partidárias para fins proporcionais.

Se tal fato vier a acontecer, é bem provavel que o desencanto de muitos de achar que as coisas em nada mudarão, poderá sofrer sérios abalos pois, do jeito que as coisas más tendem a se complicarem ainda mais quando o ambiente estimule a que elas prosperem e potencializem  o lado ruim das coisas, da mesma forma, quando as coisas começam a dar certo parece que se cria um ambiente propicio a experimentação do dar certo e as coisas tendem a melhorar.

Assim, a par dessas avaliações e expectativas os indicadores da economia — menor taxa real de juros de vinte anos para cá; uma inflação que deverá se situar abaixo dos três pontos percentuais; um agronegócio que só tem dado alegrias aos brasileiros; uma questao regional que não se coloca mais como problema mas como solução para o atraso e a pobreza nacionais, além de uma economia que deve crescer acima dos 1% este ano e, talvez, acima dos 3% em 2018, são pontos altos que alimentam os sonhos de que, com certeza, 2018 dará a sensação, aos brasileiros, que estão a viver em outro País  e em outros tempos.

A par disso as finanças do governo central estão em busca de seu controle e, com certeza, a aprovação da reforma da previdência mudará ainda mais o ambiente econômico nacional. Adicionalmente, todas as medidas e estímulos aos investimentos públicos, privados e internacionais; a possível boa safra agropecuaria; os efeitos da nova legislação sobre mineração além de uma maior agressividade no que respeita a atração de investimentos internacionais para infra-estrutura física e para as obras de mobilidade urbana, abre um leque de iniciativas promissoras que levam a retomada da crença de que o país é possivel apesar de toda a bandalheira e toda a corrupção que os ultimos três anos mostraram!

TRAGÉDIAS LÁ, DESENCONTROS CÁ!

O cenarista tem se sentido pouco inspirado para discutir temas e assuntos que afetam a vida nacional com o temor de se perder na banalização das discussões sobre violência de toda ordem e, de uma certa forma, institucionalizada onde, ao que parece o crime organizado substituiu o estado democrático de direito, pelo menos é o que parece demonstrar a total incapacidade do estado do Rio de Janeiro, mesmo com o auxílio das Forças Armadas terem se mostrado incapazes de dominar o tráfico na Rocinha e prender o seu Líder, o Rogerio  157!

Não vale à pena enveredar pelos caminhos por onde prospera a violência e abordar as suas causas mais próximas ou ainda, demonstrar a leniência, a irresponsabilidade e a incompetência do estado para enfrentar não apenas o mundo das drogas, a guerra de gangues em defesa de territórios do crime ou a matança cruel que hoje se instalou nas principais capitais do Pais e que não conhece limites nem encontra qualquer tipo de freio. Despreparo das polícias? Corrupção das polícias?  Desvios de conduta da justiça? Falta de políticas consequentes e convincentes de segurança pública, enfim, qual o diagnóstico  capaz de ensejar a proposição de alternativas para começar a aliviar ou a diminuir essa avassaladora onda de crimes de toda ordem?

E o mais grave dessa situação é que o crime organizado, além de dispor de uma estrutura operacional e organizacional bem azeitada, opera descentralizado e, divide atribuições e competências, de forma capaz de sinalizar a sua força  e levar adiante as suas reivindicações, apenas com a mobilização de grupos, dentro de presídios, capazes de exibir o seu poder de fogo a ponto de levar as autoridades, as vezes, a temerárias negociações com o crime. O roubo de cargas, o domínio do tráfico de drogas, os assaltos a bancos e a outros segmentos do sistema financeiro, representam parte dos negócios que, pelo que se sabe, ja dispõe hoje de incursões e parcerias internacionais com resultados bastante positivos aos seus propósitos.

Se esse aspecto da vida já mostra uma sociedade sem rumo e sem prumo, a verdadeira zorra em que se transformou a atividade politico-partidária do País conduz, a sociedade, a uma total descrença quanto ao seu hoje e ao seu amanhã. O que se espera de 2018? Quem e o que virá de lá? Até que ponto a classe politica que aí está serà capaz de propor algum tipo de reforma que corrija erros crônicos e históricos do processo e melhore a legitimidade e arepresentatividade das escolhas e das opções politico-partidárias? Onde encontrar, nas entidades da sociedade civil, alguma proposta, alguma mobilização, alguma idéia ou alguma liderança que sugira aos brasileiros que caminhos buscar ou onde reencontrar a esperança perdida?

O desalento é tal que, essa possível invasão de competência do Supremo sobre o Senado, não importando discorrer sobre o mérito da decisão ou sobre a culpabilidade de Aécio Neves, mostra que se o órgão máximo a dirimir as duvidas da sociedade sobre constitucionalidade resolve transformar-se em tribunal penal, ai perde-se a idéia de autonomia e independência dos poderes e sente-se o empobrecimento da visão e da perspectivas da Corte Superior do Pais é maior do quest imaginava.

Esse episódio que sera decidido hoje pelo Senado é parte de um quadro de referências do  apequenamento das questões politico-insitucionais que deveriam passar por uma reforma politica que, lamentavelmente,  se amesquinhou e ficou do tamanho de seus autores; por reformas institucionais que estão à mercê do que o Executivo estará pronto “a pagar pelo voto” de cada nobre parlamentar e, o pior, sem maiores certezas de êxito! Mas, ironicamente, apesar dos descrédito dos lideres políticos, da ausência de atitudes, de  idéias e de propostas de entidades da sociedade civil  esmo assim chama a atenção a atenção a determinação dos membros da equipe econômica que, motivados não se sabe porque, continuam com o mesmo espírito público , a mesma determinação e a  busca de imaginação criadora para ir contornando as restrições e as limitações impostas pela classe politica do Pais.

Mas, o certo é que, apesar dos “Fora Temer”, “Abaixo o Governo” e outras expressões de ordem, a economia, como o cenarista vem anunciando desdo o início do ano, continua a se descolar da politica de tal forma que os resultados vão sendo alcançados — quer no agronegocio, nas exportações e na própria industria — independente das regiões ou locais do pais onde ocorrem ou dos setores de atividade e, estranho, sem nenhuma reivindicação do empresariado em termos de ações e benesses do poder. E isto é algo para merecer a admiração dos brasileiros por demonstrar que se consegue já alcançar um grau de maturidade como sociedade, sabendo separar alhos de bugalhos,  mesmo no momento em que se busca sair da enorme crise que foi o Pais lançado.

Se aqui vive o Pais esse momento aparentemente contraditório onde a crise politico-institucional tem um tamanho gigantesco e não da indícios de que se possa encontrar um caminho e uma saída, o que se sente é que as instituições, apesar de tudo, operam e funcionam e, a economia, funciona e encontra rumos e alternativas capazes de colocá-la, competitivamente, no mercado internacional. É certo que a estabilidade das instituições econômicas; o equilibrio e ponderação dos que fazem a gestão da economia e a confiança alcançada no ambiente econômico levam a convicção de que o País sairá da crise mais cedo do que se esperava.

Se aqui vive o Pais as suas tragédias cotidianas os irmãos americanos são sempre surpreendidos pelo excesso de liberalidade do seu ambiente político e sofrem atos dantescos como o de Las Vegas que não representam o primeiro e nem será o último  ou fruto de atos terroristas ou, o mais grave e dificil de combater ou antecipar, da ação dos chamados “lobos solitários” de uma sociedade tão livre que já se transforma em permissiva para aqueles marcados pelas tendências de opção de conduta e de comportamento. Um pais com tantos privilégios, sonho de consumo de quase todos os habitantes do Universo e a segunda sociedade mais livre do mundo, sangra com eventos incontroláveis e imponderáveis  como esse de Las Vegas e que, infelizmente, não se restringirá e não levará a uma mudança de atitude da sociedade e da classe politica, até mesmo diante de uma questão aparentemente mais simples como deveria ser o controle do acesso a armas!

A sociedade americana fará sempre a opção pelo exercício pleno da cidadania, das liberdades civis e, da propria liberdade de comprar, portar, exibir e, até mesmo, usar armas com extremo poder de fogo. No trade-off entre o risco de novas tragédias como essa de Las Vegas fruto ou de atos terroristas ou de desequilibrados lobos solitários ou cercear a liberdade de ir e vir dos americanos, eles preferem pagar tais preços mesmo que choquem a opinião publica nacional e internacional.

 

 

CEARÁ, UM OUTRO PARADIGMA!

 

SERÁ QUE ALGUM CEARENSE, COM TEMPO DISPONÍVEL PARA GASTAR COM ESPECULAÇÕES SOBRE O CEARÁ, PODERIA AJUDAR O COMENTARISTA A INICAR ALGUNS TEXTOS SOBRE O ESTADO?

AGUARDAREI A GENEROSIDADE DOS COMENTÁRIOS!

 

 

O Ceará é um capitulo à parte no que diz respeito a originalidade, ao exotismo e a forma surpreendente como consegue inventar respostas para desafios, as vezes, quase impossíveis de serem vencidos. Na verdade o Ceará sempre, com criatividade, talento e ousadia, conseguiu “dar, o que se chama, nó em pingo d’água”. Ou seja, muita gente se surpreeende como um estado sem qualquer ancoragem de base para estimular a crença de que alguma atividade produtiva, pudesse, em alguns casos, prosperar e assumir uma posição de relevância no concerto da produção nacional, assiste ao crescimento de atividades produtivas não esperadas ou imaginadas.

As pessoas ou os ditos técnicos em desenvolvimento econômico, ao examinarem, a partir de critérios tradicionais de análise, as pré-condições donde se procuraria buscar fontes de surgimento, expansão e crescimento de atividades produtivas de qualquer ordem no estado, nada encontravam e ninguém ousava especular ou sugerir que fatores potenciais poderiam basear suas expectativas.

Na verdade, com todas as limitações de clima e de solo, além das significativas restrições  de água para as lavouras ou para a criação de animais e de pescado em cativeiro, o Ceará, com um nível de miséria e de pobreza profundo, surpreendentemente,  se apresenta hoje como o quarto maior produtor de frutas do Pais, o segundo maior produtor de flores e, o município de Jaguaribara, como o segundo maior produtor de tilapia do Brasil! Além disso o Ceará é o 3o. maior exportador  de frutas do Brasil, levando a surpreender aqueles que analisam as fontes de expansão e crescimento da economia desse estado que, até bem pouco, pela pobreza de potencialidades, era o patinho feio do Nordeste.

Hoje as alternativas que se descortinam desde um potencial turistico enorme e que ja vem mostrando um desempenho altamente dinâmico, parece tal atividade que terá um enorme empuxo agora, não apenas pelos seus mais de 600 quilômetros de costa e de belas praias, além do que o HUB da Air France e da empresa aérea alemã, alem da privatização do aeroporto de Fortaleza sendo assumido  por uma empresa alemã, cria uma perspectiva altamente favorável a transformação  do turismo, quer nacional quer internacional, como uma das mais significativas fontes de dinamismo da economia estadual.

Se isto não bastasse, os estudos “Fortaleza 2040” e “Ceará 2050”, além de identificar e especular sobre possibilidades abertas pela entrada, pelo estado, de todos os cabos de integração nacional e internacional de fibra ótica, jå antecipam que tal fato favorecerá, enormemente, o desenvolvimento de plataformas de serviços o que, por certo,  permitirá ao Ceará reproduzir uma espécie de India dos trópicos. Também, se se examinar o que se conquistou de implantação de projetos de energia éolica, o que já representa a maior parte da oferta de energia elétrica do estado, mostra uma das vertentes desse salto de modernidade experimentado pelo Ceará. Da mesma forma já começam a surgir grandes projetos de energia solar de envergadura além de estudos e pesquisas na área de exploração de energias alternativas, notadamente de exploração da plataforma marítima.

Feitos tais comentários, é fundamental promover um grande “brain storming” em termos das opções de modernidade  que agora se abrem para um estado que tem tudo para representar o protótipo do verdadeiro estado revolucionário do país. E, se pode afirmar com tal convicção tais potencialidades, porquanto os paradigmas do crescimento mudaram de maneira radical onde a tríade terra, capital e trabalho, foi fundamentalmente alterada pois que realidade virtual, inteligência artificial, fontes alternativas de energia, criatividade, inovação, ousadia e iniciativa são os novos e vibrantes fatores produtivos.

Três fatos marcaram, esta semana, uma mudança de paradigmas no processo de transformação estrutural e das fontes de dinamização e crescimento da economia cearense. A assinatura do primeiro contrato de hubby aéreo entre companhias internacionais associadas a uma empresa nacional. estabelecendo Fortaleza como ponto de convergência de seus voos para o Brasil e, consequentemente, para a Europa. Isto representará, se acompanhadas de políticas destinadas a promoção do turismo internacional, em uma espécie de “breaking even point” ou um ponto de inflexão na história do turismo estadual.

O segundo fato deveras relevante é o início da viabilização do acordo de cooperação entre o Porto do Pecém e o Porto de Amsterdam na Holanda antevendo um processo de turbinação das relações comerciais e as possibilidades de ingresso de novos capitais de investimentos no estado. Se a tal se juntar os esforços de viabilização de uma refinaria de petróleo chinesa ora buscada,  além de novos investimentos na ZPE ali em implantação, então a consolidação do polo de transformação econômica do estado em que ora transformou o terminal marítimo do Pecém, transformar-se-á em um instrumento fundamental de mudança na economia do Ceará.

É fundamental chamar a atenção para o fato de que, o Porto do Pecém, assume hoje posição prioritária na transformação estrutural da economia cearense já se podendo antever que, se se considerar a possível instalação d e um possível Polo petroquímico com a refinaria chinesa, o já implantado polo siderúrgico além da ZPE, de maneira muito rápida se  pode dizer, acelerada, a tendência é que Pecém, já e já ultrapasse o Porto de Suape, como alguns analistas já estão a antever.

E, nesse processo de ir agregando, em uma saudável mescla, as potencialidades que o “desembarque” dos terminais ou das redes e cabos internacionais de conexão com a “chamada inteligência artificial” embutida naquilo que tais cabos permitem ao Ceará transformar-se, praticamente, numa espécie de uma nova Índia, em termos de plataforma de serviços de toda ordem! É nesse universo de possibilidades que ora se abrem, aliada as indústrias trandicionais que voltam com nova roupagem, aí então os cearenses começarão a contar uma nova história.

Tancredo Neves chamava Tiradentes desse “herói ensandecido de esperança” que, começou, de fato, “um novo caminho para esta pátria descoberta por Cabral”. Aqui, alguns malucos,  com os seus delírios, já imaginam um Ceará diferente, alegre, ousado, criativo e audaz buscando esses novos caminhos. E, entre eles, tendo a identificar o Secretário Maia Junior, no afã de inventar moda e sugerir aos cearenses que existe um modo diferente de fazer as coisas e construir novos caminhos, como um desses tresloucados de esperança. E esses caminhos são aqueles que são  capazes de delinear espaços novos condizentes com a ânsia de  crescer, criar e subir da cearensidade.

Mas, essa história de ruptura com o modo antigo de buscar o desenvolvimento do estado tem raízes nesse próprio passado de lutas, de tentativas e de incessante busca para encontrar os caminhos e as alternativas de ser e de fazer. Essa história, a bem da verdade, tem o seu marco talvez, definitivo, nos anos sessenta/setenta quando se mostrou patente essa angústia de buscar algo diferente, ousado e sustentável! Isto porque insistir num polo metal-mecânico a partir de uma siderúrgica, para aquela época, sujeita a todos os condicionantes e restrições, era nada mais do que  “uma espécie de um sonho de uma noite de verão”. Era o mesmo quando se falava na vinda de uma salvadora refinaria que transformaria  o humilde Porto do Mucuripe, numa imponente réplica do Porto de Aratu, criando-se um complexo muito maior e mais dinâmico do que o próprio Complexo de Camaçari!

Assim, antes de adentrar nesse admirável mundo novo que, muito antes do que se esperava entra, sorrateiramente, porta a dentro, vale a pena mergulhar num passado, não muito distante, de sangue, de suor e de lágrimas  e, acima de tudo, de lamentacões e sofrimentos mas que, aos poucos, “foi se desfazendo e se transformando em brumas matinais”.

Há cêrca de quarenta anos atrás, o cenarista, responsável pelo planejamento estratégico do estado do Ceará, empreendia estudos, promovia colóquios e provocava, em tom desafiador, empresários, politicos e alguns pretensos formuladores de políticas publicas, no sentido de discutir quais as perspectivas, quais as alternativas e quais os caminhos que poderiam ser abertos com vistas a apontar uma luz sobre qual poderia vir a ser a estratégia de expansão das atividades produtivas estaduais.

Um estado sem uma oferta d’água regular e sistêmica, quer via descargas dos rios permanentes — já que inexistiam tais rios no Ceará, a não ser os seus famosos rios secos! –; tambêm, sem água de subsolo, porquanto o estado está completamente assentado no chamado cristalino; solos pobres e fracos, caracterizados, de maneira mais dramática na proporção em que, inexistindo uma Zona da Mata, era o único estado onde se dizia ‘que o sertão entrava no mar”, ou seja, a ausência de uma região  de precipitação pluviométrica mais elevada e regular que permitisse uma transição menos chocante e cruel entre sertão e mar, como era a chamada zona da mata, deixava os cabeças chatas desolados ! Ademais, a constelação de minérios estratégicos ao desenvolvimento, era de uma pobreza mais que franciscana! O destino parecia ser emigrar e começar gilete em Copacabana!

A situação do estado era tão séria e grave  que, sempre massacrado por secas periódicas, o Ceará estava sempre numa constância impar,  a exibir uma procissão de miséria dolorosa e dolorida, ceifando vidas, destruindo sonhos e matando esperanças. Para que se tenha mais uma idéia ou noção do grau de gravidade que tudo isto representava, nos 64 anos mais recentes, em 32 deles o Ceará enfrentou os chamados rigores da estiagem prolongada, ou seja, na metade deles, as secas foram dramaticamente impiedosas. E isto, como é sabido,  tais intempéries desestruturavam a sua já frágil atividade produtiva marcada pelo binômio algodão/boi, atividades essas  com baixíssimo nível de eficiência.

Os estudos que se faziam, à época, a nível internacional e local, Indicavam uma tendência de um aprofundamento das diferenças de renda entre o estado e os próprios companheiros de Federação  na região e, o pior, era que as desigualdades de renda dentro do próprio Nordeste e dentro de sse cada  estado, individualmente,  eram ampliadas em caso de situações como as do Cearástudo e. Ao final dos anos setenta, ao examinarmos as possibilidades de crescimento, duas preocupações adicionais eram levantadas. A primeira delas,  que teve enorme repercussão, foi o impacto sobre o pensamento dos estudiosos locais das conclusões dramáticas do estudo realizado pelo Clube de Roma, chamado de  Limites do Crescimento, sobre as desastrosas perspectivas para a economia mundial diante das restrições da oferta de solos para o plantio de alimentos; em face da limitação na oferta de matérias primas estratégicas para o crescimento das manufaturas e também diante das limitações impostas pelas inovações tecnologicas, tão pouco dinâmicas àquela época. E tudo isto diante de uma crescimento acelerado das populações, notadamente daquelas nitidamente pobres ou mesmo miseráveis, da America Latina, da Africa, da Asia e de parte da própria Europa.

Nesse quadro de referências poucas iniciativas prosperavam nas áreas urbanas do Nordeste a não ser a atividade comercial muito limitada e, algumas iniciativas industriais como simples manufaturas na área têxtil e de confecções; na área calçadista; no segmento quase artesanal de artefatos de metalurgia e na indústria de alimentos, onde outras iniciativas esparsas que, pelo seu tamanho e fragilidade, não representavam uma massa critica de produção capaz de gerar transformações e nem dinamismos conducentes a mudar  os rumos da vida e da história do Ceará.

A União,  a época, representando o pensamento e as aspirações do Brasil, reorganizada no seu aparato de estado, atual8zada e revista a máquina  pública diante das demandas do novo tempo e das circunstancias econômicas,  a lhe cobrar adequaçòes e ajustes, foi capaz de apropriar-se ou de experimentar uma espécie de ciclo virtuoso de expansão econômica, à época,  denominado de Milagre Econômico Brasileiro. É impressionante concluir que, naquele período, até mesmo os programas de correção de desequilíbrios regionais mostravam uma eloquente, fria e triste contradição qual seja, no balanço liquido das transferências da Uniao para  o Nordeste, ocorreu nos dez anos estimados pelo economista Osmundo Rebouças, uma perda líquida em desfavor do Nordeste. Ou seja, considerando entradas e saídas de meios na relação Uniâo versus Nordeste, a pobreza regional  pagou o pato e assistiu o aprofundamento das diferenças de renda dentro do País

Se a nível nacional aproveitava o pais esse notável momento, ou seja forte expansão econômica, o Nordeste via passar ao largo tal oportunidade e regiões pobres dentro da região essas eram as que em nada se aproveitavam desse dinamismo que tomava conta do País.

Assim, de um patinho feio, inviável segundo os referenciais e restrições tecnológicas de quarenta anos atrás, o Ceará se transmuda, aproveita o talento, a criatividade e a iniciativa dos cabeças chatas além das grandes, aceleradas e profundas revoluções tecnológicas que estao a abrir novas e amplas possibilidades de desenvolvimento para mostrar que há um novo modo de fazer o desenvolvimento que não fica limitado as restrições de um estado centralizado como é o brasileiro e uma federação capenga como é a nacional.

ESCANDALIZAR, PROVOCAR, DESMORALIZAR RELIGIÕES E INSTITUIÇÕES, PARA ONDE CAMINHA A PÁTRIA AMADA?

Acha o cenarista que o mundo passou para aqueles que ainda não perderam a capacidade de se indignar diante da quebra de padrões, da subversão de valores e da imposição de regras de convivência que agridem princípios de respeito as individualidades e peculiaridades de atitudes de grupos ditos tradicionais. É difícil conviver com a imposição autoritária de costumes e princípios, notadamente dos defensores da comunidade LGBT  que, em algumas circunstâncias, afrontam a formação dita conservadora de determinados grupos sociais. Também agride ao bom senso e não encontra respaldo em qualquer exemplo de sociedade organizada quando segmentos ditos politicamente corretos, de impor a mais esdrúxula  exigência de comportamento e atitude por parte de uma figura pública amplamente  conhecida País afora.           Por exemplo, a título de fazer prevalecer o chamado politicamente correto, agora querem impor ao nosso tão querido Neguinho da Beija Flor que mude o seu “nome de guerra” para algo distinto que não agrida aos que acreditam que isto seja que eles denominam o chamado politicamente incorreto. Que tal  “doce afro descendente da Beija Flor”?

E, para onde vai toda a história de vida por ele construida pois que por detrás dessa estruturação  de um conceito de vida que se tornou uma marca que o identifica e já se tornou também  uma marca de significativo valor comercial? Quem, ao exigir tal bobagem, vai pagar tal conta? Isto parece de um ridículo tamanho quanto aquele em que se transformou a proposta de tornar politicamente incorreta a obra magistral de Monteio Lobato por conter referências a Tia Anastasia, etc, com conteúdo, segundo a interpretação, politicamente incorreto? Já não basta terem desfigurado a cultura doce e meiga dos baianos que tratavam, carinhosamente, os seus pares, de “meu branco” ou “minha doce mulata” ou “minha neguinha”, retirando o ritmo e a leveza do trato entre iguais, agora vem com imposições autoritárias como essa.

Recentemente, num determinado grupo social em Fortaleza, foram exigir que uma afrodescendente, ou seja, uma negra, que participava do grupo, deixasse de estirar os cabelos pois isto seria prática inaceitável e feria os princípios do politicamente correto. O que a negra replicou dizendo que havia conquistado três formaturas superiores sem contar com o regime de cotas; que todos os seus irmãos tem nível superior sendo seu pai analfabeto; que não contou com nada para chegar aonde havia chegado e ninguém iria impor, autoritariamente, que ela deixasse de usar o cabelo que mais lhe agradava pois o “pixaim” nunca lhe havia agradado.

Agora mesmo três fatos revoltaram as pessoas que respeitam as opções de gênero mas que não aceitam que lhes imponham determinadas atitudes e comportamentos que elas acreditam ser um acinte, uma provocação e até mesmo um desrespeito a suas crenças e valores. Há poucos dias uma senhora veio a público denunciar fato extremamente  revoltante que foi ter a sua filhinha ganho uma boneca de presente, toda vestida como uma menininha e, para a sua surpresa, a filha chamou a sua atenção para o fato de, ao levantar a calcinha da boneca, o que havia ali não era um órgão sexual feminino mas um órgão masculino completo!

O segundo fato foi de, no programa The Voice, uma garota que estava a disputar as preferências do publico  e a do júri técnico, apareceu acompanhada de uma outra garota e, perguntada se iria a jovem acompanhá-la na sua apresentação, foram os jurados informados apenas de que a jovem acompanhante era, tão somente, a sua namorada! Também as redes sociais mostraram, recentemente, uma foto de uma sala de aula onde um garoto foi advertido pela professora de que não poderia ficar sentado no colo do colega. Ao que o jovem, indignado, respondeu a professora que ele ali iria permanecer pois o garoto em questão era o seu namorado e seria uma atitude homofóbica da professora, impedir que ele assim permanecesse!

Para mostrar a indignação das pessoas, num recente encontro de pais e mestres, uma mãe revoltada disse que respeitava os professores pelo seu papel de transmitir conhecimentos  mas “os que me educaram foram os meus pais pois cabia ao lar e aos pais o papel de educar para a vida e para o exercicio  da cidadania, com a liberdade de escolha de religião, costumes e de hábitos, sempre foi a família e nunca a escola”. E a doutrinação imposta pela escola em relação a sexo, religião, discriminação, etc ia além do que seria aceitável numa proposta de formação educacional da escola.

Dentro dessa lógica de raciocínio nunca a população tradicional brasileira poderia ter aceito a exposição de arte promovida pelo Santander onde se permitia todas as formas ditas perversas de sexo e a degradação da principal religião dos brasileiros, a cristã, sendo objeto de um verdadeiro processo de demolição onde como simples demonstração daquilo que escandalizou a tantos, estaria um cristo segurando, em uma das mãos, um vibrador usado para sexo solitário pelas mulheres.

Se tal não fosse uma tremenda provocação, o mais grave está sendo exibido,  com toda a liberdade, sem horário destinado a adultos, a novela A Força do Querer, pela Rede Globo, onde, entre outras ousadias, uma jovem resolve, a partir das orientações da escola, se transformar de uma bela garota em um garoto, sendo aceito e até estimulado pelos pais e, via TV, recebendo todas as orientações relacionadas a utilização de hormônios destinados a cumprir as várias agregações de tons de masculinidade desejados pela jovem que fez tal opção preferencial. Por outro lado, é também preocupante a quase total adesão as causas da LGBT, por parte dos que fazem a imprensa brasileira bem como a intelectualidade chamando mais atenção a nítida definição política em favor dessas causas por parte dos que fazem a Rede Globo.

Adicionalmente, a novela tem uma leitura excessivamente compreensiva sobre o uso de drogas e, até mesmo, quanto ao próprio trafico de drogas, onde uma bela mulher faz o papel de traficante e negociadora de interesses dos traficantes. Na verdade, o processo que ora se instala no Pais parece ser o de instrumentar a fundamentação de um verdadeiro estado anárquico onde quaisquer valores, idéias, práticas e conceitos devem ser aceitos sem quaisquer restrições ou limitações impostas ou pelas leis ou pela própria convivência democrática.

O cenarista ver com muita preocupação o que ora se assiste Pais afora. Diante de tantos problemas e dramas; diante de tantos desafios a serem enfrentados; diante de tantas questões da maior gravidade como a da seguranca publica, das drogas e do sucateamento da própria justica, as mentes se voltam para uma discussão que amesquinha a vida, diminui a dignidade das pessoas e afronta os valores mais caros de quaisquer religiões ou civilizações. O Brasil sempre quis ser o primeiro mesmo que fosse para intentos pouco nobres como os que ora se manifestam País afora.